quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

SAÚDE --- FEBRE AMARELA






Em nosso país, atualmente, só existe a febre amarela em sua forma silvestre, mantidas nas matas da região amazônica e centro-oeste entre animais, principalmente macacos, e transmitida por mosquitos silvestres, podendo atingir o homem não imune que penetra nessas zonas de transmissão através da picada do mosquito infectado. Embora a forma urbana da doença esteja erradicada, as ocorrências de reinfestação do mosquito transmissor da doença, o Aedes aegypti em algumas cidades possibilita o perigo da disseminação, pois se for picada na mata por um mosquito infectado com o vírus da febre amarela silvestre e vier adoecer numa cidade onde exista o Aedes aegypti em densidade elevada, e aí for picado por este mosquito, este poderá infectar-se e espalhar a doença pela cidade, provocando uma epidemia da forma urbana da doença. A febre amarela como doença é uma só, somente os vetores é que são diferentes.

O QUE É A FEBRE AMARELA

Febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (aproximadamente 10 dias), causada por um vírus específico e caracterizada, principalmente por lesões no fígado.
 Há duas formas de febre amarela:
 - Urbana
 - Silvestre
A febre amarela urbana é transmitida do homem doente ao sadio através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado.
A febre amarela silvestre é uma doença típica de animais, principalmente macacos, sendo transmitida do animal doente ao animal sadio por mosquitos de várias espécies do gênero Haemagogus e da espécie leucocelaenus, do gênero Aedes, que vivem nas matas. Deste modo, o homem somente poderá infectar-se se for à mata ou às suas proximidades a passeio ou para exercer alguma atividade sem estar vacinado. O agente causador da febre amarela é um vírus.

QUEM TRANSMITE

O transmissor da febre amarela urbana, o Aedes aegypti, tem hábitos domésticos. Vive no interior das casas e nas suas proximidades, somente se afastando quando é levado por ventos fortes ou através de veículos. É um mosquito rajado, de cor escura, com manchas brancas no corpo e um desenho prateado em forma de lira na parte dorsal do tórax. O Aedes aegypti tem forma de vida aquática (ovo-larva-pupa) e uma forma de vida terrestre que é a alada (mosquito adulto). O tempo necessário para a evolução do mosquito, de ovo a alado, varia, dependendo das condições do criadouro e da alimentação da larva, em média, de 9 a 13 dias. 



O Aedes aegypti adulto vive em média de 10 a 42 dias e desova várias vezes durante a vida, diretamente nas paredes dos criadouros artificiais que contenham de preferência água limpa, parada, sombreada e fundo escuro, como caixas d’água tanques, pneus, vasilhas de barro, etc. O transmissor de febre amarela silvestre são os mosquitos de várias espécies do gênero Haemagogus e da espécie leucocelaenus, do gênero Aedes. Esses mosquitos vivem nas matas, preferentemente na copa das árvores e tem grande alcance de vôo. Seus criadouros encontram-se em buracos de árvores, troncos cortados, bambus, etc.

COMO SE TRANSMITE

A febre amarela urbana é transmitida nas cidades através da picada do mosquito Aedes aegypti infectado, o qual se torna infectante quando pica um homem no período em que o vírus circula no sangue. Na febre amarela silvestre, os mosquitos silvestres se tornam infectantes quando picam um animal doente, quase sempre o macaco. Entre os animais, o modo de transmissão é o mesmo da forma urbana e atinge o homem acidentalmente quando este penetra nas matas. Somente depois de mais ou menos 12 dias o mosquito poderá transmitir a doença, sendo que permanecerá infectante enquanto viver. Somente a fêmea – tanto do gênero  Aedes quanto do gênero Haemagogus – transmite a doença, pois precisa alimentar-se de sangue para a maturação dos ovos. De preferência pica durante o dia.

COMO SE MANIFESTA

No início, a pessoa acometida da doença apresenta sintomas febris. Essa primeira fase dura até 4 dias. Depois, há uma melhora aparente (por um dia), aparecendo em seguida a fase mais grave, evoluindo para a convalescença ou, a morte. Os sintomas são muito variáveis, tais como intensas dores de cabeça e no corpo, calafrios, olhos congestionados e brilhantes, icterícia, febre, náuseas, vômitos, hemorragias, agitação, convulsões, delírio e coma. A gravidade da doença é variável, apresentando desde ligeira febre até sintomas graves.

COMO DE FAZ O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico da febre amarela é muito difícil, pois ela pode facilmente ser confundida com outras doenças infecciosas, tais como a malária e a hepatite, devido aos sintomas febris e infecciosos. Já o diagnóstico laboratorial é o mais adequado. É feito através de provas sorológicas.

COMO SE TRATA

Não existe tratamento específico para a febre amarela, exigindo-se o tratamento sintomático e cuidadosa assistência ao doente, o qual deve permanecer em repouso absoluto.

Foto: Fundação Parque Zoológico de São Paulo.

ONDE OCORRE

A febre amarela silvestre ocorre nas áreas selváticas endêmicas. Área endêmica é aquela na qual existe o vírus amarílico e a doença permanece entre os animais, nas matas, por longos períodos de tempo, ocorrendo a infecção acidental do homem. No Brasil, a área endêmica ocupa quase toda a região amazônica e centro-oeste (Estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rondônia, Territórios de Roraima e Amapá) e ainda a região pré-amazônica do Maranhão.

COMO SE COMBATE A FEBRE AMARELA

A SUCAM combate a doença através do programa de Controle da Febre Amarela, cujos objetivos são:
- manter a febre amarela erradicada;
- reduzir ao máximo a ocorrência de casos da forma silvestre da doença no homem. Para atingir tais objetivos a SUCAM mantém as seguintes atividades:
1. Vigilância epidemiológica da atividade do vírus amarílico nas áreas de mata da região endêmica através de:
  - Pesquisa de morte de animais suscetíveis, ou seja, epizootias (nos macacos);
  - Pesquisa da ocorrência da doença em doentes suspeitos (provas de isolamento do vírus e provas sorológicas).
2. Um programa de vacinação realizadas pelas unidades fixas e móveis de vacinação que atenda às populações das áreas sujeitas a febre amarela, bem como aos viajantes internacionais.
A vacina é fundamental no combate à febre amarela, porque é impossível sua erradicação nos animais reservatórios que vivem na mata. A vacina confere uma imunidade de alto grau por cerca de 10 anos.

COMO COLABORAR

Para o combate à febre amarela é necessária a colaboração efetiva da população.
Nas áreas endêmicas, essa colaboração consiste em:
- Comunicar a SUCAM a ocorrência de casos de mortandade entre    macacos e casos de morte de pessoas com diagnóstico suspeito ou com doença febril – de 10 dias de duração – e sem diagnóstico clínico;
- Vacinar-se 10 dias antes de ir para as áreas de risco de transmissão (zona rural da região amazônica e centro-oeste) e também residir nas zonas rurais das áreas endêmicas;
- Aceitar a viscerotomia em familiares que morrerem com suspeita de febre amarela.
Nas áreas onde houve reinsfestação de Aedes aegypti é necessário:


- permitir que o guarda percorra o domicílio em busca de focos de Aedes
- permitir o tratamento de depósitos de água e não lavá-los logo após o tratamento.
- adotar alguns comportamentos específicos, tais como:
a) Conservar sempre tampados caixas d’água, tanques, tonéis e outros reservatórios de água dentro e fora de casa.
b) guardar pneus em locais cobertos, evitando que eles acumulem água da chuva.
c) mudar semanalmente a água dos vasos das plantas e flores.
d) não deixar no quintal depósitos como latas, garrafas e outro que possam acumular água em nem jogá-los em terrenos baldios.
A população desempenha papel importante no Programa de Controle da Febre Amarela, pois com sua colaboração e, principalmente, sua participação, consciente, ela contribui de forma efetiva para o êxito deste programa.

ONDE VACINAR

NR: Propositalmente deixo de editar esta parte, que é a final da matéria, sobre a Febre Amarela, pois mostra os endereços da SUCAM. Mas faço questão de chamar a atenção do leitor para o que se segue, ressalto, em minha opinião de jornalista. O leitor ao ler o texto deste artigo ira ver que “são muitas as coincidências ente a febre amarela e a dengue” em tudo que se refere aos sintomas, a manifestação, o transmissor, como se tratar, como colaborar para combater e principalmente a citação do mosquito Aedes aegypti que é o principal transmissor da doença.  Vamos falar um pouco sobre a Dengue. As primeiras descrições da doença datam de 1779, sendo que sua causa viral e seu modo de transmissão foram descobertos no início do século XX. Essa informação pode ser lida e confirmada na Internet em sites oficiais. Fica então a pergunta: na década de 80 em qualquer aeroporto do Brasil, éramos obrigados a tomar a vacina contra a febre amarela, mesmo que o destino de nossa viagem não fosse a áreas endêmicas ou mesmo ao exterior. Foi uma vacinação em massa do povo que viajava e de imigrantes que chegavam ao Brasil. Fica a pergunta ao critério do leitor: em se tratando de Brasil, pode haver a possibilidade, na época, de suspeitas de dengue por nossas autoridades de saúde? Em caso positivo, essa suspeita não foi informada oficialmente, para não criar alarme na população? Quem sabe se alguma autoridade oficial, ao ler este modesto blog, possa nos explicar tais coincidências. Antonio Lopes da Silva.

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