quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

SAÚDE --- FEBRE AMARELA






Em nosso país, atualmente, só existe a febre amarela em sua forma silvestre, mantidas nas matas da região amazônica e centro-oeste entre animais, principalmente macacos, e transmitida por mosquitos silvestres, podendo atingir o homem não imune que penetra nessas zonas de transmissão através da picada do mosquito infectado. Embora a forma urbana da doença esteja erradicada, as ocorrências de reinfestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti em algumas cidades possibilita o perigo da disseminação, pois se for picada na mata por um mosquito infectado com o vírus da febre amarela silvestre e vier adoecer numa cidade onde exista o Aedes aegypti em densidade elevada, e aí for picado por este mosquito, este poderá infectar-se e espalhar a doença pela cidade, provocando uma epidemia da forma urbana da doença. A febre amarela como doença é uma só, somente os vetores é que são diferentes.

O QUE É A FEBRE AMARELA

Febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (aproximadamente 10 dias), causada por um vírus específico e caracterizada, principalmente por lesões no fígado.
 Há duas formas de febre amarela:
 - Urbana
 - Silvestre
A febre amarela urbana é transmitida do homem doente ao sadio através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado.
A febre amarela silvestre é uma doença típica de animais, principalmente macacos, sendo transmitida do animal doente ao animal sadio por mosquitos de várias espécies do gênero Haemagogus e da espécie leucocelaenus, do gênero Aedes, que vivem nas matas. Deste modo, o homem somente poderá infectar-se se for à mata ou às suas proximidades a passeio ou para exercer alguma atividade sem estar vacinado. O agente causador da febre amarela é um vírus.

QUEM TRANSMITE

O transmissor da febre amarela urbana, o Aedes aegypti, tem hábitos domésticos. Vive no interior das casas e nas suas proximidades, somente se afastando quando é levado por ventos fortes ou através de veículos. É um mosquito rajado, de cor escura, com manchas brancas no corpo e um desenho prateado em forma de lira na parte dorsal do tórax. O Aedes aegypti tem forma de vida aquática (ovo-larva-pupa) e uma forma de vida terrestre que é a alada (mosquito adulto). O tempo necessário para a evolução do mosquito, de ovo a alado, varia, dependendo das condições do criadouro e da alimentação da larva, em média, de 9 a 13 dias. 



O Aedes aegypti adulto vive em média de 10 a 42 dias e desova várias vezes durante a vida, diretamente nas paredes dos criadouros artificiais que contenham de preferência água limpa, parada, sombreada e fundo escuro, como caixas d’água tanques, pneus, vasilhas de barro, etc. O transmissor de febre amarela silvestre são os mosquitos de várias espécies do gênero Haemagogus e da espécie leucocelaenus, do gênero Aedes. Esses mosquitos vivem nas matas, preferentemente na copa das árvores e tem grande alcance de vôo. Seus criadouros encontram-se em buracos de árvores, troncos cortados, bambus, etc.

COMO SE TRANSMITE

A febre amarela urbana é transmitida nas cidades através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado, o qual se torna infectante quando pica um homem no período em que o vírus circula no sangue. Na febre amarela silvestre, os mosquitos silvestres se tornam infectantes quando picam um animal doente, quase sempre o macaco. Entre os animais, o modo de transmissão é o mesmo da forma urbana e atinge o homem acidentalmente quando este penetra nas matas. Somente depois de mais ou menos 12 dias o mosquito poderá transmitir a doença, sendo que permanecerá infectante enquanto viver. Somente a fêmea – tanto do gênero  Aedes quanto do gênero Haemagogus – transmite a doença, pois precisa alimentar-se de sangue para a maturação dos ovos. De preferência pica durante o dia.

COMO SE MANIFESTA

No início, a pessoa acometida da doença apresenta sintomas febris. Essa primeira fase dura até 4 dias. Depois, há uma melhora aparente (por um dia), aparecendo em seguida a fase mais grave, evoluindo para a convalescença ou, a morte. Os sintomas são muito variáveis, tais como intensas dores de cabeça e no corpo, calafrios, olhos congestionados e brilhantes, icterícia, febre, náuseas, vômitos, hemorragias, agitação, convulsões, delírio e coma. A gravidade da doença é variável, apresentando desde ligeira febre até sintomas graves.

COMO DE FAZ O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico da febre amarela é muito difícil, pois ela pode facilmente ser confundida com outras doenças infecciosas, tais como a malária e a hepatite, devido aos sintomas febris e infecciosos. Já o diagnóstico laboratorial é o mais adequado. É feito através de provas sorológicas.

COMO SE TRATA

Não existe tratamento específico para a febre amarela, exigindo-se o tratamento sintomático e cuidadosa assistência ao doente, o qual deve permanecer em repouso absoluto.

Foto: Fundação Parque Zoológico de São Paulo.

ONDE OCORRE

A febre amarela silvestre ocorre nas áreas selváticas endêmicas. Área endêmica é aquela na qual existe o vírus amarílico e a doença permanece entre os animais, nas matas, por longos períodos de tempo, ocorrendo a infecção acidental do homem. No Brasil, a área endêmica ocupa quase toda a região amazônica e centro-oeste (Estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Territórios de Roraima e Amapá) e ainda a região pré-amazônica do Maranhão.

COMO SE COMBATE A FEBRE AMARELA

A SUCAM combate a doença através do programa de Controle da Febre Amarela, cujos objetivos são:
- manter a febre amarela erradicada;
- reduzir ao máximo a ocorrência de casos da forma silvestre da doença no homem. Para atingir tais objetivos a SUCAM mantém as seguintes atividades:
1. Vigilância epidemiológica da atividade do vírus amarílico nas áreas de mata da região endêmica através de:
  - Pesquisa de morte de animais suscetíveis, ou seja, epizootias (nos macacos);
  - Pesquisa da ocorrência da doença em doentes suspeitos (provas de isolamento do vírus e provas sorológicas).
2. Um programa de vacinação realizadas pelas unidades fixas e móveis de vacinação que atenda às populações das áreas sujeitas a febre amarela, bem como aos viajantes internacionais.
A vacina é fundamental no combate à febre amarela, porque é impossível sua erradicação nos animais reservatórios que vivem na mata. A vacina confere uma imunidade de alto grau por cerca de 10 anos.

COMO COLABORAR

Para o combate à febre amarela é necessária a colaboração efetiva da população.
Nas áreas endêmicas, essa colaboração consiste em:
- Comunicar a SUCAM a ocorrência de casos de mortandade entre    macacos e casos de morte de pessoas com diagnóstico suspeito ou com doença febril – de 10 dias de duração – e sem diagnóstico clínico;
- Vacinar-se 10 dias antes de ir para as áreas de risco de transmissão (zona rural da região amazônica e centro-oeste) e também residir nas zonas rurais das áreas endêmicas;
- Aceitar a viscerotomia em familiares que morrerem com suspeita de febre amarela.
Nas áreas onde houve reinsfestação de Aedes aegypti é necessário:


- permitir que o guarda percorra o domicílio em busca de focos de Aedes
- permitir o tratamento de depósitos de água e não lavá-los logo após o tratamento.
- adotar alguns comportamentos específicos, tais como:
a) Conservar sempre tampados caixas d’água, tanques, tonéis e outros reservatórios de água dentro e fora de casa.
b) guardar pneus em locais cobertos, evitando que eles acumulem água da chuva.
c) mudar semanalmente a água dos vasos das plantas e flores.
d) não deixar no quintal depósitos como latas, garrafas e outro que possam acumular água em nem jogá-los em terrenos baldios.
A população desempenha papel importante no Programa de Controle da Febre Amarela, pois com sua colaboração e, principalmente, sua participação, consciente, ela contribui de forma efetiva para o êxito deste programa.

ONDE VACINAR

NR: Propositalmente deixo de editar esta parte, que é a final da matéria, sobre a Febre Amarela, pois mostra os endereços da SUCAM. Mas faço questão de chamar a atenção do leitor para o que se segue, ressalto, em minha opinião de jornalista. O leitor ao ler o texto deste artigo ira ver que “são muitas as coincidências ente a febre amarela e a dengue” em tudo que se refere aos sintomas, a manifestação, o transmissor, como se tratar, como colaborar para combater e principalmente a citação do mosquito Aedes aegypti que é o principal transmissor da doença.  Vamos falar um pouco sobre a Dengue. As primeiras descrições da doença datam de 1779, sendo que sua causa viral e seu modo de transmissão foram descobertos no início do século XX. Essa informação pode ser lida e confirmada na Internet em sites oficiais. Fica então a pergunta: na década de 80 em qualquer aeroporto do Brasil, éramos obrigados a tomar a vacina contra a febre amarela, mesmo que o destino de nossa viagem não fosse a áreas endêmicas ou mesmo ao exterior. Foi uma vacinação em massa do povo que viajava e de imigrantes que chegavam ao Brasil. Fica a pergunta ao critério do leitor: em se tratando de Brasil, pode haver a possibilidade, na época, de suspeitas de dengue por nossas autoridades de saúde? Em caso positivo, essa suspeita não foi informada oficialmente, para não criar alarme na população? Quem sabe se alguma autoridade oficial, ao ler este modesto blog, possa nos explicar tais coincidências. Antonio Lopes da Silva.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

POITAS - USE CORRETAMENTE A SUA.











 







                                                                              Barco apoitado



Dificilmente alguém que não seja pescador vai conseguir entender o que significa esse nome. Agora, se dissermos “âncora” todos identificarão. Dentro da terminologia própria da pesca amadora, “apoitar” significa parar o barco com segurança para pescar ou apenas manter o barco parado na água. Essa opção tem seus segredos.





Para o pescador amador menos experiente, qualquer coisa – desde que seja pesada – serve como poita. A verdade é bem outra, já que, se observarmos determinadas normas de segurança, vamos perceber o quanto uma boa poita é importante em nosso barco. Dentro do segmento pesca amadora, existem nas lojas especializadas alguns modelos que por certo servirão aos interesses de cada um. O detalhe na compra desse equipamento fica por conta do peso, que deve ser escolhido levando em conta algumas regras, tais como: correnteza do local de pesca, relevo do fundo e profundidade.  





No que diz respeito à correnteza, podemos dizer que será ela que irá determinar o peso da poita, pois, de acordo com ele, a embarcação ficará mais segura. Evidente está que uma poita deverá ter o peso relativo à capacidade de recolhimento, na maioria das vezes, manual. O formato será também muito importante, pois, em havendo garras, ela segurará melhor no fundo. Quanto ao relevo do fundo, seja em água doce ou salgada, pode-se também dar algumas dicas. São elas: em caso de areia, as poitas que têm cabo móvel são as mais aconselháveis, pois quando arrastadas, enterram-se facilmente; em fundo de pedras, são melhores as que têm garras, sendo no entanto essas garras de material que, se forçado, cederá à pressão. 




Poita “caseira”

Por exemplo: uma boa poita caseira é feita com tudo de PVC de uma polegada, por onde se enfiam pedaços de ferro 3/8, no formato de grandes anzóis. Em um desses ferros, que devem ser quatro no máximo, com um comprimento maior, ultrapassando o cano de PVC, faz-se uma argola. No cano de PVC, com 50cm de comprimento, coloca-se cimento armado. Pronto, uma boa poita de fabricação caseira está construída. No que se refere à profundidade, podemos citar uma regra, que somada à velocidade, determinará o tamanho da corda, ou se preferirem, do cabo de amarração. Por experiência própria, dificilmente vamos encontrar em nossas pescarias, uma profundidade maior do que 40 metros. Outro detalhe importante é o material de fabricação desse cabo. Prefira sempre cordas grossas, pois são mais fáceis de puxar e de material misto de cerdas de algodão com plástico.






As cordas de plástico, apesar de bastantes práticas, costumam ferir as mãos com o uso contínuo. Uma boa “apoitada” será sempre com o comprimento do cabo igual a cinco vezes o comprimento do barco, levando-se em consideração o peso da poita, correnteza e vento. Essas são as principais dicas de uma boa poita. Evidente está que, em se tratando de pescarias, mais algumas dicas são importantes. Começamos por dizer que quem poita está sujeito a diversos tipos de crítica, tais como: “não deu cabo suficiente”, “deixou passar o ponto certo”, “não amarrou direito”, etc. Na pescaria “descer a poita” significa realizar esse ato suavemente, não deixando a corda raspar na borda do barco e nem deixar que ela desça rapidamente, batendo no fundo, pois com isso com certeza vai espantar os peixes.




A maneira correta de apoitar

Para terminar, vamos citar um caso onde levaram um pescador iniciante e o colocaram como “apoitador oficial”. Quando o piloto mandava apoitar, ele apoitava mesmo, jogando a poita dentro da água, sem mais cerimônias. Parecia até que o mundo tinha vindo abaixo, tamanho era o barulho do peso caindo na água. Foi uma boa diversão, mas peixe que é bom, nenhum. Isto sem falar nos problemas que o cabo jogado a esmo dentro do barco, causava no seu desenrolar. Uma dica final: cabo ou corda deve estar sempre arrumado de maneira que se desenrole naturalmente. Neste caso, a pressa de recolher e não arrumar um cabo será a maior inimiga da perfeição.






NOTA DA REDAÇÃO: Quem usa motor elétrico dificilmente faz uso de uma poita. No entanto temos que ter uma à mão, pois no caso de um bom ponto de pesca, onde sabemos ter uma boa estrutura e muitos peixes, poitar o barco é aconselhável.

sábado, 12 de dezembro de 2015

PESQUISA DE OPINIÃO.



Evidente está que muitas fotos publicadas em revistas ou nas redes sociais, mostram exageros, feitos por técnicas de computação, que não existiam a bem pouco tempo atrás.




Quando, em uma reunião de pauta na Revista Aruanã, nossa editora de Arte mostrou esse desenho, foi imediatamente aceito e com muito bom humor, à sua publicação. Mal sabíamos nós que essa prática, agora muito bem feita e moderna, o chamado “PHOTO SHOP”, seria largamente usada em publicações de revistas e nas redes sociais. Em minha opinião, e somente nela me baseio, tal prática vem somar a tantas outras que os “leigos” chamam de mentiras de pescador. São varias publicações a respeito, que é um desastre a todos nós pescadores amadores/esportivos. Por essa razão, e devido ao grande número de participações na postagem anterior do desenho acima, gostaria de saber sua opinião sobre essa maneira de publicar esse tipo de foto. Atente bem, a tudo o que o pescador escreve na foto e ressaltando a prática do pesque e solte. A pergunta principal da pesquisa é a seguinte: QUEM OU O QUE, É O MAIOR BENEFICIÁRIO DA PUBLICAÇÃO DESSAS FOTOS. Apenas uma regra: Não vale citar a opção meio ambiente. Obrigado a todos os participantes. Toninho Lopes

FOLCLORE BRASILEIRO --- HISTÓRIA DO PORCO ESPINHO











Há muitas explicações e variadas versões acerca da utilidade dos espinhos do porco-espinho. Neste texto singelo, Eurico 
Santos nos fala sobre algumas delas.







Uma veneranda Dona Joana de tal, cozinheira de forno e fogão, e contadora de histórias da carochinha e mentiras estilizadas, dizia-me, há meio século passado, que vira o nosso ouriço-cacheiro chiando de satisfeito ao carregar, na ponta de seus espinhos, uma porção de goiabas. Há quem pense que esta balela é mentira do nosso caboclo, uma daquelas “histórias prá boi dormir”. Entretanto, enganam-se. Isso vem de longe. O “Physiologus”, um tratado de zoologia que já gozava fama no século passado, dizia que o porco-espinho subia pela videira para colher os cachos e os enfiava em seus espinhos. É, pois, um carapetão com 1.600 anos de idade. O porco-espinho europeu, posto que de família diferente, é como o nosso ouriço-caixeiro, um roedor ouriçado de espinhos. Mas enquanto o europeu tem regime alimentar quase exclusivamente insetívoro e carnívoro, o nosso ouriço é francamente frugívoro. Havia, pois, mais razão em acreditar em Dona Joana que no “Physiologus”. Eu, entretanto, continuo a não crer em ambos, posto que homens de ciências, fiados no que viram, mas no que lhe contavam pessoas acreditadas, inclinam-se a aceitar tal fato. O que criou a lenda parece ter sido coisa muito simples. O porco-espinho europeu costuma procurar insetos e suas larvas nos pomares de macieiras e, naturalmente, uma ou outra maçã que ao acaso caia da árvore bem pode enfiar-se num espinho. O nosso ouriço também vive a procura de goiabeiras silvestres e outras fruteiras, e bem pode acontecer-lhe o mesmo. Alguém que avistou o ouriço com tal carga, logo imaginou-o rebolando-se, de espinhos assanhados por cima das goiabas, para, astutamente, fisgá-las. É bem mais simples e crível despencarem frutos da árvore quando o bicho está com os espinhos de prontidão, do que o mesmo bicho rojar-se no solo com toda aquela espinharia arrepiada. Como a primeira hipótese era de extrema simplicidade, o povo, que gosta das coisas maravilhosas, preferiu a segunda, que dá ao porco-espinho europeu a ao ouriço-caixeiro americano ares de pitoresca engenhosidade. Extraído do livro:
“Histórias, Lendas e Folclore de nossos Bichos”  (Eurico Santos)

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL --- JATUARANA














Este peixe assemelha-se muito à matrinchã, sendo que alguns pescadores chegam mesmo a confundi-las em algumas ocasiões. No entanto, trata-se de duas espécies distintas. Vamos conhecer a jatuarana.











A jatuarana é uma espécie de água doce originária da Bacia Amazônica, presente principalmente em rios como o Madeira e o Guaporé. Sua designação científica é Hemiodus microcephalus, e costuma permanecer em toda a extensão de um rio, porém com destaque nos pontos onde há pedras e corredeiras. A confusão entre a jatuarana e a matrinchã provavelmente se deve ao fato de terem as duas espécies praticamente os mesmos hábitos. No entanto, são totalmente distintas entre si, e pertencem a diferentes famílias científicas. Enquanto a matrinchã apresenta coloração prateada e tamanho menor em comparação a jatuarana, essa última tem o corpo em tons de amarelo-ouro, além de apresentar uma mancha preta cobrindo parte do rabo e da nadadeira anal. Alimenta-se basicamente de pequenos peixes (é notória aqui a preferência que o peixe demonstra ter pelos pequenos cascudinhos, que também habitam locais de correnteza) e frutas variadas. A pesca da jatuarana é produtiva durante todo o ano, com destaque para primavera e verão. O material de pesca deve ser de categoria leve/média: vara com molinete ou carretilha proporcional, linha de bitola variando entre 0,35 a 0,50mm e anzóis de 1/0 a 3/0. As iscas naturais serão os pequenos peixes (o já citado cascudinho e lambari), minhoca, pitu, insetos e frutas da região (principalmente figos e coquinhos). Com relação às iscas artificiais, boas opções serão colheres, jigs, spinners e plugs de ação de meia-água. Dica: se optar pela utilização do spinner, substitua a garatéia que vier originalmente com ele por um anzol único, de haste curta e tamanho 5/0. E, confira os resultados!


O spinner de um só anzol

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

SAÚDE: MALÁRIA











Entre as doenças denominadas “tropicais”, uma que merece atenção especial é a malária, devido ao fato de ser altamente debilitante e mesmo perigosa. Conheça, através desta matéria elaborada a partir de informações cedidas pela SUCAM – Ministério da Saúde, o modo como se transmite, os sintomas e a cura. Aprenda a se defender do terrível “mosquito-prego”.



A malária é uma doença conhecida por muitos nomes, entre os quais: maleita, sezão, impaludismo, tremedeira. É muito debilitante, podendo deixar os indivíduos temporariamente impossibilitados de trabalhar ou reduzindo sua capacidade de trabalho. No passado, foi uma doença muito difundida no território brasileiro. A área onde existia a transmissão se estendia por 6.900.000 quilômetros quadrados, ou seja, 81% do nosso território. Nos dia atuais (NR: março de 88), a transmissão verifica-se quase que unicamente na Amazônia Legal. Atualmente, o número de casos ocorridos nesta área representa 95% dos casos registrados em todo o país. A malária é causada por um parasita do gênero Plasmodium. É transmissível, passando de uma pessoa para outra através da picada de um mosquito do gênero Anopheles. O plasmódio é um parasita muito pequeno, somente visto com o auxílio de microscópio. No homem, os plasmódios atacam os glóbulos vermelhos do sangue e as células do fígado. No mosquito, ficam no estômago e nas glândulas salivares. Em nosso país, há três espécies de plasmódios que causam a malária: - Plasmódium Vivax – Plasmódium falciparum – Plasmodium malarie.
                                    COMO SE APANHA A MALÁRIA
Há muita gente que acredita que a malária se apanha “tomando banho no rio”, Outros pensam que é “coisa do tempo”, “do clima”, de “alguma coisa que se comeu”. Há ainda os que dizem que é causada pelos miasmas e emanações das águas pantanosas. 







Estas concepções não são totalmente errôneas. A relação entre águas-paradas malária ou clima-malária tem razão de ser, já que os mosquitos se criam em águas paradas e os criadouros se multiplicam na época das chuvas. Comprovadamente, a malária é transmitida através da picada do mosquito do gênero Anopheles que se infectou ao sugar o sangue de uma pessoa com malária. As pessoas também podem adquirir malária por transmissão de sangue de doadores portadores de plasmódios no sangue circulante.
                                     COMO SE DESENVOLVE UM CASO DE MALÁRIA
Os sintomas da malária não aparecem logo após a picada do mosquito. Durante alguns dias a pessoa pode não sentir nada ou apenas queixar-se de dor de cabeça, falta de apetite, cansaço, dores no corpo. É o período da incubação da doença. Sua duração depende da quantidade de parasitas que penetram na pessoa e da espécie de plasmódio: Plasmódium falciparum – 9 a 27 dias (média de 12 dias). Plasmódium vivax – 8 a 31 dias (média de 14 dias). Plasmódium malarie - 28 a 37 dias (média de 30 dias). O exame de sangue feito neste período é geralmente negativo. Em seguida ao período de incubação, vem o acesso de malária, que se caracteriza por: - calafrio – febre – suor abundante. O acesso começa com um calafrio que pode ser pouco ou muito intenso, o doente apresenta um estado de tremor característico (“tremedeira”). 





Ao frio, segue-se o calor; a temperatura começa a subir, chegando rapidamente a 40°C. Depois de algum tempo de febre, a pessoa começa a suar (o suor é abundante) e a temperatura vai cedendo, diminuindo, até desaparecer. O doente é ainda acometido de dores de cabeça, vômitos, dores no corpo. Contudo, em áreas de elevada transmissão, onde as pessoas estão sujeitas a repetidas infecções, o acesso malárico pode não se dar com estas características. Quando a malária é causada pelo Plasmodium vivax ou pelo Plasmódium falciparum, o acesso se repete com intervalo de um dia. Quando a malária é causada pelo Plasmódium malarie o acesso se repete com intervalo de dois dias. Nos intervalos dos acessos, a pessoa passa bem; praticamente não sente nada. À medida que os acessos de febre vão se repetindo, a pessoa vai ficando anêmica. A anemia surge porque os plasmódios vão destruindo os glóbulos vermelhos do sangue. O baço também fica congestionado (“inchado”) e doloroso. Com a repetição dos acessos, pode aumentar de tamanho. Ele, que normalmente é pequeno, localizado “debaixo das costelas”, pode aumentar e chegar à parte inferior da barriga. Se o doente da malária não for tratado, duas situações podem ocorrer: - Os acessos continuam, levando o doente a morte; ou – Os acessos desaparecem e o indivíduo sente-se bem, como se estivesse curado.




No segundo caso contudo, os acessos podem reaparecer e desaparecer várias vezes. O reaparecimento dos acessos febris representa as chamadas recaídas. As recaídas ocorrem porque os parasitas da malária continuam a se multiplicar no fígado. E cada vez que eles deixam o fígado e caem no sangue, ocorre uma recaída. As recaídas ocorrem os plasmódios vivax e malarie; não existem com o falciparum (embora os acessos febris possam reaparecer até um ano após o primeiro ataque, que se denomina de falsa recaída”). Comumente, até três anos da infecção, se a pessoa não for picada novamente por um mosquito, as formas de plasmódio que estão no fígado não tem mais condições de se multiplicar e então a pessoa fica curada (não há mais possibilidade de recaída).
                                     O TRANSMISSOR
O anofelino, mosquito transmissor da malária, é conhecido pelo nome de “mosquito prego”. Os anofelinos criam-se em águas paradas ou de pequeno movimento: remansos de rios, córregos, açudes, lagoas, valetas, escavações. É aconselhável evitar-se esses lugares, do anoitecer ao amanhecer, principalmente entre as 5 horas da tarde e às 9 horas da noite, para nadar e pescar, pois pode apanhar malária. É na agua que as fêmeas põem seus ovos, que dão origem a larvas. Ainda na água, as larvas se transformam em pupas e em seguida, em mosquitos adultos. Nesta fase, os mosquitos abandonam a água e procuram um lugar de abrigo até o momento da cópula ou alimentação. As fêmeas procuram, para a desova, água relativamente limpa e doce. Umas preferem águas sombreadas, outras, águas ensolaradas.



Há ainda uma espécie de anofelino que prefere coleções de água com um pouco de sal (água salobra). Outras usam também como criadouro certos tipos de plantas, chamada bromélias ou gravatá. Estas plantas acumulam água da chuva e nela se criam os anofelinos. As bromélias tanto podem crescer no chão e sobre as pedras, como se desenvolvem também no alto das árvores. Os mosquitos adultos procuram para “abrigo” lugares protegidos do vento, com pouca luz: oco das árvores, covas de animais, bueiros, etc. Ao amanhecer saem à procura de alimento. As fêmeas alimentam-se de sangue, necessário para o amadurecimento dos ovos; os machos alimentam-se de sucos de vegetais, néctar de flores, etc. Deste modo, somente as fêmeas transmitem a malária. A fêmea alimenta-se tanto de sangue humano como de animais. Os anofelinos picam geralmente em lugares abrigados, como dentro das casas, estábulos, etc. e aí permanecem ou não após se alimentarem. São estes mosquitos de hábitos domésticos os melhores transmissores da malária, porque têm maior contato com o homem. E a maioria dos anofelinos que existem em nosso país têm hábitos domésticos. Outros anofelinos picam “ao relento”, isto é, quando as pessoas estão fora de casa. Depois de se alimentarem, voltam ao lugar onde costumam se abrigar. Os anofelinos entram nas casas em horas variáveis, embora possamos dizer que a maioria o faz à noite, a partir do entardecer. Eles picam geralmente no período que vai do anoitecer ao amanhecer. Uma vez alimentada, a fêmea procura uma superfície lisa onde possa “fazer a digestão” do sangue ingerido e completar o amadurecimento dos ovos. Essa superfície geralmente é dentro de casa e ela tende a repousar nas paredes.





É neste comportamento do anofelino que está baseada uma das mais importantes medidas de combate à malária – a borrifação das paredes internas com DDT. A fêmea do mosquito em contato com os cristais do DDT morrerá sem ter tempo de passar a doença para outra pessoa. Pode-se diferenciar os anofelinos dos outros mosquitos pela maneira de pousar. Os anofelinos pousam em qualquer superfície numa posição que se assemelha a um prego.
                                     DIAGNÓSTICO
Há a necessidade de um exame de sangue para um diagnóstico seguro da malária, pois nem sempre ela se apresenta com seu quadro clínico característico. O exame é importante inclusive para a identificação da espécie de plasmódio que está causando a doença, indispensável para um tratamento adequado. Para o exame, é retirada uma gota de sangue em um dos lados do dedo anular da mão esquerda. A gota é colocada numa lâmina que é examinada no microscópio. Toda a pessoa residente em área malarígena ou que nela tenha pernoitado, ao sentir febre, deve providenciar o exame de sangue para malária.
                                     TRATAMENTO
Existem medicamentos que possibilitam a cura completa do doente. O tratamento é feito com um só medicamento ou uma associação de medicamentos em dosagens adequadas à idade do doente e à espécie de plasmódio que estiver causando a malária. 



É necessário tomar a medicação completa. Uma medicação “mal feita” poderá deixar as pessoas expostas a novos ataques de febre e com maior gravidade. Se uma pessoa voltar a ter malária após fazer o tratamento, uma das seguintes situações pode ter acontecido: - a medicação não foi tomada de maneira correta; - o parasita é resistente ao medicamento usado; - a pessoa foi novamente picada por um anofelino infectado. A malária é uma doença que se pode ter repetidas vezes e para preveni-la ainda não existe vacina.
                                     O QUE FAZ A SUCAM
Busca ativa de suspeitos de malária. Em áreas malarígenas, os guardas da SUCAM fazem vistas de casa a casa. Colhem lâminas das pessoas encontradas febris e dão imediatamente a medicação. É uma medicação que visa suprimir os sintomas que a pessoa está sentindo. Posteriormente, se o resultado do exame for positivo, a pessoa receberá o tratamento adequado. O exame do sangue é feito no laboratório da SUCAM. Busca passiva – Chama-se busca passiva a procura espontânea das pessoas pelos postos da SUCAM, para exame e medicação. Compete à população reconhecer a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado. Em consequência: - Deixar o guarda da SUCAM colher o sangue dos febris, por ocasião da visita domiciliar e tomar a medicação dada pelo guarda, - Se mora ou esteve em área malarígena, ao sentir febre, procurar o posto da SUCAM, o posto de notificação ou qualquer serviço de saúde para exame de sangue e medicação. – Tomar remédio da maneira como foi recomendado pela SUCAM.


                                    

                                         VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Nas áreas onde a transmissão da doença foi interrompida, a SUCAM mantém um sistema de vigilância através dos postos de notificação, dos postos da SUCAM e dos guardas. Os notificantes e os guardas da SUCAM estão atentos para colher o sangue de todas as pessoas febris que estiveram em área malarígena, para descobrir os doentes e tratá-los a tempo. Isto evitará a reintrodução da transmissão da doença na área.
                                     FATORES QUE DIFICULTAM A INTERRUPÇÃO
                                          DA MALÁRIA NA REGIÃO AMAZÔNICA
Na Amazônia, a malária ainda permanece em altos índices. Sua maior transmissão se concentra na faixa onde estão sendo implantados os projetos de desenvolvimento (agropecuários, de colonização, de mineração, construção de rodovias e de hidrelétricas, etc). Esta situação ocorre não só em consequência dos fatores naturais da região que facilitam sua transmissão, como: rica bacia hidrográfica, muita chuva, umidade e temperatura elevada, excelente transmissor (encontrado em abundância), como também em virtude do crescente número de pessoas que nos últimos tempos vêm se deslocando em outras áreas do país para a Amazônia, em busca de melhores condições econômicas. O desenvolvimento de atividade em plena mata e a instalação dessas pessoas em habitações precariamente construídas (casas sem paredes ou com paredes incompletas) dificultando a proteção pelo inseticida, criam excelentes oportunidades para que as pessoas fiquem expostas à picada dos mosquitos transmissores da malária. 




Há ainda outros fatores que dificultam o combate à malária na Região Amazônica: extensas áreas com população muito dispersa, dificuldade de acesso às localidades, principalmente às situadas nas margens dos afluentes dos rios no período da estiagem ou durante as inundações das várzeas no período das cheias. A Amazônia inclusive tornou-se o foco de disseminação da malária para outras áreas onde não há mais transmissão, pois sucede que parte da população migrante, passado algum tempo na região, retorna a seu lugar de origem, onde não se registrava mais a doença. Esses portadores de malária têm contribuído para o aparecimento de focos da doença no Nordeste, Sudeste e Sul, exigindo uma ação imediata da SUCAM, que mediante um sistema de vigilância, tem evitado que se reinstale a endemia nestas áreas.
                                     OUTRAS RECOMENDAÇÕES
O mosquito da malária pica tanto dentro como fora de casa ou do alojamento. Assim, para uma maior proteção do ataque do mosquito, recomenda-se: - Colocar mosquiteiros sobre as camas; - Se possível telar portas e janelas; - Evitar ficar ao redor da casa ou alojamento ao anoitecer. Se estiver em um lugar de muito mosquito, poderá usar um repelente (líquido que se passa nas partes descobertas do corpo e evita a picada do mosquito). Voltamos a repetir: Toda a pessoa que mora numa área de malária ou que tenha nela pernoitado, ao sentir os sintomas característicos da doença, deve procurar o posto da SUCAM para fazer exame de sangue e tratamento.

Em todos os estados e territórios do país a SUCAM está presente. O atendimento é gratuito. Desta maneira, evitam-se os gastos desnecessários.



OBS: A SUCEM (Superintendência de Controle de Endemias), subordinado à Secretaria da Saúde, é o órgão responsável, no Estado de São Paulo, pelo atendimento aos casos de malária. NR: Para maiores informações, (a confirmar) procure a sede da SUCEN em São Paulo, à Rua Cardeal Arcoverde 2878 - Pinheiros.

Nota da Redação: Eu particularmente, mesmo não sendo médico, posso falar tanto da malária como da dengue já que, infelizmente, tive as duas. Não vou me alongar, mas se tivesse uma só opção de escolha entre a malária e a dengue, preferiria 10 vezes a primeira opção, do que ½ dengue. Minha malária, após ser descoberta e identificada como falciparum pelo pessoal da SUCEM, foi curada com apenas uma dose de remédios específicos para meu caso. No caso da dengue, fiquei uma semana de “molho”, com dores de cabeça e no corpo e tendo como remédio um famoso antifebril/dores. As sequelas da dengue duraram meses e até esta data - quase dois anos -, suspeito que ainda sinta alguma coisa relativa a ela, que não mostra realmente “sua cara”. A mídia e autoridades de saúde, falam em uma vacina para a dengue, doença esta recente em comparação com a malária, que é algo que não acredito. Ao ler o texto abaixo, extraído da Internet, o leitor verá porque desta descrença. Os tais mosquitos pertencem à mesma família Culicidae, divergindo apenas no gênero, enquanto um é Anopheles e o outro é Aedes. Como sou um leigo no assunto, imagino porque a malária, que é um mal mundial e que até hoje não foi descoberta a vacina, como irão nossos pesquisadores descobrir a vacina para a dengue? Fica a pergunta.

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                                                     INFORMAÇÃO

Família Culicidae.
Aedes (vetor do vírus da Dengue e da Febre Amarela) e Anopheles (vetor da Malária e filariose linfática).
Malária
Os primeiros indícios de descrição da Malária estão em textos religiosos e médicos da antiguidade que relacionavam algumas febres sazonais como punição divina, sendo Hipócrates, na Grécia do século V A.C, o  primeiro a descartar superstições, relacionando as doenças febris com a sazonalidade, e locais frequentados pelos doentes, e a descrever o  quadro clínico e complicações da Malária. 
No século XVI, a Malária chega ao Novo Mundo pelas viagens de colonizadores espanhóis e portugueses. No século XVII, os padres jesuítas observaram o uso de cascas de árvores nativas pelos indígenas da América, para curar doenças febris, levando-a para a Europa em forma de pó - o "pó dos jesuítas", recebendo o nome de Cinchona, em 1735, e em 1820, o seu   princípio ativo foi isolado, o Quinino.
Dengue
 As primeiras descrições da doença datam de 1779, sendo que sua causa viral e seu modo de transmissão foram descobertos no início do século XX. 
As espécies de mosquito envolvidas na transmissão da infecção pertencem ao gênero Aedes.  Nas Américas, o Aedes aegypti é o mais importante e talvez o único vetor da enfermidade. Caracteriza-se por ser um mosquito de hábitos exclusivamente urbanos, reproduzindo-se em criadouros artificiais localizados nos domicílios e em seus arredores. Seus criadouros mais comuns são latas, pneus, vasos e demais utensílios descartados e encontrados em áreas menos providas de infra-estrutura, de saneamento básico, especialmente no que se refere à coleta de lixo e à rede de abastecimento de água.
Um outro vetor associado à transmissão da doença é o Aedes albopictus, inseto originário da Ásia que desde 1980 teve sua dispersão para outras partes do mundo. Sua primeira identificação no Brasil se deu na cidade do Rio de Janeiro, em 1986 (Gomes et al., 1999).

Fonte Internet - FMUSP/Wikipéd