sexta-feira, 5 de maio de 2017

DICA: ENCASTOADO DE AÇO









Os encastoados de aço geralmente integram a tralha da maioria dos pescadores amadores. No entanto, cabe a pergunta: são eles usados corretamente? Confira.






Bicuda na colher com encastoado de aço

É só falar de espécies de peixes que tenham dentes que imediatamente associamos nosso material ao uso do encastoado de aço. Digamos que tal prática esteja correta, já que principalmente quando usamos uma isca natural, levamos em consideração a possibilidade do peixe engoli-la. Assim, com o encastoado de aço teremos maior segurança para brigar com o peixe sem que seus dentes atinjam ou cortem a linha de monofilamento/multifilamento. No entanto, existem outras situações onde também são utilizados os encastoados de aço, como por exemplo no caso de iscas artificiais. Neste caso especifico, a regra tem exceções que devem ser consideradas. 



Os diversos tipos de encastoados

A mais importante delas é saber que só estaremos corretos ao optar pelo uso do encastoado se estivermos pescando no sistema de corrico, já que para dar lances trabalhando a isca, por exemplo, o encastoado irá atrapalhar, pois seu peso fará com que a ação da isca seja prejudicada, pois ela acaba pendendo para a frente. Tal prática com certeza se aplica às iscas de superfície. Se só ficarmos nos lances de iscas de barbela, por exemplo, e recolhermos imediatamente, não precisando trabalhar as iscas na superfície (ou seja, corricando com o auxílio de molinete ou carretilha), mais uma vez, e só nesse caso, o encastoado não irá atrapalhar. Uma outra prática usual, que aliás é totalmente errada, refere-se ao hábito daqueles pescadores que, usando colheres no corrico, costumam fazer um encastoado dividido em várias seções, separadas por giradores. 



Piraputanga



Cachorra na isca artificial com encastoado de aço

Segundo eles, isso faz com que a linha do equipamento não torça, o que ocorre frequentemente no corrico com colheres. Isso não é verdade. O correto para evitar a torção da linha, é regular a velocidade do barco de modo que fique proporcionalmente apropriada ao corrico, fazendo com que a colher dê uma ou duas voltas para cada lado. Por outro lado, é correto utilizar o encastoado de aço para fisgar aquelas espécies que, apesar de não terem dentes, atingem grande porte. Explica-se. Quando estamos brigando com um grande peixe, é comum que ele nos tire grande quantidade de linha e saia “com a linha nas costas”. 



Iscas artificiais com barbela

Exatamente essa ocorrência é que justifica a obrigação de usar o encastoado, pois com o roçar contínuo no dorso do peixe, acontece um desgaste da linha de pesca, que acaba por romper-se com relativa facilidade. Usamos então um comprimento de encastoado adequado ao tamanho da espécie que estamos pescando. Esse comprimento o próprio pescador deve calcular, ficando porém a ressalva de que o mesmo, em hipótese alguma, deve ser maior do que o comprimento da vara de pesca, já que no lugar onde se ata o encastoado à linha, inevitavelmente haverá um girador, que como sabemos, não deve passar pela ponteira da vara. 



Material de pesca, isca artificial com encastoado de aço

Além disso, com um encastoado do tamanho certo, fica mais fácil embarcar o peixe. Normalmente, o encastoado para peixes sem dentes é muito usado nos sistema de corrico no mar, para peixes como o marlin, a albacora, o atum e outros. Em água doce, iremos usa-los para jaús, pintados e outras espécies que não possuem dentes, mas que tem o “péssimo habito de andar” acompanhadas por piranhas (ou seria o contrário?), sendo que estas, quando acham uma isca, atacam mesmo, e se não houver o encastoado, adeus anzol e chumbo. Quanto ao material usado para fazer o encastoado de aço, temos em princípio quatro opções, a saber: o aço duro, o aço mole (de um só fio), o arame com vários fios de aço e o aço encapado com plástico. 


Colheres

Entre essas quatro opções, uma boa escolha é a ultima, já que os outros tipos de aço, por suas características, costumam causar alguns problemas, pois uma vez dobrados não retornam à posição original, partem-se com mais facilidade nessas dobras e também enroscam mais, já que são muito maleáveis. Em termos de aços encapados, opte sempre por aqueles que oferecem resistência equivalente ao dobro da resistência da linha de pesca que estiver usando. Não precisa ser mais do que isso, já que antes do encastoado chegar a ser romper, a linha de monofilamento/multifilamento já terá se rompido, pois tem a metade da resistência. 



Dourado na isca artificial



Cavala na isca artificial com encastoado de aço

Uma outra facilidade do aço encapado refere-se à praticidade que proporciona para a montagem de um encastoado, bastando apenas que o pescador tenha um alicate e as “luvas” (pequenos cilindros ocos metálicos para prender os fios e dar acabamento ao encastoado) do tamanho certo. Com um mínimo de prática, que se adquire muito rapidamente, monta-se um encastoado com esse tipo de aço em apenas alguns segundos. E a resistência é garantida, pois desconhecemos qualquer caso de uma luva bem apertada que tenha deixado o fio correr. No entanto, se isso já aconteceu com você, saiba que o motivo foi o encastoado não ter sido bem montado. A propósito: chamamos de encastoado de aço esse equipamento que fica entre a linha e seu anzol, mas é bom ressaltar que ele também é conhecido por muitos outros nomes, como líder, empate, guia, ou se preferir, o esnobe “shock leader”. Boa pescaria.



   Revista Aruanã Ed.51 publicado 06/1996

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