sábado, 11 de abril de 2015

EQUIPAMENTO: O TAMANHO DAS ISCAS ARTIFICIAIS









O ditado “tamanho não é documento” com certeza não se aplica às iscas artificiais. Neste caso, sim, o tamanho é muito importante. Senão vejamos.







Um lambari fisgado em uma isca maior do que ele.                                                         

Robalo fisgado em isca pequena                                                                                                                                                             



 Muito já se falou a respeito de iscas artificiais, e os temas sempre variam sobre as cores, formatos, tipos, de profundidade ou superfície, com ou sem barulho, de plástico ou madeira; enfim, quase tudo o que se relaciona a esses artefatos de pesca já foi amplamente divulgado e publicado. Sobre os tamanhos, porém, pouco ou quase nada foi divulgado, e em nossa opinião, este é um item também muito importante, pois nesse detalhe o sucesso de nossa pescaria estará sendo posto a prova. Dependendo da espécie de peixe a ser tentada, o tamanho de cada isca terá grande influência no ataque do peixe a nossa isca. É o caso específico, por exemplo, dos robalos. É normal, em uma pescaria de robalo, levarmos três tipos de varas distintas e montadas com equipamento ultra-leve, médio e médio/pesado. Explicamos. O equipamento ultra-leve é composto por uma vara desse tipo, molinete pequeno e linha no máximo bitola 0,20 milímetros. A isca é a menor possível e pode ser de barbela ou superfície, estando aí a razão de usarmos um molinete pequeno e uma linha fina, já que é o único equipamento que possibilita arremessar essa pequena isca.

Pedras em rios de litoral. Nesta estrutura para robalos usar iscas médias/grandes                                                                                                               


Normalmente usamos esse equipamento bem acima no rio de litoral e nas pequenas galhadas de margem, que são o berço dos pequenos robalos. Estes peixes não devem ser embarcados devido a seu tamanho, mas proporcionam uma boa briga, onde o mais bonito é o ataque deles nessas iscas pequenas. Se usarmos uma isca maior, dificilmente irão atacá-la. Às vezes porém pagamos um alto preço pela ousadia de usar um equipamento ultra-leve, quando acontece de estar nessas pequenas galhadas um robalo grande – e aí é perder a isca, com certeza. Nas galhadas “mais suspeitas”, se é que assim podemos chamá-las, ou seja, aquelas galhadas de meio de rio ou na margem, maiores ou em locais mais fundos, podem haver robalos de tamanho médio, e neste caso é a hora de equipamento médio. Tal equipamento pode ser descrito como vara de 10 a 20 libras, linhas de bitola 0,30 a 0,35 milímetros e molinete ou carretilha médios. A isca pode ter um peso dentre 8 a 12 gramas, que se consegue arremessar com facilidade. Bem trabalhada a isca, o ataque é inevitável. Neste caso, o robalo médio ataca também uma isca pequena, mas pode refugar uma isca maior.

Pantanal: iscas grandes com garatéias fortes                                                                                                                                          



Finalmente, há aquelas estruturas “perigosas”, tais como pedras, pilastras de ponte e grandes galhadas, que são os locais onde os grandes robalos costumam ficar. Nesses locais, um equipamento médio/pesado é o ideal, e a vara de pesca pode ser de 10 a 30 libras, linha 0,40 milímetros, às vezes até com um líder de maior bitola, e carretilha ou molinete maior. A isca artificial pode ser grande no tamanho e no peso, que pode variar entre 10 a 30 gramas, e por certo estará guarnecida com garatéias bem fortes e resistentes, já que são as mais recomendadas nesse caso. Neste ponto é que falamos então que tamanho é documento. O robalo grande ataca a isca pequena ou média? A resposta é sim, só que a chance de conseguirmos trabalhar esse robalo grande é mínima ou nenhuma, tendo em vista o tamanho das garatéias e a bitola da linha.  O robalo de tamanho médio ataca isca pequena? A resposta é sim, mas por certa a isca e suas garatéias mais a linha não irão aguentar a briga. Por outro lado, o robalo não irá atacar a isca grande com a mesma facilidade que ataca a isca média.

Galhadas de robalo:Neste tipo, iscas pequenas/médias                                                                                                                                          
Tudo isso aqui descrito são normas e não regras, já que às vezes um pequeno robalo ataca uma isca do seu tamanho ou até maior do que ele. Mas isso, se não é raro, é difícil de acontecer. O certo mesmo é aproveitar essa dica e usar os três equipamentos aqui descritos. A utilização do robalo nesta matéria como exemplo é mera coincidência, pois poderíamos usar qualquer outro predador e a regra seria a mesma. Evidente está que o peixe predador prefere sempre uma isca pequena, já que na natureza os pequenos peixes darão a ele problemas menores para atacar e engolir suas presas.


Robalo fisgado com iscas de tamanho médio                                                                                                                                        

Um outro exemplo que podemos citar é o caso dos tucunarés. Quando alguém nos pergunta qual a melhor isca para a pesca de tucunarés, costumamos responder com outra pergunta: a pescaria de tucunarés vai ser onde? Normalmente o pescador estranha essa nossa pergunta, já que o tucunaré é o mesmo peixe em qualquer lugar. A diferença, explicamos então, é que se formos pescar em uma represa do estado de São Paulo, os tucunarés irão atingir um tamanho de no máximo 4 quilos. No Araguaia e outros locais parecidos podem atingir 6 quilos, enquanto nos rios do Amazonas ou outros locais semelhantes, podem atingir até 12 quilos ou mais. Mais uma vez, o tamanho da isca artificial será documento, principalmente o tamanho e a robustez de suas garatéias. Olhando-se por esse prisma, a nossa pergunta passa a ter sentido, não é mesmo?

Podemos citar outros casos em que uma isca pequena e um equipamento leve não irá fazer muita diferença no que se refere ao tamanho dos peixes: é o caso dos black-bass. Isca pequena ou média, com garatéias reforçadas ou não, ira trazer o peixe até as mãos do pescador, já que o bass não costuma brigar muito. É bom salientar que estamos falando de bass no Brasil, que dificilmente passará de 4 quilos. Nos Estados Unidos esse peixe pode atingir cerca de 10 quilos, e aí a coisa muda totalmente.


              Nestas  galhadas no fim  dos rios de litoral: iscas pequenas/médias                                                                                 
Bass fisgado na isca de barbela                                                                                                                                                              

O pescador mais astuto já percebeu onde queremos chegar, e não vamos nos alongar mais. Resta apenas dizer que os peixes que atacam uma isca artificial preferem a de tamanho pequeno. Como os problemas com essa isca acontecem como acima demonstramos, o melhor é usar três tipos de equipamentos como os citados e optar segundo sua sensibilidade e conhecimento, quando estivermos em um poço ou uma galhada e for dar o lance. Podemos também contar com o fator sorte, e pegar um grande peixe com um equipamento leve e brigar à vontade, já que essa é a razão principal de uma pescaria esportiva. Agora, é bom não arriscar muito na sorte, já que não existe nada pior do que perder um peixe por estar com um equipamento inadequado para a ocasião. E normalmente, peixe grande não costuma dar muita bola para o pescador. Essa é a razão de ele, o peixe, ter conseguido atingir um bom tamanho, já que com certeza ele é o melhor da espécie.
Para terminar, estamos falando de pesca com iscas artificiais, modalidade essa onde tamanho é documento, pois em outras modalidades nem sempre o tamanho do equipamento será documento. Mas isso é uma outra história. Boa pescaria.


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