sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - AMBORÊ


    AMBORÊ



Porque o amborê é um peixe muito especial? Simplesmente porque na pescaria de costão, praia, rios e canais do litoral, este pequeno peixe é a isca mais preferida por espécies como robalos, pescadas, meros, badejos, garoupas, caranhas, e mais uma infinidade de peixes esportivos.





Peixinhos do litoral, da família Gobildeos, e seu nome científico é Gobiodes broussonnetii. Sua coloração principal é de tons amarronzados com pequenas manchas claras branco azuladas. Sua principal característica é que ele possui na parte inferior do corpo, nadadeiras ventrais, transformadas em discos adesivos. Suas escamas são quase subcutâneas. Sua presença está registrada em todo o litoral do Brasil e até o México. Seu habitat preferido são as tocas de pedras e grotas, podendo ser tanto em água salgada, como doce e salobra. Em algumas regiões, na pesca de robalos e pescadas, ele chega a ser melhor do que o próprio camarão vivo. Sua serventia como isca pode ser comparada à do lambari nas águas doces. Outra particularidade do amborê é que se ele ficar, por qualquer motivo, preso a alguma lagoa ou pequena quantidade de água, se esta começar a secar, simplesmente vai para as margens e consegue percorrer grandes distâncias por terra, até achar uma lagoa para sua nova moradia. Nesse percurso, o amborê tem um jeito todo especial de “andar”, que consiste em movimentos iguais ao de uma cobra, só que bem mais rápido, parando vez por outra para descansar. Outro fato interessante que pudemos observar nessas caminhadas, é que sua pele fica seca, parecendo uma folha e talvez isso lhe sirva de destaque para algum predador que o queira fazer de alimento. No Nordeste são conhecidos nas variantes “amoré” e outras. A família em apreço, caracterizada pelas nadadeiras ventrais em disco adesivo, abrange para mais de 20 espécies e desta forma é provável que as duas denominações (amboré e muçurango) devam definir subdivisões, como também foram estabelecidas em sistemática. As espécies da subfamília Eleotrígineos, gênero Dormitator e Eleotris  estão em qualquer água do litoral, salobra ou mesmo doce, ao passo que os da subfamília Gobilíneos preferem a água mais batida do mar. Não tem valor econômico, a não ser como isca. No Brasil, dependendo da região onde ele está, pode ser conhecido por vários nome, e entre esses destacamos: amare, aimoré, amaré-guaçu, chimboré, moréia–do-mangue, amoré, amaborê, amoreia, babosa, cundunda, emboré, amiuíra, maria-da-toca, muçurango e tajacida.


Nota da Redação: A melhor maneira de pegar o amborê é com o uso de uma linha de mão ou caniço simples, um pequeno anzol e de isca, pedaços pequenos de camarão, sardinha e até mesmo massa de farinha. A fisgada é visual, basta apenas descer a isca em uma loca de pedra que, havendo amborés, a fisgada e imediata. Um pequeno balde com água irá mante-lo vivo por várias horas.

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