sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

DICA - OS BURACOS NA PRAIA











Nas chamadas praias rasas, alguns locais são mais piscosos que outros. Com certeza, são os chamados buracos de praia. Descubra como localiza-los



Buraco na praia indicado pela seta

Alguns pescadores amadores acham que pescar na praia é fácil. Porém, muitas vezes, na prática, essa teoria cai por terra. Ou seria cai por areia? A pesca de praia tem alguns detalhes muito importantes. Na Revista Aruanã já demos muitas dicas sobre materiais corretos a serem utilizados, tais como varas, carretilhas e ou molinetes, chicotes, anzóis, chumbos e iscas, portanto, vamos passar diretamente para as informações sobre a pescaria em si. A primeira providência será estudar a tábua das marés para saber a altura da maré em questão e principalmente o horário da enchente, já que mostramos e provamos que, na pesca de praia, o melhor horário será sempre o da enchente da maré. Sem exceção. Maré escolhida teremos que chegar cedo, pois na maré mais baixa conseguiremos pegar as melhores iscas para a praia, que serão o corrupto, o sarnambi, a tatuíra e a minhoca de praia. Regra também sem exceção, e aqui vai um aviso aos mais sossegados: camarão morto, sardinha, e parati em filé, manjuba e outros são também boas iscas, mas perdem de longe para as colhidas na própria praia. As iscas podem ser colhidas em qualquer local da praia, porém chega a hora em que devemos nos preparar para a pescaria e escolher o melhor local para montar nosso equipamento. 


Praia junto ao rio Guaratuba (SP)
Afinal de contas, vamos ter uma pescaria de aproximadamente seis horas de duração, que é o tempo que irá durar o ciclo da enchente da maré. Podemos acrescentar mais um tempo que será o do fim da vazante e começo da enchente, também muitos bons. Vamos supor que você esteja de carro e que possa circular livremente pela areia da praia (não estranhe o leitor essa dúvida, já que são muitas as prefeituras municipais que estão fechando o acesso às praias e proibindo o trânsito de veículos nas mesmas. Citamos, como exemplo, o caso de Bertioga, no litoral norte de São Paulo, onde a maioria das praias está com o acesso fechado a veículos). Pois bem, com o carro circulando pela areia, vá observando locais onde os canais de praia estão bem delineados. Na Aruanã, já demonstramos que os canais de praia estão naqueles pontos onde as ondas perdem a espuma branca, formando apenas ondas que logo adiante arrebentam, voltando a ter a espuma branca. Quando observar esses locais, novamente passe a observar bem a espuma das ondas. Normalmente, o sentido é do mar para a praia, porém – e aqui é que está o segredo – em alguns locais vamos perceber que, além das ondas virem do mar para a praia, algumas pequenas ondas de espuma terão um sentido diferente, correndo paralelamente à direção da areia, ou seja, em sentido norte-sul, e não leste-oeste, como as ondas maiores. 


Praia junto ao rio Guaraú

O melhor a fazer nesta hora é parar o carro, descer e observar melhor essas ondas.  Se não for muito trabalhoso, entre na água e procure sentir com os pés onde começa o buraco na praia. Não é preciso andar ele todo, já que em muitas praias esses buracos têm grandes proporções em diâmetro. O importante é saber onde ele está e ali jogar a sua isca, pois com certeza, os peixes lá estarão. Uma boa dica é que às vezes os buracos da praia estão bem perto da areia. Não despreze esse local, pois se ele está com água rasa na maré baixa, na enchente da maré, à medida que as horas forem passando, irá ficando mais fundo. O importante é ir catalogando todos os locais onde hajam buracos na sua praia escolhida. E, algumas praias até fica mais fácil achar esses buracos, pois os salva-vidas costumam proibir o banho de mar no local e até colocam placas com o aviso “proibido nadar”. Um outro local onde inevitavelmente vamos achar buracos são as praias onde houverem rios que nelas deságuam.  É só chegar perto da foz e observar novamente a espuma das ondas: os buracos tanto podem estar à direita como à esquerda da foz do rio e, importante, em distâncias de no máximo um quilômetro em ambos os sentidos. Mas poderia o leitor perguntar: porque são esses buracos tão importantes? Existem várias maneiras de responder a essa pergunta. 

Concentração da isca sarnambi (RS)

Podemos, por exemplo, dizer que nesses buracos normalmente existe um tipo de lodo onde várias espécies de peixes ou crustáceos desovam. Esses buracos são também moradia de pequenos peixes e siris.  E mais, toda a matéria orgânica que transitar na correnteza, pelos canais de praia, encontrará nos buracos locais de depósito, já que a correnteza ali será menor. Como matéria orgânica entenda-se micro-organismos, peixes e camarões mortos, enfim, todo alimento que, por uma razão ou outra, está ao sabor da correnteza. Apenas como informação, podemos dizer que em alguns estados do Brasil, vários pescadores amadores estão usando barcos infláveis para, fora da arrebentação, procurar buracos onde possam pescar. Como não há espuma de ondas, esses pescadores estão usando sonares para essa localização, e têm feito pescarias espetaculares. Mas isso já é uma outra história que fica para uma próxima oportunidade, já que estamos pesquisando essa nova modalidade de pesca. Por enquanto, vamos localizar os buracos em nossas praias, para melhorar e muito os resultados de nossas pescarias. Afinal de contas, estamos na melhor época para a pesca de praia. Boa pescaria.

Revista Aruanã Ed: 61 Publicada em 02/1998

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

ROTEIRO - ROYAL CHARLOTTE











Pescar na Água Azul é a realização de todo pescador amador. Conforme a época e dependendo da localização do litoral, às vezes isso é quase impossível. Vamos conhecer o banco Royal Charlotte, onde pescar na água azul é possível o ano inteiro.



Porto Transamérica em Comandatuba

A nossa pescaria aconteceu durante o mês de agosto/92. Nossa meta era a água azul, na denominada Corrente do Brasil. Em outros litorais a água azul está muito distante da costa, o que torna quase impossível uma incursão ao local dos chamados peixes nobres. Saímos do Hotel Transamérica, na Ilha de Comandatuba, e a direção apontada na bússola era leste a 120° magnéticos. Estávamos em uma lancha de 30 pés de propriedade do hotel. Pelo sonar sabíamos e controlávamos a profundidade, e assim que se sai da barra do canal ela é de 4 metros. Em 15 milhas percorridas desde a barra, começamos a entrar em águas mais profundas, a princípio 13 metros, passando a 20 metros, logo depois a 300 metros e, finalmente, na tela do sonar, o vazio. Na carta do litoral a informação correta: estávamos a 1.700 metros de profundidade. 

O grande dourado

 A sensação que se tem, sabendo estar a tal profundidade, é estranha. Nada muda, a não ser na nossa mente, mesmo acostumados ao mar. A cerca de 20 milhas da costa a água azul já está presente e sua temperatura é de 24 graus. Por experiência sabemos que para pescar nestas águas a temperatura ideal é de 27 graus. Continuamos a viagem rumo ao Royal Charlotte. A primeira surpresa é um cardume de peixes-voadores, que com a aproximação do barco saem em vôos rasantes e de longa distância. Procuramos imediatamente algum sinal de peixes de bico, pois eles estão sempre à caça desses pequenos peixes, mas não avistamos nenhum. No entanto, uma grata e boa surpresa nos esperava logo mais adiante. De repente, ao nosso lado e a cerca de 50 metros, duas baleias enormes faziam evoluções, corcoveando a água e soltando jatos com seu tradicional barulho. 


Isca usada na pesca do dourado

Durante algum tempo navegamos lado a lado com as baleias, mantendo sempre uma distância segura, já que calculamos para cada baleia umas 5 lanchas nossas. Mantínhamos o rumo, e de repente, como em um passe de mágica, a tela do sonar mostrava o relevo Royal Charlotte. Profundidade 40 metros. O nosso leitor pode imaginar essa maravilha de parede de pedra, que estava em 1.700 metros e subitamente sobe para 40 metros. Na tela do sonar a impressão que se tem é de estar vendo uma cidade de arranha-céus por cima. Em alguns pontos, os parceis chegavam a apenas 25 metros de profundidade. Montamos três varas, usando iscas artificiais de lulas e rapalas, e começamos a corricar. A água é de um azul profundo e a temperatura é de 27 graus. 

Atum

Passado certo tempo, uma das carretilhas começa a disparar a fricção, sinal de peixe. Vara na mão e toca a brigar. A luta demora aproximadamente 20 minutos e embarcamos o primeiro dourado-do-mar, com cerca de 16 quilos. E assim foi durante boa parte do dia. No final da pescaria, tínhamos como saldo dois dourados-do-mar, de 16 e 25 quilos, uma cavala de 14 quilos e um atum de mais de 25 quilos. Perdemos ainda duas boas puxadas, que não chegaram a fisgar, e uma linha 0.70 mm, arrebentada, já que o puxão do peixe foi muito forte, dando uma “cabeleira” (backlash) na linha. Outro fato muito interessante aconteceu na briga com o atum. Desde a fisgada até o peixe chegar perto do barco, passaram-se cerca de 25 minutos. Em alto mar, para esse tipo de peixe é costume usar-se um bicheiro de bom tamanho para traze-lo para a embarcação. 



A localização do Royal Charlotte
Tínhamos brigado muito com esse atum e ele dava mostras (e nós também) de cansaço. Com cuidado fomos trazendo-o até a popa do barco, quando então o marinheiro tentou “bicheirar”, mas errou o peixe. Com o riscado do bicheiro em seu corpo, esse atum deu um arranque final, levando novamente um bom pedaço de linha. Por precaução, tínhamos regulado a fricção do equipamento e a linha saia com pressão. O atum então parou no fundo e deu bastante trabalho para traze-lo novamente à superfície. A recomendação agora ao marinheiro era que “pelo amor de Deus!” não errasse a bicheirada, já que nossos braços começavam a ficar dormentes. Peixe embarcado e varas novamente montadas, continuamos a corricar, naquela “vidinha dura” que só pescador amador sabe com o é. Depois de certo tempo, vimos o primeiro sinal de bico logo atrás de uma isca de lula azul que vinha surfando na superfície, montada na lateral esquerda do barco. A primeira vista nos pareceu um sailfish. 




A baleia
Durante alguns segundos nadou atrás da isca, mas não atacou. Outro sinal de peixe de bico foi visto no horizonte e era um marlim azul de bom tamanho. Por certo, se estivéssemos equipados com farnangaios (isca própria), teríamos fisgado alguns peixes de bico. Mas nossa principal intenção era descobrir o Royal Charlotte e isso fizemos com exatidão, e para aqueles que gostam de detalhes, a posição exata de banco é a latitude de 15°S55’ e a longitude de 038°W30’, ficando mais ou menos em linha reta com a cidade de Belmont no litoral, a cerda de 35 milhas. Outro fato bastante pitoresco acontecido nessa pescaria foi o encontro com um barco de pescadores profissionais, ancorado em uma das pontas do Royal Charlotte. 


Barco de pesca profissional

Encostamos nossa embarcação na deles e tivemos a oportunidade de ficar sabendo de detalhes de pescaria de fundo. Para se ter uma idéia, a linha de mão usada por esses profissionais era de 2.00mm, os anzóis são o 14/0 e em cada um colocam pedaços grandes de peixe ou então 6 sardinhas. Os peixes mais fisgados são garoupas, meros, ciobas, caranhas, etc., todos enormes. Essas são as principais dicas do banco Royal Charlotte, sendo este mais um roteiro conferido, testado e aprovado pela equipe da Revista Aruanã.

                                                AGRADECIMENTOS

Queremos agradecer a colaboração do Hotel Transamérica – Ilha de Comandatuba, pelo apoio dado à nossa equipe, o que tornou possível a realização desta reportagem.
                                                     

 Revista Aruanã  Ed:20 publicada em  10/1992

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

ROTEIRO - AS ANCHOVAS DE ILHA BELA









Se existe um peixe altamente esportivo no mar, seu nome é anchova. Estivemos em Ilha Bela no litoral norte de São Paulo, para praticar e analisar esta modalidade, com seus truques e dicas, além de descobrir onde as anchovas estão. Confira.



Costão de Alcatrazes

Ilhabela fica distante da capital de São Paulo cerca de 210 quilômetros, podendo ser atingida pela Rodovia Ayrton Senna ou mesmo pela Rodovia Dutra, com entrada para o litoral pela cidade de São José dos Campos. Pode ainda ser atingida pela rodovia Rio-Santos, que margeia todo o litoral paulista desde Bertioga, em São Paulo, até o estado do Rio de Janeiro. Esta ilha deve ser considerada como a maior ilha oceânica do litoral brasileiro, com seus 139 quilômetros de perímetro. Em toda a sua costeira há centenas de baías, 30 praias e cerca de 300 cachoeiras. Nesta ilha também se encontra intocada grande parte da Mata Atlântica, o que dá à Ilha Bela um aspecto muito bonito. O mar nessa região ainda é limpo e, nas pedras do costão, os microorganismos, tais como cracas, mariscos e ostras, garantem a piscosidade local. 

Anchova

Mas nossa meta é a anchova, e é sobre esse peixe em especial que falaremos nesta matéria. Pescar anchovas há algum tempo atrás era sinônimo de corricar em mar aberto, ou seja: com um barco, deixava-se algumas iscas artificiais atrás e com a ajuda de um motor, percorria-se grandes distâncias, fisgando vez por outra alguns peixes dessa espécie. Passava-se um dia inteiro corricando, muitas vezes tendo sucesso e em outras não. No ato de corricar, a preocupação era passar o mais perto possível de pedras, pois é nesses locais que as anchovas costumam estar. As iscas mais corretas nessa modalidade eram as de barbelas, tanto curtas como longas. Somente há bem pouco anos atrás começou-se a pescar anchovas com lances, mantendo o barco parado. 

Revoada de Fragatas

De imediato, podemos afirmar que esse novo tipo de pesca é muito mais produtivo que o anterior, já que no corrico dificilmente iríamos entrar em baías pequenas, pois o perigo em tais locais é eminente. A fórmula para se entender esse tipo de pesca de lances é simples. Sabemos que as anchovas, têm como local preferido os costões, pois será sempre junto às pedras que estarão os pequenos peixes, principal alimento dessa espécie. Predadora por excelência, muitas vezes a anchova ataca esses pequenos peixes em cardumes. Isso para o pescador já constitui uma boa dica, pois fisgando um peixe desses, será inevitável fisgar outros da mesma espécie no mesmo local. Os melhores pesqueiros para jogar nossas iscas artificiais serão sempre aqueles onde haja bastante movimentação de ondas, com batidas freqüentes das mesmas nas pedras. Quanto mais a água estiver “mexida”, mais estará assegurada a presença de anchovas. 

Olhete

Na Ilha Bela não poderia ser diferente e isso pode ser citado como regra, pois em todo o litoral do Brasil esses serão sempre os melhores locais. Voltando aos pesqueiros dessa ilha em especial, podemos citar como os melhores locais (veja mapa) a Ilha da Serraria, a Ponta das Cabeçudas, a Ilha de Búzios, a Ponta do Boi, a Ponta da Pirabura, a Enseada das Anchovas e até a Ilha de Alcatrazes, que fica distante de Ilha Bela cerca de 27 milhas. Uma outra boa dica é usar equipamento leve, o que garante maior esportividade na briga com o peixe e, por outro lado, nos permite dar lances longos, às vezes com até 50 metros de distância. Usamos em nosso roteiro varas com até dois metros de comprimento e linhas com bitola variando de 0.30 a 0.40mm. 

Popper Maria Yamashita

A explicação para os lances longos refere-se aos locais onde a anchova está, já que não podemos nos aproximar demais da costeira pelos perigos que tais locais apresentam. . Daí explicação para os materiais leves, pois fica muito mais fácil pescar com tais equipamentos, lançando bem e a grandes distâncias. No capítulo de iscas artificiais, usamos as iscas Maria fabricadas pela Yamashita, principalmente três modelos: tipo barbela, tipo Popper e tipo zara, por apresentarem peso apropriado para grandes lances, o que as torna ideais para essa modalidade. Mas o leitor mais atento irá estranhar o fato, principalmente, o uso de iscas de superfície em águas agitadas. Mas no caso das anchovas abre-se uma exceção para a regra das iscas artificiais. 

Anchova na isca Pop Queen

Podemos, sim, usar iscas de ação de superfície nessa modalidade de pesca, já que é sensacional ver as anchovas baterem nesse tipo de isca e, sem qualquer exagero, podemos dizer até que na superfície os resultados serão melhores. A dica é que devemos trabalhar tanto o popper como a zara rapidamente, recolhendo a linha constantemente. Vez por outra, devemos dar uma parada na isca e depois voltar a trabalha-la. Durante essas paradas, a anchova ataca a isca com uma voracidade tremenda, chegando mesmo a sair totalmente fora da água.  Nós fizemos essa matéria na Ilha Bela, por ocasião dos mais novo vídeo da série “Pescando com a Aruanã – Anchova”, que já se encontra à venda em nossa loja, a Aruanã Pesca. Vele a pena conferir esse vídeo, pois todas as explicações são dadas “ao vivo e a cores”. Em dois dias, fisgamos cerca de 20 anchovas, algumas com peso superior a 6 quilos. 


Mapa da Ilhabela
 Uma outra particularidade dessa pescaria é que muitas vezes estaremos pescando anchovas, e outros peixes, tais como olhetes, olhos-de-boi, xaréus e bonitos entrarão nas mesmas iscas e nos mesmos pesqueiros. Foi um caso especial nesta matéria, onde fisgamos um olhete de 11 quilos. Uma outra boa informação é que, aos contrário de informações anteriores, onde se dizia que a anchova é um peixe de inverno, podemos agora afirmar que esse tipo de pescaria de lances consegue-se fisgar anchovas o ano inteiro, o que, convenhamos, é ótimo para o pescador amador. Assim sendo, em se tratando de Ilha Bela, o calendário de pesca pode ser agora descrito da seguinte maneira: Anchovas, o ano inteiro. Nos meses mais quentes, ou seja, primavera, verão e parte do outono, nos mesmos pesqueiros e no mesmo material consegue-se fisgar espécies como xaréu, dourado-do-mar, bonito, bicuda e badejo. 


Carapau

Já no inverno teremos a presença garantida de sororocas, carapaus, olhetes, e olhos-de-boi. Apenas por essas afirmações, podemos citar Ilha Bela como um excelente local de pesca, visitado e aprovado pela equipe Aruanã.
                                                       INFORMAÇÃO
Nesta matéria na Ilha Bela contamos com a colaboração e assessoria de dois pescadores muito especiais: o Tuba e o Betão. Há muitos anos na ilha, esses dois pescadores conhecem profundamente todos os pesqueiros de Ilhabela e, o que é melhor, prestam serviços de guias de pesca nessa região. Possuem barcos novos, de diversos tamanhos e potências motorizadas e estão à sua disposição para futuras pescarias na Ilhabela. Os telefones dos dois são: Tuba – (012) 974-6219; Betão – (012) 477-2228 e 974-0923, onde nosso leitor poderá fazer as reservas para futuras pescarias e informações. 

 Betão e Tuba com anchovas

A Ilhabela possui toda a infra-estrutura, tal como restaurantes, hotéis, pousadas, farmácias, etc. Em especial, e que foram conferidos por nós, o Hotel Itapemar – Fone; (012) 472-1329 e o restaurante Cheiro Verde – Fone (012) 472-1755. Para se alcançar Ilhabela, deveremos utilizar os serviços de balsa, que funciona 24 horas por dia, sendo que essa travessia demora pouco mais de 20 minutos.

NOTA DA REDAÇÃO: Todas as informações como nomes e telefones acima devem ser confirmados. Quanto ao Tuba, ficamos sabendo que ele agora atende pescadores no Nordeste do Brasil e quem sabe, ao ler esta postagem, nos dê sua localização exata e seu endereço. Já quanto ao Betão, vez por outra o vemos em postagens nas Redes Sociais, não podendo informar sua localização, já que agora, parece que seu endereço atual é o mundo. Também vale a ele, sua manifestação. 


Revista Aruanã Ed: 59 Publicada em 10/1997

sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA NO BRASIL - OMC BRASIL









Fabricante dos motores de popa Johnson e Evinrude, a OMC Brasil está localizada em Manaus (AM) e é responsável pela produção e montagem dessas marcas em nosso país. Vamos conhece-la um pouco melhor.




Da esquerda para a direita: Raymond, Julio e Ermano.
A OMC Brasil é subsidiária da Outboard Marine Corporation-OMC e está instalada em Manaus desde 1989. Ocupando uma área de 12.000 m2, tem em seu quadro aproximadamente 60 funcionários. Na fábrica são montados, das marcas Johnson e Evinrude, os modelos de 3, 8, 15 e 25 HP, e as instalações têm a capacidade de produtiva de 900 unidades por mês. Todas as peças desses modelos são de fabricação americana, chegando à fábrica de Manaus para serem transformadas em motores prontos e completos, que após a montagem, recebem o acabamento de pintura e decoração. Todos os modelos são testados antes do envio, por intermédio dos revendedores, ao consumidor final.  Periodicamente, alguns motores são encaminhados para a matriz nos Estados Unidos, para testes de controle de qualidade. O tanque de combustível desses motores é a única peça fabricada no Brasil, também em Manaus. A linhas de montagem de todos os modelos é bastante simples e rápida, pois enquanto a parte mecânica é montada por funcionários especializados e treinados na matriz, na linha de pintura as unidades seguem paralelas por um túnel para receber a tinta, onde a secagem é feita a 110 graus centígrados. Nesse túnel de pintura há ainda um setor onde os vapores e odores da linha são filtrados e eliminados, mostrando a modernidade das instalações da OMC Brasil. Após a montagem final, os motores vão para o banco de testes, onde são colocados em tanques de água com temperatura regulada para simular nossas condições de navegação. Somente após exaustivos testes, são liberados para o consumidor. A garantia dos modelos montados na OMC Brasil é total, e cobre um ano contra qualquer defeito de fabricação. 


Uma das etapas da linha de montagem

Na fábrica de Manaus há ainda uma seção de peças onde podem ser encontrados os itens que compõe cada modelo das duas marcas. Mais de 62 pontos de venda em todo o Brasil garantem a distribuição dos motores, bem como oferecem peças e assistência técnica, sempre com a supervisão da própria OMC Brasil. Os modelos 1993 já estão sendo distribuídos e a versão 15 HP está com o visual completamente diferente dos modelos anteriores. Julio Pires de Almeida Neto, diretor geral, e Ermano Patrian, diretor industrial, são os responsáveis pela fábrica de Manaus. Ambos são pescadores amadores confessos e com freqüência visitam a região da Bacia Amazônica, onde o tucunaré é o peixe mais procurado. Por ocasião de nossa visita à OMC Brasil, conversamos também com Raymond M.Cartade, que é o presidente da OMC para a América Latina. A exemplo de seus diretores é também um entusiasta pela fábrica de Manaus, que, em sua opinião, “tem condições de liderar o mercado não só no Brasil, mas em toda a América Latina.” A qualidade dos motores Johnson e Evinrude é igual em todo o mundo e a fábrica de Manaus está colocada, por sua modernidade, como uma das melhores de toda a organização da OMC “mundial”, justifica ele. Através de mais este “Quem é Quem” a Aruanã prossegue mostrando ao pescador amador brasileiro mais um fabricante de um produto muito importante para o sucesso de nossas pescarias: o motor de popa. A qualidade dos produtos OMC está comprovada, e o que é melhor: a fábrica se localiza dentro do Brasil, o que já garante melhor atendimento, rapidez na entrega de peças e assistência técnica acessível.





NOTA DA REDAÇÃO: A OMC mundial, cessou suas atividades em todo o mundo, tendo com isso fechado também sua fábrica em Manaus.