Esse inseto faz parte de um grupo denominado himenópteros, do
qual também fazem parte as formigas, dentro da super família Apoidea. Vamos
conhece-lo melhor
Uma característica única que verifica-se nas abelhas, na maior parte dos
casos, é que as patas traseiras das fêmeas e obreiras são providas de um
aparelho destinado à coleta do pólen, dispositivo este que não se encontram nos
outros himenópteros mais ou menos semelhantes, como as vespas. Podemos dividir
então as numerosas espécies de abelhas em dois grupos: abelhas solitárias e
abelhas sociais. Nas abelhas solitárias, representadas em nossa fauna por mais
de 700 espécies, pelo tamanho destacam-se as da família Xilocopídeos, que
alcançam 35 mm de comprimento e que são muito confundidas com as “mamangabas”.
Os casais destas abelhas fazem seus ninhos em troncos de madeira e ali escavam
longos e sinuosos canais para depositar seus ovos. As abelhas-mães habitam seus
ninhos em princípio em companhia dos machos, mas a estes está reservada a má
sorte, pois em determinada época do ano são mortos a ferroadas pelas fêmeas e
depois atirados para fora do ninho, agonizantes. No grupo de abelhas sociais as
mais comuns são as chamadas abelhas de mel ou Europa, ou ainda as africanas,
cujo nome científico é Appis mellifica.
São inúmeros grupos, mas abreviando-se podemos dizer que essas abelhas
constituem sociedades, havendo nestas uma ou mais rainhas, além dos machos, das
fêmeas e das obreiras, que são fêmeas com aparelho genital atrofiado. No
entanto, todas essas abelhas fêmeas têm como arma de defesa seis ferrões, que
dão ferroadas dolorosas. Os machos, porém, não têm essa arma e são sempre
inermes. Ocasionalmente, algum enxame foge e vai procurar outra morada. Aí está
um problema muito sério no que se refere ao pescador amador. Nos sertões desse
Brasil, é muito comum, quando o caboclo acha um enxame de abelhas com mel e com
sua casa em algum toco, tocar fogo no pau e, espantando o enxame, colher o mel.
Esse enxame voa então para qualquer lugar, a fim de agrupar-se e tomar novo
destino. O pior que pode acontecer é, pela manhã, mais ou menos por volta de 9
horas, haver o encontro desse enxame viajando e arisco, já que foi expulso de sua
última morada com fogo. O ataque das abelhas ao pescador é inevitável, e se o
pescador for alérgico ao veneno, pode vir a falecer. Na Revista Aruanã número
um (01), fizemos uma matéria com um pescador que teve, no rio das Mortes, um
encontro com um desses enxames. A descrição do ataque feita por esse pescador
foi trágica, já que mesmo jogando-se na água, quando o pescador subia para
respirar as abelhas entravam dentro de sua boca, tamanha era a fúria desse
enxame. Estavam esses pescadores em três pessoas em um barco e lamentavelmente
um deles veio a falecer. (NR: Esse artigo já está na
pauta de nossas postagens para publicação). Na ocasião, entrevistamos um
especialista em abelhas, e recebemos alguns conselhos. O pescador deve levar
sempre nas pescarias um saco plástico grande e de preferência azul
transparente, para no caso de ataque de enxame, proteger-se enfiando-se nesse
saco e cobrindo toda a parte superior do corpo, ou seja, da cintura para cima,
desde que esteja usando calça comprida. Se estiver de bermuda, colocar o saco
no corpo e entrar dentro da água, de modo a proteger a parte exposta com a
água. Outra curiosidade foi saber que, para melhorar a dor da ferroada, o
“antídoto” mais caseiro e certo são fatias de cebola crua, a fim de evitar dor
e inchaço. O ato de colocar uma faca sobre a ferroada de nada adianta. Como
conselho final, para o pescador que quer ter certeza, o melhor mesmo é fazer um
exame e verificar se é alérgico ou não a picadas de abelhas. Caso seja
alérgico, verificar com seu médico de confiança quais os medicamentos corretos
para levar em suas pescarias.
Obra consultada:
Dicionário dos Animais do Brasil – R. Von Ihering
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