sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

SAÚDE: MALÁRIA











Entre as doenças denominadas “tropicais”, uma que merece atenção especial é a malária, devido ao fato de ser altamente debilitante e mesmo perigosa. Conheça, através desta matéria elaborada a partir de informações cedidas pela SUCAM – Ministério da Saúde, o modo como se transmite, os sintomas e a cura. Aprenda a se defender do terrível “mosquito-prego”.



A malária é uma doença conhecida por muitos nomes, entre os quais: maleita, sezão, impaludismo, tremedeira. É muito debilitante, podendo deixar os indivíduos temporariamente impossibilitados de trabalhar ou reduzindo sua capacidade de trabalho. No passado, foi uma doença muito difundida no território brasileiro. A área onde existia a transmissão se estendia por 6.900.000 quilômetros quadrados, ou seja, 81% do nosso território. Nos dia atuais (NR: março de 88), a transmissão verifica-se quase que unicamente na Amazônia Legal. Atualmente, o número de casos ocorridos nesta área representa 95% dos casos registrados em todo o país. A malária é causada por um parasita do gênero Plasmodium. É transmissível, passando de uma pessoa para outra através da picada de um mosquito do gênero Anopheles. O plasmódio é um parasita muito pequeno, somente visto com o auxílio de microscópio. No homem, os plasmódios atacam os glóbulos vermelhos do sangue e as células do fígado. No mosquito, ficam no estômago e nas glândulas salivares. Em nosso país, há três espécies de plasmódios que causam a malária: - Plasmódium Vivax – Plasmódium falciparum – Plasmodium malarie.
                                    COMO SE APANHA A MALÁRIA
Há muita gente que acredita que a malária se apanha “tomando banho no rio”, Outros pensam que é “coisa do tempo”, “do clima”, de “alguma coisa que se comeu”. Há ainda os que dizem que é causada pelos miasmas e emanações das águas pantanosas. 







Estas concepções não são totalmente errôneas. A relação entre águas-paradas malária ou clima-malária tem razão de ser, já que os mosquitos se criam em águas paradas e os criadouros se multiplicam na época das chuvas. Comprovadamente, a malária é transmitida através da picada do mosquito do gênero Anopheles que se infectou ao sugar o sangue de uma pessoa com malária. As pessoas também podem adquirir malária por transmissão de sangue de doadores portadores de plasmódios no sangue circulante.
                                     COMO SE DESENVOLVE UM CASO DE MALÁRIA
Os sintomas da malária não aparecem logo após a picada do mosquito. Durante alguns dias a pessoa pode não sentir nada ou apenas queixar-se de dor de cabeça, falta de apetite, cansaço, dores no corpo. É o período da incubação da doença. Sua duração depende da quantidade de parasitas que penetram na pessoa e da espécie de plasmódio: Plasmódium falciparum – 9 a 27 dias (média de 12 dias). Plasmódium vivax – 8 a 31 dias (média de 14 dias). Plasmódium malarie - 28 a 37 dias (média de 30 dias). O exame de sangue feito neste período é geralmente negativo. Em seguida ao período de incubação, vem o acesso de malária, que se caracteriza por: - calafrio – febre – suor abundante. O acesso começa com um calafrio que pode ser pouco ou muito intenso, o doente apresenta um estado de tremor característico (“tremedeira”). 





Ao frio, segue-se o calor; a temperatura começa a subir, chegando rapidamente a 40°C. Depois de algum tempo de febre, a pessoa começa a suar (o suor é abundante) e a temperatura vai cedendo, diminuindo, até desaparecer. O doente é ainda acometido de dores de cabeça, vômitos, dores no corpo. Contudo, em áreas de elevada transmissão, onde as pessoas estão sujeitas a repetidas infecções, o acesso malárico pode não se dar com estas características. Quando a malária é causada pelo Plasmodium vivax ou pelo Plasmódium falciparum, o acesso se repete com intervalo de um dia. Quando a malária é causada pelo Plasmódium malarie o acesso se repete com intervalo de dois dias. Nos intervalos dos acessos, a pessoa passa bem; praticamente não sente nada. À medida que os acessos de febre vão se repetindo, a pessoa vai ficando anêmica. A anemia surge porque os plasmódios vão destruindo os glóbulos vermelhos do sangue. O baço também fica congestionado (“inchado”) e doloroso. Com a repetição dos acessos, pode aumentar de tamanho. Ele, que normalmente é pequeno, localizado “debaixo das costelas”, pode aumentar e chegar à parte inferior da barriga. Se o doente da malária não for tratado, duas situações podem ocorrer: - Os acessos continuam, levando o doente a morte; ou – Os acessos desaparecem e o indivíduo sente-se bem, como se estivesse curado.




No segundo caso contudo, os acessos podem reaparecer e desaparecer várias vezes. O reaparecimento dos acessos febris representa as chamadas recaídas. As recaídas ocorrem porque os parasitas da malária continuam a se multiplicar no fígado. E cada vez que eles deixam o fígado e caem no sangue, ocorre uma recaída. As recaídas ocorrem os plasmódios vivax e malarie; não existem com o falciparum (embora os acessos febris possam reaparecer até um ano após o primeiro ataque, que se denomina de falsa recaída”). Comumente, até três anos da infecção, se a pessoa não for picada novamente por um mosquito, as formas de plasmódio que estão no fígado não tem mais condições de se multiplicar e então a pessoa fica curada (não há mais possibilidade de recaída).
                                     O TRANSMISSOR
O anofelino, mosquito transmissor da malária, é conhecido pelo nome de “mosquito prego”. Os anofelinos criam-se em águas paradas ou de pequeno movimento: remansos de rios, córregos, açudes, lagoas, valetas, escavações. É aconselhável evitar-se esses lugares, do anoitecer ao amanhecer, principalmente entre as 5 horas da tarde e às 9 horas da noite, para nadar e pescar, pois pode apanhar malária. É na agua que as fêmeas põem seus ovos, que dão origem a larvas. Ainda na água, as larvas se transformam em pupas e em seguida, em mosquitos adultos. Nesta fase, os mosquitos abandonam a água e procuram um lugar de abrigo até o momento da cópula ou alimentação. As fêmeas procuram, para a desova, água relativamente limpa e doce. Umas preferem águas sombreadas, outras, águas ensolaradas.



Há ainda uma espécie de anofelino que prefere coleções de água com um pouco de sal (água salobra). Outras usam também como criadouro certos tipos de plantas, chamada bromélias ou gravatá. Estas plantas acumulam água da chuva e nela se criam os anofelinos. As bromélias tanto podem crescer no chão e sobre as pedras, como se desenvolvem também no alto das árvores. Os mosquitos adultos procuram para “abrigo” lugares protegidos do vento, com pouca luz: oco das árvores, covas de animais, bueiros, etc. Ao amanhecer saem à procura de alimento. As fêmeas alimentam-se de sangue, necessário para o amadurecimento dos ovos; os machos alimentam-se de sucos de vegetais, néctar de flores, etc. Deste modo, somente as fêmeas transmitem a malária. A fêmea alimenta-se tanto de sangue humano como de animais. Os anofelinos picam geralmente em lugares abrigados, como dentro das casas, estábulos, etc. e aí permanecem ou não após se alimentarem. São estes mosquitos de hábitos domésticos os melhores transmissores da malária, porque têm maior contato com o homem. E a maioria dos anofelinos que existem em nosso país têm hábitos domésticos. Outros anofelinos picam “ao relento”, isto é, quando as pessoas estão fora de casa. Depois de se alimentarem, voltam ao lugar onde costumam se abrigar. Os anofelinos entram nas casas em horas variáveis, embora possamos dizer que a maioria o faz à noite, a partir do entardecer. Eles picam geralmente no período que vai do anoitecer ao amanhecer. Uma vez alimentada, a fêmea procura uma superfície lisa onde possa “fazer a digestão” do sangue ingerido e completar o amadurecimento dos ovos. Essa superfície geralmente é dentro de casa e ela tende a repousar nas paredes.





É neste comportamento do anofelino que está baseada uma das mais importantes medidas de combate à malária – a borrifação das paredes internas com DDT. A fêmea do mosquito em contato com os cristais do DDT morrerá sem ter tempo de passar a doença para outra pessoa. Pode-se diferenciar os anofelinos dos outros mosquitos pela maneira de pousar. Os anofelinos pousam em qualquer superfície numa posição que se assemelha a um prego.
                                     DIAGNÓSTICO
Há a necessidade de um exame de sangue para um diagnóstico seguro da malária, pois nem sempre ela se apresenta com seu quadro clínico característico. O exame é importante inclusive para a identificação da espécie de plasmódio que está causando a doença, indispensável para um tratamento adequado. Para o exame, é retirada uma gota de sangue em um dos lados do dedo anular da mão esquerda. A gota é colocada numa lâmina que é examinada no microscópio. Toda a pessoa residente em área malarígena ou que nela tenha pernoitado, ao sentir febre, deve providenciar o exame de sangue para malária.
                                     TRATAMENTO
Existem medicamentos que possibilitam a cura completa do doente. O tratamento é feito com um só medicamento ou uma associação de medicamentos em dosagens adequadas à idade do doente e à espécie de plasmódio que estiver causando a malária. 



É necessário tomar a medicação completa. Uma medicação “mal feita” poderá deixar as pessoas expostas a novos ataques de febre e com maior gravidade. Se uma pessoa voltar a ter malária após fazer o tratamento, uma das seguintes situações pode ter acontecido: - a medicação não foi tomada de maneira correta; - o parasita é resistente ao medicamento usado; - a pessoa foi novamente picada por um anofelino infectado. A malária é uma doença que se pode ter repetidas vezes e para preveni-la ainda não existe vacina.
                                     O QUE FAZ A SUCAM
Busca ativa de suspeitos de malária. Em áreas malarígenas, os guardas da SUCAM fazem vistas de casa a casa. Colhem lâminas das pessoas encontradas febris e dão imediatamente a medicação. É uma medicação que visa suprimir os sintomas que a pessoa está sentindo. Posteriormente, se o resultado do exame for positivo, a pessoa receberá o tratamento adequado. O exame do sangue é feito no laboratório da SUCAM. Busca passiva – Chama-se busca passiva a procura espontânea das pessoas pelos postos da SUCAM, para exame e medicação. Compete à população reconhecer a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Em consequência: - Deixar o guarda da SUCAM colher o sangue dos febris, por ocasião da visita domiciliar e tomar a medicação dada pelo guarda, - Se mora ou esteve em área malarígena, ao sentir febre, procurar o posto da SUCAM, o posto de notificação ou qualquer serviço de saúde para exame de sangue e medicação. – Tomar remédio da maneira como foi recomendado pela SUCAM.


                                    

                                         VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Nas áreas onde a transmissão da doença foi interrompida, a SUCAM mantém um sistema de vigilância através dos postos de notificação, dos postos da SUCAM e dos guardas. Os notificantes e os guardas da SUCAM estão atentos para colher o sangue de todas as pessoas febris que estiveram em área malarígena, para descobrir os doentes e tratá-los a tempo. Isto evitará a reintrodução da transmissão da doença na área.
                                     FATORES QUE DIFICULTAM A INTERRUPÇÃO
                                          DA MALÁRIA NA REGIÃO AMAZÔNICA
Na Amazônia, a malária ainda permanece em altos índices. Sua maior transmissão se concentra na faixa onde estão sendo implantados os projetos de desenvolvimento (agropecuários, de colonização, de mineração, construção de rodovias e de hidrelétricas, etc). Esta situação ocorre não só em consequência dos fatores naturais da região que facilitam sua transmissão, como: rica bacia hidrográfica, muita chuva, umidade e temperatura elevada, excelente transmissor (encontrado em abundância), como também em virtude do crescente número de pessoas que nos últimos tempos vêm se deslocando em outras áreas do país para a Amazônia, em busca de melhores condições econômicas. O desenvolvimento de atividade em plena mata e a instalação dessas pessoas em habitações precariamente construídas (casas sem paredes ou com paredes incompletas) dificultando a proteção pelo inseticida, criam excelentes oportunidades para que as pessoas fiquem expostas à picada dos mosquitos transmissores da malária. 




Há ainda outros fatores que dificultam o combate à malária na Região Amazônica: extensas áreas com população muito dispersa, dificuldade de acesso às localidades, principalmente às situadas nas margens dos afluentes dos rios no período da estiagem ou durante as inundações das várzeas no período das cheias. A Amazônia inclusive tornou-se o foco de disseminação da malária para outras áreas onde não há mais transmissão, pois sucede que parte da população migrante, passado algum tempo na região, retorna a seu lugar de origem, onde não se registrava mais a doença. Esses portadores de malária têm contribuído para o aparecimento de focos da doença no Nordeste, Sudeste e Sul, exigindo uma ação imediata da SUCAM, que mediante um sistema de vigilância, tem evitado que se reinstale a endemia nestas áreas.
                                     OUTRAS RECOMENDAÇÕES
O mosquito da malária pica tanto dentro como fora de casa ou do alojamento. Assim, para uma maior proteção do ataque do mosquito, recomenda-se: - Colocar mosquiteiros sobre as camas; - Se possível telar portas e janelas; - Evitar ficar ao redor da casa ou alojamento ao anoitecer. Se estiver em um lugar de muito mosquito, poderá usar um repelente (líquido que se passa nas partes descobertas do corpo e evita a picada do mosquito). Voltamos a repetir: Toda a pessoa que mora numa área de malária ou que tenha nela pernoitado, ao sentir os sintomas característicos da doença, deve procurar o posto da SUCAM para fazer exame de sangue e tratamento.

Em todos os estados e territórios do país a SUCAM está presente. O atendimento é gratuito. Desta maneira, evitam-se os gastos desnecessários.



OBS: A SUCEM (Superintendência de Controle de Endemias), subordinado à Secretaria da Saúde, é o órgão responsável, no Estado de São Paulo, pelo atendimento aos casos de malária. NR: Para maiores informações, (a confirmar) procure a sede da SUCEN em São Paulo, à Rua Cardeal Arcoverde 2878 - Pinheiros.

Nota da Redação: Eu particularmente, mesmo não sendo médico, posso falar tanto da malária como da dengue já que, infelizmente, tive as duas. Não vou me alongar, mas se tivesse uma só opção de escolha entre a malária e a dengue, preferiria 10 vezes a primeira opção, do que ½ dengue. Minha malária, após ser descoberta e identificada como falciparum pelo pessoal da SUCEM, foi curada com apenas uma dose de remédios específicos para meu caso. No caso da dengue, fiquei uma semana de “molho”, com dores de cabeça e no corpo e tendo como remédio um famoso antifebril/dores. As sequelas da dengue duraram meses e até esta data - quase dois anos -, suspeito que ainda sinta alguma coisa relativa a ela, que não mostra realmente “sua cara”. A mídia e autoridades de saúde, falam em uma vacina para a dengue, doença esta recente em comparação com a malária, que é algo que não acredito. Ao ler o texto abaixo, extraído da Internet, o leitor verá porque desta descrença. Os tais mosquitos pertencem à mesma família Culicidae, divergindo apenas no gênero, enquanto um é Anopheles e o outro é Aedes. Como sou um leigo no assunto, imagino porque a malária, que é um mal mundial e que até hoje não foi descoberta a vacina, como irão nossos pesquisadores descobrir a vacina para a dengue? Fica a pergunta.

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                                                     INFORMAÇÃO

Família Culicidae.
Aedes (vetor do vírus da Dengue e da Febre Amarela) e Anopheles (vetor da Malária e filariose linfática).
Malária
Os primeiros indícios de descrição da Malária estão em textos religiosos e médicos da antiguidade que relacionavam algumas febres sazonais como punição divina, sendo Hipócrates, na Grécia do século V A.C, o  primeiro a descartar superstições, relacionando as doenças febris com a sazonalidade, e locais frequentados pelos doentes, e a descrever o  quadro clínico e complicações da Malária. 
No século XVI, a Malária chega ao Novo Mundo pelas viagens de colonizadores espanhóis e portugueses. No século XVII, os padres jesuítas observaram o uso de cascas de árvores nativas pelos indígenas da América, para curar doenças febris, levando-a para a Europa em forma de pó - o "pó dos jesuítas", recebendo o nome de Cinchona, em 1735, e em 1820, o seu   princípio ativo foi isolado, o Quinino.
Dengue
 As primeiras descrições da doença datam de 1779, sendo que sua causa viral e seu modo de transmissão foram descobertos no início do século XX. 
As espécies de mosquito envolvidas na transmissão da infecção pertencem ao gênero Aedes.  Nas Américas, o Aedes aegypti é o mais importante e talvez o único vetor da enfermidade. Caracteriza-se por ser um mosquito de hábitos exclusivamente urbanos, reproduzindo-se em criadouros artificiais localizados nos domicílios e em seus arredores. Seus criadouros mais comuns são latas, pneus, vasos e demais utensílios descartados e encontrados em áreas menos providas de infra-estrutura, de saneamento básico, especialmente no que se refere à coleta de lixo e à rede de abastecimento de água.
Um outro vetor associado à transmissão da doença é o Aedes albopictus, inseto originário da Ásia que desde 1980 teve sua dispersão para outras partes do mundo. Sua primeira identificação no Brasil se deu na cidade do Rio de Janeiro, em 1986 (Gomes et al., 1999).

Fonte Internet - FMUSP/Wikipéd

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