terça-feira, 30 de julho de 2019

ESPECIAL: LEGISLAÇÃO DE PESCA NO BRASIL






  Revista Aruanã Ed:39 Publicada em abril/94



Fazer uma lei para melhorar o meio ambiente é algo fundamental e bem recebida por todos em qualquer parte de nosso planeta. Elas continuam sendo feitas e, infelizmente, algumas sem qualquer nexo ou sentido. Nos dias de hoje, isso é bastante comum. Este é um bom exemplo.


Nossa retranca para atender ao leitor.
Às vezes, é muito gostoso rever antigas publicações que fazíamos na Aruanã. O SOS PESCADOR sem distinção, era um espaço onde dávamos ao nosso leitor, a possibilidade de sua opinião. Eram reclamações sobre diversos assuntos, tais como: denúncias, reclamações, perguntas, corrupção, leis absurdas, histórias, casos reais entre tantas outras. Solucionamos apenas uma dentre centenas publicadas, mas que, apesar do tempo, nos remete a um presente, pois o assunto mostra que nada ou, muita pouca coisa mudou, na atitude de nossas “autoridades” ambientais. No caso desta denuncia, publicada diretamente do original, refere-se a uma Lei Municipal (?) que tratava sobre a captura do corrupto, feita por um promotor publico de Santos (SP). Sua Excelência achava que com ela, estaria protegendo o Calichirus major Fam.Callianassidaeo nosso querido corrupto, que, aliás, veio a mudar completamente a modalidade de pesca de praia, já que com ele, como isca, tornou-se muito melhor.


  Exemplo de uma reclamação do leitor.

Nota da Redação: Seria muito interessante saber se o denunciante na época, Luis Abel Cesar de Andrade, irá ver essa sua denúncia passados 25 anos. Se alguém reconhecer o nome do pescador,  ou conhece-lo, por favor, o informe.
                                                 
                                                

quarta-feira, 17 de julho de 2019

NOVOS BICHOS...VELHOS PEIXES!





olho com o parasito (foto Facebook)
Link:http://youtu.be/vs-RTxVGOJs


Foi um simples acaso a imagem  em vídeo desse tucunaré com os parasitos no olho. A princípio pensei que fosse mais uma de muitas “coisas” da Internet. Mas não, pois após pesquisar vi que o vídeo era verdadeiro e os parasitos nele mostrados eram reais. O que o  tornou um assunto muito sério.



Imagem do olho com o parasito (foto Facebook) 

Como não poderia deixar de ser o acaso se fez presente, mais uma vez, em nossas pescarias. Em nossa matéria, publicada na Revista Aruanã 40 em agosto de 1994, com o título “Pantanal sempre Aventura”, tivemos, pela primeira vez contato com o “bicho” no tucunaré, no rio Piquiri, já que ao limparmos alguns deles, pois os companheiros da aventura não o conheciam, os bichos de mostraram na carne e nas vísceras. Aliás, gostaram do peixe para pescar e para comer. Nessa matéria, não fizemos maiores comentários sobre “ele” por acharmos sem maior importância. Porém fotografias foram tiradas pelo nosso Mestre jornalista Kenji Honda e, publicadas no nosso blog em 22 de maio de 2015 e, ao revê-las percebemos sim sua importância. Fizemos uma matéria original na Revista Aruanã número 41 publicada em outubro de 1994. Foi o bastante para uma grande parte de nossos leitores do blog, no Brasil e em diversos países do mundo, se manifestarem a respeito e registramos 30 comentários do assunto. Nessa edição, o Prof.Dr. Glberto Cezar Pavanelli, que é o Prof. Titilar de Biologia da Universidade de Maringá (P), identificou o “bicho” como Eustrongylides ignotus e informava de que esse “bicho” não iria fazer nenhum mal ao ser humano, mesmo que fosse comido cru, aos apreciadores do “sashimi à brasileira”.

A diferença entre os do Piquiri – foto Kenji Honda e os recentes (Net) 

A bem da verdade, praticamente esquecemos da matéria/postagem. No entanto, ao recebermos um vídeo, mostrando parasitos vivos e se mexendo dentro do olho de um peixe tucunaré, nos causou espanto e fomos pesquisar. O que achamos foi uma ingrata surpresa aos nossos olhos de jornalista, já que esse tal bicho, agora denominado de *Gnastoma Spirinelis* é completamente diferente do que nós vimos no Rio Piquiri e, fomos adiante em nossa pesquisa. Pois bem, esse parasito é conhecido desde 1819 por Rudolphi e mais, em 1845 Dujardim, Olson em1876 e Lutz em 1928 e, já publicavam estudos à respeito dele. Infelizmente aqui em nosso País, mesmo que o assunto seja sério, são muitos os que tentam deturpa-lo, com piadas e gracejos. No trabalho que nos envia o amigo Rogério Pinheiro, aparecem  dois nomes credenciados sobre o assunto: Fernando Kubitza e João L. Campos, com uma ampla publicação à respeito. Mas algumas citações no artigo desses dois biólogos nos chamam a atenção com frases como: “não sabemos ao certo o motivo”, “é praticamente zero”, “mas podem penetrar na pele dos humanos” e até “conjuntivite sim” em suas considerações. Essas frases, que constam no teor do trabalho, deixam margens à dúvida. 



Foto meramente ilustrativa 

Esse trabalho é relativamente recente e consta que foi publicado em 28 de fevereiro de 2014. Vamos resumir outras fontes de informações responsáveis e sérias. Comprovado está que, as maiores concentrações desse parasito se dão em “tanques de criação” de peixes em todo o país e, que são vendidos ao público consumidor em todo o Brasil. Ora – “opinião de um leigo” – se estão nos tanques de criação, estariam também ao longo dos rios e represas, onde se cultiva essa prática. Isso foi confirmado por outras citações. Uma prova concreta nos foi apresentada e publicada na Net e a recebemos por intermédio do Alexandre Cardoso Pesca, uma citação inserida no artigo que entre outras palavras, cita textualmente o que se segue: “sic Meu nome é J*** ***, sou médico e pescador. Fui diagnosticado com essa doença e comecei o tratamento há 21 dias”. Pesquisei no Facebook e encontrei sim o citado médico, pois consta essa profissão em sua linha do tempo. Mandei uma mensagem me identificando, além de “uma solicitação de amizade” no dia de ontem 09 de julho. Pois bem, no dia 11 recebi em meu endereço a resposta com a seguinte mensagem que passo a identificar o autor como J**** P****, já que a Lei de Imprensa me autoriza ao sigilo da fonte. 



Foto meramente ilustratriva 

Diz ela (sic) “Bom dia Antonio. Não tinha visto sua mensagem. Enfim realmente eu fui diagnosticado com a Ginatostomiase, fiz o tratamento e estou curado. Estou disponível para te ajudar. Obs. O vídeo do olho não foi eu quem publicou”. NR:O vídeo do olho publicado acima com a “minhoca” sendo retirada identificamos como Fake). E (sic) J**** continua sua mensagem: “Começou no peito, fui em vários médicos por seis meses foi migrando até o dorso quando fui a uma dermatologista que logo perguntou se eu teria comido peixe cru fresco nos últimos meses. Disse que há 9 meses havia comido tucunaré cru na Amazônia. Ela indicou o tratamento de 21 dias, no 3 dia parou o prurido (que era muito intenso)”.
Diante dessa prova cabal, começamos a mandar às nossas autoridades de saúde mensagens pedindo que nos respondessem oficialmente. Notificamos o Ministério da Saúde (Ouvidoria), ANVISA, Consulado EUA (Reclame aqui) e o Dep. Estadual Carlão Pignatari do PSDB, tendo em vista sua publicação do PL 164/2018. Por enquanto somente uma resposta chegou até nós. Pasmem: “



Foto Kenji Honda
                      ouvidorsus@saude.gov.br
ter, 16 de jul 10:59 (há 1 dia)
                           para TONINHO.JORN
MENSAGEM DE ACOMPANHAMENTO DA DEMANDA
PREZADO(A) SR(A) ANTONIO LOPES DA SILVA,
REGISTRAMOS SUA DEMANDA SOB PROTOCOLO 3207311 E ENCAMINHAMOS PARA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE ILHA COMPRIDA”.

Precisei ler algumas vezes para entender e, acredito que quem enviou essa resposta, não deve saber que Ilha Comprida é litoral sul do Estado de São Paulo e, nem era isso que eu queria ler/ouvir.

                      Fotos do médico sem a marcação dos parasitos


                                        Fotos do médico com a marcação dos parasitos

Estamos, portanto, como jornalistas fazendo nossa parte. Que fique claro aos pescadores amadores e outros, que esse “novo parasito” é prejudicial ao ser humano e o infesta sim, conforme o acima exposto. Acho que tudo isso ficou agora bem claro e com testemunho de um pescador/médico que teve esse diagnóstico da infecção. Cabe ainda dizer que, conforme um trabalho que lemos em nossas pesquisas a seguinte informação: “se o peixe se for cozido, assado, frito e congelado em 20 graus negativos, o parasito deixa de ser perigoso à saúde”. Agora quem será na nossa população que tem geladeira/freezer que atinja essa temperatura? Finalmente o problema aí está com estudos diversos sobre a presença do parasito e suas denominações gerais. O que queremos com esta publicação é que os órgãos responsáveis venham à publico, com suas considerações já que pode se tratar de uma grave doença, de ação considerada como endemia, pandemia ou até epidemia. Vamos aguardar essas considerações oficiais. É nosso direito como cidadãos. Antonio Lopes da Silva – Jornalista.