O ditado “tamanho não é documento” com certeza não se aplica
às iscas artificiais. Neste caso, sim, o tamanho é muito importante. Senão
vejamos.
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Um lambari fisgado em uma isca maior do que ele.
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Robalo fisgado em isca pequena
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Pedras em rios de litoral. Nesta estrutura para robalos usar iscas médias/grandes
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Normalmente usamos esse equipamento bem acima no rio de
litoral e nas pequenas galhadas de margem, que são o berço dos pequenos
robalos. Estes peixes não devem ser embarcados devido a seu tamanho, mas
proporcionam uma boa briga, onde o mais bonito é o ataque deles nessas iscas
pequenas. Se usarmos uma isca maior, dificilmente irão atacá-la. Às vezes porém
pagamos um alto preço pela ousadia de usar um equipamento ultra-leve, quando
acontece de estar nessas pequenas galhadas um robalo grande – e aí é perder a
isca, com certeza. Nas galhadas “mais suspeitas”, se é que assim podemos
chamá-las, ou seja, aquelas galhadas de meio de rio ou na margem, maiores ou em
locais mais fundos, podem haver robalos de tamanho médio, e neste caso é a hora
de equipamento médio. Tal equipamento pode ser descrito como vara de 10 a 20
libras, linhas de bitola 0,30 a 0,35 milímetros e molinete ou carretilha
médios. A isca pode ter um peso dentre 8 a 12 gramas, que se consegue
arremessar com facilidade. Bem trabalhada a isca, o ataque é inevitável. Neste
caso, o robalo médio ataca também uma isca pequena, mas pode refugar uma isca
maior.
Pantanal: iscas grandes com garatéias fortes
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Finalmente, há aquelas estruturas “perigosas”, tais como
pedras, pilastras de ponte e grandes galhadas, que são os locais onde os
grandes robalos costumam ficar. Nesses locais, um equipamento médio/pesado é o
ideal, e a vara de pesca pode ser de 10 a 30 libras, linha 0,40 milímetros, às
vezes até com um líder de maior bitola, e carretilha ou molinete maior. A isca
artificial pode ser grande no tamanho e no peso, que pode variar entre 10 a 30
gramas, e por certo estará guarnecida com garatéias bem fortes e resistentes,
já que são as mais recomendadas nesse caso. Neste ponto é que falamos então que
tamanho é documento. O robalo grande ataca a isca pequena ou média? A resposta
é sim, só que a chance de conseguirmos trabalhar esse robalo grande é mínima ou
nenhuma, tendo em vista o tamanho das garatéias e a bitola da linha. O robalo de tamanho médio ataca isca pequena?
A resposta é sim, mas por certa a isca e suas garatéias mais a linha não irão
aguentar a briga. Por outro lado, o robalo não irá atacar a isca grande com a
mesma facilidade que ataca a isca média.
Galhadas de robalo:Neste tipo, iscas pequenas/médias
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Tudo isso aqui descrito são normas e não regras, já que às
vezes um pequeno robalo ataca uma isca do seu tamanho ou até maior do que ele. Mas isso, se não é raro, é difícil de
acontecer. O certo mesmo é aproveitar essa dica e usar os três equipamentos
aqui descritos. A utilização do robalo nesta matéria como exemplo é mera
coincidência, pois poderíamos usar qualquer outro predador e a regra seria a
mesma. Evidente está que o peixe predador prefere sempre uma isca pequena, já
que na natureza os pequenos peixes darão a ele problemas menores para atacar e
engolir suas presas.
Robalo fisgado com iscas de tamanho médio
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Um outro exemplo que podemos citar é o caso dos tucunarés.
Quando alguém nos pergunta qual a melhor isca para a pesca de tucunarés,
costumamos responder com outra pergunta: a pescaria de tucunarés vai ser onde?
Normalmente o pescador estranha essa nossa pergunta, já que o tucunaré é o
mesmo peixe em qualquer lugar. A diferença, explicamos então, é que se formos
pescar em uma represa do estado de São Paulo, os tucunarés irão atingir um
tamanho de no máximo 4 quilos. No Araguaia e outros locais parecidos podem
atingir 6 quilos, enquanto nos rios do Amazonas ou outros locais semelhantes,
podem atingir até 12 quilos ou mais. Mais uma vez, o tamanho da isca artificial
será documento, principalmente o tamanho e a robustez de suas garatéias.
Olhando-se por esse prisma, a nossa pergunta passa a ter sentido, não é mesmo?
Podemos citar outros casos em que uma isca pequena e um
equipamento leve não irá fazer muita diferença no que se refere ao tamanho dos
peixes: é o caso dos black-bass. Isca pequena ou média, com garatéias
reforçadas ou não, ira trazer o peixe até as mãos do pescador, já que o bass
não costuma brigar muito. É bom salientar que estamos falando de bass no
Brasil, que dificilmente passará de 4 quilos. Nos Estados Unidos esse peixe
pode atingir cerca de 10 quilos, e aí a coisa muda totalmente.
Nestas galhadas no fim dos rios de litoral: iscas pequenas/médias
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Bass fisgado na isca de barbela
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O pescador mais astuto já percebeu onde queremos chegar, e
não vamos nos alongar mais. Resta apenas dizer que os peixes que atacam uma
isca artificial preferem a de tamanho pequeno. Como os problemas com essa isca
acontecem como acima demonstramos, o melhor é usar três tipos de equipamentos
como os citados e optar segundo sua sensibilidade e conhecimento, quando
estivermos em um poço ou uma galhada e for dar o lance. Podemos também contar
com o fator sorte, e pegar um grande peixe com um equipamento leve e brigar à
vontade, já que essa é a razão principal de uma pescaria esportiva. Agora, é
bom não arriscar muito na sorte, já que não existe nada pior do que perder um
peixe por estar com um equipamento inadequado para a ocasião. E normalmente,
peixe grande não costuma dar muita bola para o pescador. Essa é a razão de ele,
o peixe, ter conseguido atingir um bom tamanho, já que com certeza ele é o melhor
da espécie.
Para terminar, estamos falando de pesca com iscas
artificiais, modalidade essa onde tamanho é documento, pois em outras
modalidades nem sempre o tamanho do equipamento será documento. Mas isso é uma
outra história. Boa pescaria.
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