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O barco é
encaixado por meio dos “racks” - Rural Willys
original. Detalhe da placa
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Liberdade.
Essa é a sensação do pescador amador quando adquire um barco
para suas pescarias. Ir onde quiser pescar como quiser, sem precisar pedir
favor a ninguém é muito bom. No entanto, levar o barco até o local da pescaria
pode ser um problema, se não respeitarmos algumas normas básicas, sendo a
principal delas a segurança na viagem.
Vamos aos detalhes...
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O formato do
fundo do barco determina o tipo de carreta
Não sei se o pescador amador já percebeu, mas os melhores
locais de pesca geralmente não têm infraestrutura nenhuma para atender aos
nossos anseios de pescaria. E isto sem dizer que, quando se está desembarcado
de um lado do rio, represas ou mesmo na praia, nossos olhos sempre se voltam
para o outro lado e nossa mente insiste em nos dizer que “lá longe” o lugar é
muito melhor para pescar. De posse de um barco, evidentemente pescaremos em
qualquer lugar, tanto do lado de cá, como do lado de lá ou, se preferirem, até
no meio. Mas como levar um barco com toda a segurança até nosso local de pesca,
seja ele a que distância for? Para transportar um barco com segurança, somente
duas opções serão válidas: a primeira é leva-lo sobre o carro, e a segunda é
utilizar-se de uma carreta.
EM
CIMA DO CARRO
Levar um barco em cima de um automóvel não é difícil,
logicamente dependendo do tamanho dele. Para fazer isso com segurança absoluta,
o pescador deverá adquirir dois suportes especiais, também chamados de “racks”,
firmes e seguros. Esses suportes – que nada mais são do que duas peças de
alumínio ou outro metal qualquer, encaixadas e apertadas por meio de
“borboletas” nas calhas laterais do carro, dependendo do tamanho e do peso do
barco – devem ser firmes e resistentes.
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O carro de
reportagem da Aruanã trabalhando na praia
Devem ser – e aqui leva-se em consideração o tamanho do carro
– de maneira que o barco fique equilibrado sobre eles, sem pender para frente
ou para trás. A altura permitida para esse tipo de volume é de 70 cm acima do
teto do carro, e tanto a frente como atrás do carro, o volume não deverá
ultrapassar 1 metro. Tem lei especifica a respeito. Aliás, quando em viagem,
amarre um pano vermelho na parte traseira do barco, que obrigatoriamente deverá
ir de cabeça para baixo e sempre com a proa voltada para a frente do carro. O
passo seguinte, após colocar-se o barco na posição, é o fator mais importante
na segurança, ou seja, a amarração. Primeiro amarre o barco junto aos dois
suportes, e para essa tarefa, o melhor material são as câmaras de ar de
bicicletas. Procure amarrar com a câmara dupla, tendo o cuidado de não deixar
frouxo, e nem muito esticado. Feito isso, amarre a proa do barco com uma corda,
de preferência de nylon, vindo desde o barco até o para-choque do veículo. Não
estique demais, senão a popa do barco irá levantar. Amarre firme com uma ou
duas voltas, no limite da posição normal do barco em cima dos suportes. Na
parte traseira do carro, utilize novamente as câmaras de ar de bicicletas ou
cordas, usando duas neste caso, já que normalmente todos os barcos de alumínio
possuem duas manoplas. Amarre uma câmara em cada manopla e passe, esticando
razoavelmente, pelos para-choques do carro. Pronto, seu barco viajará
corretamente, firme e seguro. Durante a viagem, de quando em vez, ao parar em um
cafezinho, aproveite para dar uma “geral” nas borboletas de aperto do suporte.
Elas costumam se soltar gradativamente, daí a importância de se observar esse
conselho. Finalizando, respeitar os limites de velocidade da estrada, levando
em conta o fato de estar transportando uma carga alta, é recomendável,
principalmente tendo o cuidado para fazer as curvas. |
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As carretas
usadas nas aventuras
As amarras de corda e as câmaras de ar também devem ser
verificadas ocasionalmente. Como dica final, é sempre bom levar mais câmaras de
ar de reserva.
USANDO A CARRETA
A segunda opção é a utilização da carreta, criada
exclusivamente para essa finalidade. Porém, antes de sua confecção ou de sua
compra, devemos observar qual será o tipo de barco a ser transportado,
principalmente pelas características do fundo do mesmo, que tanto pode ser
chato como em forma de “V” ou quilha. Uma carreta de barco poderá ser de
madeira ou ferro, e a escolha dependerá da vontade do pescador, já que ambas
têm praticamente o mesmo peso. De construção simples, pois nada mais é do que
um chassi com um ou dois eixos, esse equipamento apresenta algumas variações em
sua estrutura onde o barco será apoiado e o sistema de suspensão, que pode ser
de molas ou amortecedores, ou até mesmo os dois juntos. A amarração de um barco
à carreta também é tarefa simples, mas que deve ser feita com cuidado e
perfeição. Novamente as câmaras de ar poderão ser usadas no meio do barco,
porém, tanto na popa como na proa, usam-se cordas, para maior segurança. Aqui
uma dica: quando amarrar o barco na carreta, não force demais as cordas, já que
tal ação costuma danificar ou mesmo entortar o barco, principalmente se ele for
de alumínio, que hoje é a grande maioria. Ao sair da fábrica, a carreta deverá
vir com toda a sua documentação em ordem, tal como certificado de propriedade,
placas e seguro. Em sua traseira haverá um para-choque, onde as luzes de pisca,
lanterna e freio devem estar em perfeito funcionamento. O transporte da carreta
pelo carro é feito através de um engate no auto e um plug na parte elétrica do
mesmo. Esse plug é uma peça que deverá ser verificada periodicamente, assim
como toda a fiação e lâmpadas existes na carreta. Em viagem, é aconselhável
levar-se um estepe e lâmpadas sobressalentes para a carreta.
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Carreta de alumínio
da Levefort – Até hoje insuperável
Como se vê, tanto um como com outro equipamento fica bastante
fácil transportar o barco. A vantagem maior fica com a carreta, pois nela, além
do barco, podemos levar também uma boa parte da carga, o que deixa o veículo
com muito mais espaço. É também um pouco mais complicado manobrar com a
carreta, porém com um pouco de prática, essa tarefa também se torna rotina. No
trajeto com um barco na carreta, é sempre conveniente colocar, além do pino que
trava a carreta no engate, um outro tipo qualquer de segurança extra, tal como
uma corda ou uma corrente e cadeado. Finalmente quando se pesca no mar e
entra-se com a carreta dentro da água, será necessário fazer-se uma manutenção
periódica, bem como a lavagem e lubrificação. Aí está portanto, pescador
amador, duas opções que você tem para carregar seu barco com toda a segurança e
poder pescar onde quiser, desfrutando do sentimento de liberdade descrito no
início desta matéria.
NOTA DA REDAÇÃO: Todos as dicas aqui dadas referentes à amarração, são
usadas pela equipe Aruanã em nossas viagens de reportagens, algumas com
centenas de quilômetros. Nunca, em tempo algum, tivemos qualquer problema com
essas dicas. Quando nos referimos as “câmaras de ar”, as mesmas podem ser as de
bicicleta, que aliás tem em diversos tamanhos nas borracharias. As usadas, além
de mais baratas, tem a mesma utilidade e segurança. E um outro item que nos
deixa saudades – já que parece que não estão mais sendo fabricadas – são as carretas
da Levefort, todas em alumínio, sem nenhum parafuso, já que eram soldadas o que
as tornavam a melhor de todas as carretas fabricadas e em qualquer tempo.
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Revista
Aruanã Ed:13 publicada em 12/1989
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Toninho, conheço essa pick up com faixa vermelha, já andei nela. Como era o nome da represa onde gravamos o "Black Bass"?
ResponderExcluirO vídeo do bass Marcão, foi gravado na represa do Alecrim. Uma, entre as 7 represas do rio Juquiá. Foi meu pesqueiro exclusivo desse peixe durante muitos anos. E a pick up era da reportagem da revista sim. Boa memória a sua. Abraço
ResponderExcluirLocal maravilhoso...
ResponderExcluirEstando na represa e tão perto de S.Paulo, dificilmente poderia se imaginar a sua quase intocável mata, nascentes e cachoeiras. No fim de minhas idas no Alecrim, não sei como, alguém montou um tipo de pesqueiro alugando barcos. Foi o suficiente para a depredação começar. Redes, tarrafas, anzóis de galho, corte de palmito e por aí. Infelizmente foi e deve estar ainda mais depredada.Uma pena realmente.
ResponderExcluirLevar o barco não é ou era uma tarefa difícil, o maior problema era passar pelos guardas... não havia um que não nos parasse!!!
ResponderExcluirUm inferno kkkkk
Até hoje é assim, já que muitos deles (fiscais) continuam a pensar que somos um bando de desocupados e infratores. Mas eu até que gosto, já que antes de qualquer viagem, fazíamos uma manutenção completa no equipamento, para não haver nenhuma falha. O melhor de tudo era ver a cara deles, ao nos devolver os documentos, sem terem achado qualquer infração. Delicia rs
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