sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

DICA: --- OS PEIXES DO PANTANAL

















Dourado na Isca artificial de barbela                                                                                                                                                   
Quando se trata de Pantanal, nós da Aruanã estamos cansados de afirmar que o sucesso em uma pescaria, seja no norte ou no sul, depende da altura das águas. E dessa afirmação surge uma pequena regra onde não cabe qualquer exceção: quanto maior for a enchente, mais peixes estarão presentes. No entanto, talvez por falta de informação ou por informação errada, alguns pescadores continuam a cometer erros primários que influem muito no resultado de sua pescaria. Vamos, então, abordar separadamente os hábitos e costumes das principais espécies e, principalmente onde localizá-los e com que isca pescá-los.
                                                    OS PEIXES

                                    DOURADO


Muito procurado pelos pescadores amadores por sua esportividade e beleza, este peixe, quando fisgado, pula e briga muito, mostrando toda a sua majestade.


Corixo                                                                                                                                                                                                          
Pescá-lo é fácil, principalmente quando o Pantanal começa a vazar e os dourados, em cardumes, mostram-se atacando as iscas brancas que saem dos campos para os rios principais. Normalmente, isso acontece nos chamados corixos. É só parar o barco em um desses pontos e jogar qualquer tipo de isca, natural ou artificial, que o ataque é imediato. E quando o rio está com o nível mais baixo? Por certo a pescaria não será a mesma, já que os dourados não se mostram tanto e, portanto, são mais difíceis de serem localizados, apesar de estarem presentes no rio. Se quisermos dourados, vamos ter que procurá-los e a melhor dica para um rápido encontro é saber de alguns detalhes. Localize, por exemplo, um praiado de areia. A correnteza deve passar por ele e abrir para o meio do rio. Ao fazer isso, essa correnteza torna-se mais forte e mostra ondulações na superfície da água. Apoite o barco no começo da correnteza ou, então, logo acima do praiado e use como isca a tuvira ou o jeju. Dê o lance para o meio do rio, sempre acima da correnteza e vá soltando linha, fazendo com que a isca vá “lambendo” o fundo do rio que, por certo, será de areia, praticamente eliminando o risco de enroscos. 


Galhadas que formam corredeiras                                                                                                          

Nesses locais, o dourado costuma passar alguns dias, desde que haja disponibilidade de alimentação. Mas, de repente eles somem e não se consegue fisgar um só exemplar. Se isso acontecer, basta mudar o tipo de pescaria e passar a procurá-lo em outro local. Procure galhadas, que tanto podem estar nas margens como no meio do rio. O importante nessas galhadas é que as mesmas formem pequenas corredeiras, facilmente visíveis. Pare o barco logo acima, sendo a melhor distância até onde o pescador conseguir arremessar com precisão. Presume-se que a distância mínima seja de 20 metros. Use como isca natural jeju ou tuvira, e como isca artificial use plugs de barbela. Quando usar isca natural, deixe-a correr junto à galhada, dando pequenos toques com a vara de pesca, para que a isca fique na superfície. No caso de isca artificial, jogue-a no meio ou do lado da galhada, dê um puxão para produzir barulho na água e corrique com a ajuda do equipamento. 


    Piau: boa isca para pintado                                     



     Pintado                                                                          



Praiado com areia                                                                                                                                   
Se você não conseguir achar nenhum local ao ler as dicas acima, seu erro está na escolha da época, pois o Pantanal vazou e agora começa a encher novamente. No começo da enchente não haverá ataque às iscas, nem corredeiras e muito menos corixos.

                                 PINTADO


Onde tem dourado, tem pintado. Portanto, a melhor opção é pescar com o Pantanal cheio de corixos, porém com pequenas modificações. Enquanto o dourado prefere águas mais rápidas o pintado as prefere mais calmas. Assim sendo, pesque um pouco antes ou após as corredeiras. Importante também é mudar o equipamento. Use um chumbo um pouco mais pesado, enquanto a linha e os anzóis podem ser os mesmo. As iscas podem ser também a tuvira e o jeju, mas acrescente a essa lista as chamadas iscas brancas, tais como sauás, lambaris, piaus, piabas, sardinhas, etc. Se apoitar no meio do rio, dê lances para as margens, e se apoitar na margem, dê lances para o meio do rio. O segredo é ir dando linha, fazendo a isca vir “lambendo” o fundo. 


Pacu                                                                                                                                                       


Se houver praiados de areia, os pintados poderão estar no meio do rio ou, se a profundidade for boa nestes praiados, eles também estarão em toda a sua extensão.  Com o rio mais baixo, os pintados estarão nos chamados poções e, nessa época, o melhor mesmo é pescar de rodada. As iscas podem ser as mesmas.

                                   PACU

É um peixe cujo sinônimo poderia ser água alta. Durante o dia, podemos pescá-lo nos campos. À noite, porém, o pacu dorme no rio e, sabendo disso, o pescador deverá procurar uma saída ou entrada de água nos campos e pescar nesses locais, sempre nas duas horas do amanhecer e na ultima do entardecer As melhores iscas serão o tucum e as bolotas de massa, pescando-se de batida. Se o rio perdeu a ligação com os campos, ou seja, a água já saiu totalmente, o melhor é pescar juntos às grandes extensões de camalotes. Amarre seu barco em uma moita de camalotes nas margens e dê lances para o meio do rio, fazendo com que a isca venha “lambendo” o leito do rio. 

Massa para pacu                                                                                                                                    

Essa operação que é conseguida com o continuo movimento de levantar e abaixar a vara de pesca, é para que a isca não enrosque e fique livre de enroscos soltos. Quando a linha esticar, deixe a isca parada. As melhores iscas? Vamos lá: laranjinhas de pacu e melancias de pacu, que são iscas do próprio local ou, ainda, caramujos e caranguejos. A outra opção é pescar de batida, de rodada, sempre dando os lances à frente do barco. A distância ideal do barco para as margens com camalotes, será de dois ou três metros, fazendo o possível para o barco ficar sempre atravessado com a correnteza.  Se o rio estiver bem seco, vai ser difícil encontrar o pacu pois, mais uma vez, você terá ido pescar na época errada.

                                   JAÚ


É um peixe que só pode estar em um local, seja lá qual for a altura das águas do rio: os grandes e profundos poções. Isso acontece nas cheias e na média vazante. Com o rio bem baixo podemos pescar alguns, mas a pescaria não será farta.


Jaú                                                                                                                                                          


 Use material pesado e iscas como a tuvira, o jeju, o minhocoçu, o muçum, cascudos e pedaços de peixes, como a traíra, piaus e piabas, entre outros. Se esses peixes foram pequenos, use-os inteiros e, de preferência, vivos. Estas são as principais espécies. Para terminar, vamos falar rapidamente de algumas outras:

                               PIRAPUTANGA

Gostam de rio cheio e são encontradas nas corredeiras mais mansas. Para pescá-las, recomendamos usar iscas de pequenos peixes ou, como artificial, o spinner. Essa espécie costuma mostrar sua presença, pois fica atacando cardumes de pequenos peixes. Gosta também de frequentar cevas ou locais onde se limpam peixes.

                              PIAVUÇU



Pescando pacus nos camalotes, esse peixe costuma roubar muitas iscas do pescador. Quanto ao material, diminua o tamanho das iscas (caranguejo e caramujo) e dos anzóis. Uma boa dica é fazer cevas com milho seco, usando o milho também como isca. Faça a ceva e em dois dias já haverá peixes à sua disposição. 


Piraputanga                                                                                                                                            

                             JURUPOCA

A melhor isca para essa espécie é o lambari ou pequenos peixes como o sauá, a sardinha, entre outros. Costuma ficar nos praiados onde o fundo é de areia e a melhor hora para pescá-las é ao entardecer/amanhecer e durante as primeiras três horas da noite. Recomendamos o uso de material médio, bem como anzóis médios e pequenos chumbos.

                             BARBADO

Será inevitável fisgar alguns barbados durante as pescarias de pintado feitas de rodada. Palmitos e jurupensens também pegarão do mesmo jeito e com a mesma isca de jurupocas, porém em locais diferente e durante o dia. Esses dois últimos peixes gostam de corredeiras, principalmente em seu final, quando houver um pequeno poço junto às margens.

Falamos das principais espécies ou, pelo menos, das que mais interessam ao pescador amador. A dica final é quanto à altura das águas do Pantanal. Como se vê, esse é um item muito importante e, observando-se isso, o sucesso é garantido para várias espécies. 


Piavuçus                                                                                                                                                

Observe principalmente as dicas dos locais e iscas e traga na sua cota várias espécies de peixes. Ou melhor: traga apenas o suficiente para sua família e pratique o pesca-e-solte, já que, com sua experiência você ira agora pescar o peixe da espécie que desejar. Portanto, nada mais justo para se divertir do que soltar os peixes extras. Não se preocupe em fisgar uma só espécie, ou seja, a mais fácil e que está dando em maior quantidade. O gostoso da coisa é fisgar o peixe da espécie que você decidir – afinal de contas, durante a época certa todas as espécies estarão lá à sua disposição. Basta apenas observar os “sinais da natureza”, que nada mais são do que as dicas que relatamos acima. Boa pescaria.




Nota da Redação: A pesca no Pantanal reabre dia 1º de março próximo, pois acaba o período de defeso da piracema. Nada mais justo e protetor. Se você for pescar no Pantanal, seja ele norte ou sul, tenha a preocupação de ver as leis que regem a pesca por lá e por obrigação, segui-las. Mas uma recomendação para que você pondere: caso a “cota” de pescado seja de 10 quilos mais um exemplar de qualquer peso e, você goste de saborear, junto a sua família, o pescado que você capturou esportivamente, com sua técnica e material, não tenha receio de trazer esse pescado para sua casa.

     Barbado                                                                                                 



Jurupoca                                                                                                                                                 
Evidente está que alguns “defensores” do meio ambiente, vão te criticar, dizendo que você devia praticar o pesca e solta. Ignore-os. Simples assim. Você está nos seus direitos de pescador e cidadão. E mais uma coisa, ao tirar fotos e depois posta-las, não cite onde esteve pescando, onde se hospedou, qual material usou ou onde o comprou, visto que lugar de propaganda é nos veículos próprios do segmento e não no Facebook. Porque isso? Tem gente lucrando muito e, sem merecer, por tal “propaganda” grátis. Mais uma vez, boa pescaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário