sexta-feira, 12 de outubro de 2018

ESPECIAL - ARUANÃ NA SUÉCIA












Rio Mörrum

A cidade de Svängsta fica no sul da Suécia, próxima do Mar Báltico. É uma pequena cidade às margens do rio Mörrum, que é o rio mais importante desse país. Nele, a pesca do salmão é a atração principal, com peixes de até 31 quilos (recorde). Registros mostram a pesca amadora praticada ali a partir do ano de 1243. Há cerca de cem metros da margem direita do Mörrum está localizada a fábrica da Abu Garcia, com suas modernas instalações. Pode ser considerada uma metalúrgica, porém em nada afeta as águas do citado rio. 

Museu da Abu Garcia
Salmões






















Nossa visita começou pelo museu da Abu Garcia, que está localizado nas instalações antigas da fábrica. Ali funcionava desde 1887 a AB Urfabrikem. “Ab” significa sociedade anônima (SA), e “Urfabrikem” significa fábrica de relógios, sendo então usada a sigla Abu para definir a marca. Nesse museu estão todas as máquinas originais, que fabricavam relógios e anos mais tarde, taxímetros, mostrando então que a Abu começou fabricando máquinas de precisão. Seu fundador, Henning Hammarlund, fundou a empresa em 1887, com o nome de Halda Watchmaking. 


Fábrica

Em rápidas pinceladas, podemos citar algumas datas importantes. Em 1920, Carl A. Borgström assumiu a direção da empresa, e em 1921 fundou a Abu. Em 1939, a Abu fabrica o primeiro molinete, e em 1941 a primeira carretilha. O nome original de tais equipamentos era Record, porém em 1952 as carretilhas passaram a se chamar Ambassadeur e em 1965 os molinetes receberam o nome Cardinal. Em 1969, a Abu começou a fabricar varas, e em 1979 adquiriu um distribuidor americano chamado Garcia, sendo que em 1984 mudou seu nome para Abu Garcia. 

Record, a primeira carretilha

Em 1991, as carretilhas passaram a ser montadas automaticamente em linha robotizada. Em 1993 saiu a primeira carretilha com corpo de alumínio, e em 1995 a OTG Outdor Technnologies – adquiriu a marca Abu Garcia. Essa empresa norte americana é também detentora das marcas Berkley e Fenwich. Na visita à fábrica acompanhamos as seis etapas de fabricação. Começamos pela estamparia das peças, passando depois para o setor de polimentos, e logo a seguir pela cromeação e cor, que é feita pelo processo eletrolítico. 

Linha de montagem manual

A fase seguinte é das engrenagens, com coroa e pinhão em bronze, passando então à montagem das carretilhas e molinetes. A maior parte é feita manualmente, sendo que as carretilhas do lado direito já estão sendo montadas em linhas automatizadas e robotizadas. Por fim, visitamos a seção de embalagens. A Abu Garcia fabrica hoje anualmente de 800 a 1 milhão de carretilhas e 2 milhões de molinetes, que após um período sendo fabricados fora do país, passam agora a serem fabricados novamente na Suécia. 

Computador a laser

Como detalhes, podemos citar que todos os furos feitos no corpo da carretilha são conferidos em um computador a laser, bem como eixos e peças internas. No setor de testes, verificamos que o desarme é acionado 50.000 vezes, e o freio 15.000 vezes. O guia-linha e o carretel ficam cem horas trabalhando, e as carretilhas marinizadas recebem água salgada vaporizada durante cem horas. Não é a toa, portanto, a qualidade dos produtos Abu Garcia. 

Lançamentos para 1998

Para 1988, podemos citar em primeira mão algumas novidades e alguns lançamentos, sendo que a carretilha Ultra Cast já está a disposição dos pescadores brasileiros. A carretilha Mörrum chegará brevemente; além dela, chegarão também as carretilhas C4 e Big Game. No setor de molinetes, foram lançados o Tournament e a série 50 da Cardinal. Para os amantes de fly, a Abu Garcia está lançando dois novos modelos de carretilhas: o Diplomat e a série 56. 


Bengt Olofsson, diretor presidente da Abu Garcia                                                       Henrik Rosencrantz   Björn Everman

Mas a grande novidade, que estávamos reservando para o final, é uma carretilha “anti-cabeleira”. Será lançada em abril de 1998, e realmente é um modelo revolucionário, onde fica impossível provocar uma cabeleira na linha ao dar um arremesso errado. Trata-se de um dispositivo (veja foto) em cima do corpo da carretilha que funciona como uma espécie de alavanca móvel, que é atravessado pela linha de pesca. Para os mais experientes no arremesso, esse dispositivo pode ser trancado, voltando a ser uma carretilha tradicional. 

Antonio , Henrik e Alexandre 




Protótipo da carretilha que impede a “cabeleira”


Para o pescador que não tem intimidade com o lance de carretilhas, esse dispositivo pode ser aberto, evitando a formação da cabeleira. Testamos esse modelo e podemos afirmar que torna-se impossível, faça o que se fizer nos lances, acontecer uma cabeleira. Finalmente, visitamos a seção de peças e consertos, onde todas as reclamações são atendidas. O gerente industrial deu-nos inclusive alguns conselhos sobre a lubrificação tanto dos molinetes como das carretilhas. 

Mapa da localização da Abu Garcia

Segundo ele, os pescadores devem lubrificar esses equipamentos com uma mistura de 50% de graxa e 50% de óleo mineral; para as engrenagens e na parte do eixo, deve-se utilizar somente óleo mineral. Aí está portanto, um breve relato sobre a fábrica da Abu Garcia na Suécia. Queremos agradecer a atenção com que fomos recebidos pelos senhores Bengt Olofsson (diretor-presidente), Björn Everman (relações públicas) e Henrik Rosencrantz (gerente para a América Latina). 

        O museu da pesca

Vai ainda um agradecimento especial ao Alexandre Mussi Fortes, diretor da Mustad do Brasil, representante da Abu Garcia em nosso país, que nos acompanhou em toda a viagem. Como novidades, podemos esperar este ano ainda uma redução nos preços dos equipamentos da Abu Garcia, o que vai tornar essa marca muito mais competitiva em preços, já que na qualidade a Abu Garcia é incontestável.
                                                  NOTA DA REDAÇÃO
Não podíamos deixar de citar uma visita que fizemos a uma estação de piscicultura e a um museu de pesca na cidade de Mörrum, junto ao rio do mesmo nome. 

O melhor pesqueiro do rio Mörrum

O que vimos pode ser descrito como impressionante. Para se ter uma idéia, nessa estação de piscicultura são criados e soltos por ano cerca de um milhão de alevinos de salmão. Na temporada de pesca é cobrada uma taxa de até 150 dólares por dia, de acordo com a qualidade de pesca do local, podendo o pescador levar para casa um salmão e duas trutas do oceano. Se pescar no sistema de pesque-e-solte, poderá fisgar quantos peixes quiser. No museu, encontramos toda a história do rio Mörrum, bem como dados sobre a topografia do rio, melhores locais de pesca, melhores iscas e o registro da primeira pescaria de salmão datada de 1243. Sem mais comentários...


Revista Aruanã Ed:60 Publicada em 12/1997


Nenhum comentário:

Postar um comentário