sexta-feira, 27 de outubro de 2017

PEQUENOS RIOS, GRANDES PESCARIAS.










Às vezes, em um pequeno rio ou mesmo num riacho, podem ser feitas boas pescarias. Para tanto, será necessário analisar essas águas e tentar descobrir quais são suas reais possibilidades. O tamanho de um pequeno curso d’àgua, na maioria das vezes, esconde segredos que poucos sabem, mas que, descobertos, nos darão grandes alegrias.






Lambaris
Qualquer um de nós, se puxar pela memória, lembrará de já ter visto um pequeno rio em algum lugar de nossas andanças. Na maioria das vezes, passamos, olhamos por mera curiosidade e seguimos em frente, mais preocupados com nossas grandes pescarias feitas no Pantanal, Bacia Amazônica ou mesmo em represas e no mar. Ao longo do curso desses pequenos rios, normalmente existem propriedades, que vamos chamar de sítios, com açudes ou lagoas. Nesses locais, normalmente são criadas várias espécies de peixes, com destaque para tucunarés, black bass, tilápias, carpas, traíras e outras, dependendo da região onde estiverem. Na maioria das vezes, tais açudes não são construídos com o cuidado necessário e às vezes, uma chuva mais forte faz a barragem romper-se e a água represada desce rio abaixo, com os peixes juntos.

Tilápia

Pronto, naquela extensão a piscosidade do pequeno rio foi aumentada e muito. Há casos em que as barragens não rompem, mas os alevinos das criações dos açudes descem rio abaixo, fazendo então um peixamento natural. Outro exemplo são os pequenos rios, que com a construção das grandes barragens, passaram a jogar suas águas diretamente nestas. Ora, no rio maior que foi represado, poderiam existir várias espécies de peixes ótimas para pescar tais como dourado, pintado, pacu, piaus, piabas, curimbatás, piracanjubas, tabaranas e outras. Essas espécies são consideradas lóticas, ou seja, peixes de água corrente.   

Bagre

Evidente está, que com a barragem feita, o ambiente passou a ser lêntico ou de água parada. Nesse tipo de água, os peixes acima citados não desovam e, pela natureza, quando chega o período da piracema são impelidos a buscarem águas com correnteza para a perpetuação da espécie. Pronto, mais uma vez o pequeno rio ou riacho ali está, com o ambiente propício para os peixes. Temos também que falar sobre a alimentação, que nos pequenos rios é farta, principalmente para pequenos peixes. A foz desses locais junto à represa é um ótimo pesqueiro, pois os peixes maiores ficam à espera do que lhes trará a correnteza. 

Acará

Outro bom exemplo são os pequenos rios, também chamados de corixos no Pantanal e igarapés da Bacia Amazônica. Normalmente, esses cursos d’água são remanescentes de lagos, lagoas ou grandes baías. Em qualquer deles, dificilmente a água secará por completo, mantendo, portanto ao ano todo ambiente para a desova daquilo que o pescador chama de iscas, ou seja, os pequenos peixes. Com as cheias aumentando o volume de água, mais uma vez os peixes principais usarão os igarapés ou corixos para conseguirem entrar nesses locais em busca de alimentação. É uma excelente opção de pesca e, por diversas vezes, se o pescador insistir em pescar nos rios maiores, não terá o mesmo sucesso. 

A beleza dos pequenos rios
Mais um bom exemplo são as épocas de chuvas, quando a maioria das águas está suja e barrenta. Nos rios e represas maiores, com água suja fica impossível pescar. No entanto, por diversas vezes, em meio a toda a água barrenta, lá está um pequeno rio ou riacho com suas águas limpas a desafiar o período das chuvas. Milagre? Evidente que não, e a explicação: na maioria das vezes, o início desses riozinhos é uma nascente de água limpa e cristalina; em outras, devido ao seu curso de água e impelido pela nascente, o riozinho limpa suas águas mais rapidamente do que os cursos maiores. E não há uma só espécie de peixe que não saia da água suja para a água limpa, quer por segurança ou mesmo por alimentação. E os pequenos rios do litoral? 


Acará rajado

Esses são um exemplo maior de como pode ser feita uma grande pescaria. Qualquer que seja o rio e de que tamanho for, muitas espécies de peixes ali estáo à nossa disposição. Quem é que não sabe que o robalo entra rio adentro por muitos quilômetros? Mas não vamos falar de peixes do mar e sim de peixes de água doce, que estão nesses rios. Para acha-los, em qualquer curva do pequeno rio onde haja uma profundidade maior, lá estarão e em grande quantidade os lambaris, traíras, acarás, tambiús, saicangas e várias espécies de bagres, com referência especial ao jundiá, por seu aspecto bonito e a excelência de sua carne. Um outro bom exemplo desse tipo de pesca são os diversos rios de Campos de Jordão e da Serra da Bocaina. 


Pesque junto às margens com capim

Como se sabe, e isto já foi matéria da Aruanã, essa região foi escolhida para peixamento experimental de trutas no Brasil. Em quase todos os seus pequenos rios a truta está presente, já que muitas criações estão espalhadas por essas duas regiões e, lógico, com a descida de alevinos das criações tornam-se os pequenos rios bons pesqueiros de trutas. Finalmente, um exemplo de que todos, se já não presenciaram, pelo menos ouviram falar: pescarias incríveis de lambaris feitas em pequenos rios, que às vezes tem menos de um metro de largura. E como são esportivos os lambaris desses cursos d’agua. Isto sem falar de nossos pescadores do interior, que ao sinal da primeira trovoada e posterior ameaça de chuva, de posse de um enxadão, vão arrancar suas minhocas, pois sabem que em um pequeno rio próximo, os bagres ficam alvoroçados ao menor sinal de chuvas e, lógico, muito fáceis de serem fisgados. E vivam os pescadores 

Revista Aruana Ed:16 publicada em 06/1990

domingo, 22 de outubro de 2017

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA NO BRASIL - CASA ÂNCORA









De uma reunião de amigos, ocasionalmente todos caçadores, nasceu a idéia de montar-se uma loja especializada, que viria atender não só caçadores, mas antes de tudo pescadores e afins.






Publicidade na Revista Aruana
O ano era 1950. Fundou-se então a Casa Âncora. Seus diretores eram o Henrique, o Rogério (estes irmãos) e o Mateoni. Essa empresa trabalhou durante sete meses com essa constituição, e por volta de 1951, o Mateoni retirou-se da empresa e os demais sócios convidaram então o Giovanni Toschi para integrar o grupo. A nova razão social passou então a ser Toschi e Davini & Cia. Ltda. Com sua experiência comercial, Toschi passou a tomar conta da parte administrativa. Em 1973, com o falecimento do Rogério, a então sociedade adquiriu as cotas desse sócio e finalmente em 1987, o Henrique resolveu afastar-se, e como ele mesmo diz, “para curtir um pouco mais a vida”.  Dessa data em diante, a Casa Âncora, que é seu nome fantasia passou à exclusiva orientação do Giovanni Toschi. A Casa Âncora começou suas atividades em um prédio da Av. Brigadeiro Tobias, compreendendo um período de 1950 a 1973, quando então, devido às obras do metrô, mudou-se para seu atual endereço, à Av. Casper Libero, 598/604 e com sua filial no nº634. Pois bem, mas quem é Giovanni Toschi, este italiano de Lucca, na região da Toscana da Itália. Sua chegada ao Brasil deu-se no ano de 1947 e de sua terra natal ele trouxe principalmente em sua bagagem o amor pela caça. Aqui em nosso país, continuou a caçar, tendo predileção pela caça de campo, que periodicamente, na época permitida, praticava-se em regiões da sorocabana, tais como Martinópolis, Rancharia, Presidente Prudente e etc. 

A loja em São Paulo

Sua maior mágoa, como ele próprio declarou foi terem fechado a caça no Brasil, o que não mudou nada, já que há mais de 10 anos isso aconteceu e nada mudou, muito pelo contrário, os campos diminuíram e existe hoje muito menos caça de campo e isso, finaliza, “não foi culpa de caçadores amadores”. A prova dessa afirmação do Toschi é que durante 25 anos consecutivos, ele caçou sempre na mesma região, e com o mesmo sucesso. Aqui ele abre um parêntesis, para dizer que seus cães de caça era da ração pointer e bracco, de sua própria criação e, com saudades, lembra de seus velhos companheiros cinegéticos, o Rogério, Henrique, Ângelo, Gianotti e De Nigris, alguns infelizmente já falecidos. Hoje, a Casa Âncora pode ser considerada como uma das maiores lojas do Brasil, vendendo tanto no varejo como no atacado. Seu maior estoque compõe-se de anzóis Mustad, japoneses e nacionais, linhas de pesca, cordas, molinetes e carretilhas tanto nacionais como importados, já que a linha Abu faz parte de seu estoque com todos os modelos, além de grande variedade de varas de pesca nacionais e importadas e barcos. Armas de todos os tipos, cartuchos e completa variedade de artigos complementares para a caça, pesca e camping. Seu filho Renato Toschi, um jovem de 27 anos, já há cinco anos também trabalha na loja e é responsável pela parte comercial. Sua filha Claudia responde pela parte administrativa. Conforme o Renato nos contou, foi em princípio muita responsabilidade assumir a parte comercial, pois seu pai é muito conhecido no setor, mas como ele mesmo diz, “me dedico de corpo e alma ao prosseguimento dessa obra, o que se resume no bom atendimento a todos nossos amigos e clientes”. Formado em publicidade, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, está colocando sua experiência nesse setor a serviço de sua empresa. Ele finaliza: até agora tem valido a pena. É um ramo de comércio onde principalmente se faz bons e duradores amigos”. Renato também adora caçar e só não o faz em virtude da atual proibição. Enquanto isso pratica principalmente em represas, a chamada “pesca caipira” de tilápias e lambaris, além de ser também um defensor das iscas artificiais, que ele utiliza na pesca de black bass e tucunaré. Aí está portanto, um pouco da história de gente que como a gente, faz do mercado voltado à pesca seu meio de vida, mantendo uma tradição que certamente nos unirá por muitos anos, enquanto nosso esporte existir ou se preferirem, resistir.

NOTA REDAÇÃO ESPECIAL:  A vida, de repente, nos mostra grandes surpresas. Acabo de falar.por telefone, com o Renato Toschi da Casa Âncora. Aproveito para informar que seu novo endereço é Rua Florêncio de Abreu, 653 e os telefones continuam os mesmos. Mas a melhor surpresa foi a de que, o Pioneiro Giovanni Toschi, agora aposentado, continua gozando de perfeita saúde e ainda acompanhando a sua realização, aos 93 anos, firme e forte. Que Deus o proteja e um grande abraço a ele.


Revista Aruanã Ed: 12 publicada em 10/ 89

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA - LIGUEPESCA






Nos “velhos e bons tempos”, existiam agências de viagens e turismo que promoviam a seus clientes e interessados, viagens para pescarias. Além de reservas a essas pescarias, a agência era responsável pela segurança do pescador, acompanhamento até a hora do embarque e retorno, além da comunicação pescador/família. A Liguepesca foi à pioneira nesse tipo de serviço.







“Solte-se – a Liguepesca é a sua companheira de pescarias”. Com este slogan, está funcionando desde 1986 uma agência de viagens, onde o pescador amador é o principal cliente. Sob a responsabilidade de três diretores, Marco Antonio M.Oliveira, Valquir de Brito e Edson J.E Santo, a Evidência Turismo Liguepesca, está localizada em São Paulo, à rua Dr. Costa Junior, 390 – CEP 05002 e telefone (011) 864-0400. Mas quem são estes três responsáveis por esta agência de viagens, preocupados com o atendimento a pescadores de todo o Brasil? Começamos nossa entrevista com o Marco Antonio, já que é um dos mais antigos nessa atividade, e ele diz: “a princípio, pode parecer meio esnobe que o pescador amador necessite de uma agência de viagens para marcar sua pescaria, mas é evidente que isso não é verdade, pois nossa função é garantir principalmente que o pescador possa marcar antecipadamente sua pescaria e ter a certeza de que, na data marcada ela vai acontecer”. “Esta afirmação pode até aparecer estranha”, continua ele, “mas tem razão de ser. Já que quando marcamos uma pescaria para qualquer pescador, a reserva de passagens, de pesqueiro, translado, etc, fica antecipadamente garantida e sob nossa responsabilidade”. Já o Edson J.E.Santo, é o responsável, na agência, pelo contato com os pesqueiros, companhias aéreas e respectivas reservas. Como o próprio Edson diz, “para nós é questão primordial que a pescaria aconteça da melhor maneira possível. Nossa principal função é proporcionar a segurança nos mínimos detalhes. Em acontecendo a pescaria”, finaliza ele, “a única preocupação do pescador será fisgar o peixe.” Tanto o Edson como o Marco Antonio ficam na sede da agência, em São Paulo. Em Corumbá, a recepção dos pescadores fica por conta do Valquir de Brito. Morando há muitos anos em Corumbá, é ele quem vai esperar pelos pescadores no aeroporto, ou em outro lugar previamente combinado, e os leva até o pesqueiro escolhido. 

Publicidade da Liguepesca na Revista Aruanã

Segundo Valquir, sua função principal é garantir que tudo corra bem nos mínimos detalhes, bem como mostrar ao pescador que ele não está sozinho, pois a sede da Liguepesca em Corumbá pode transmitir qualquer recado do pescador via rádio, a sua família e vice-versa. Hoje, a Liguepesca tem convênio com os seguintes pesqueiros: Barco Hotel Cabexy, Barco Hotel Jóia Pantaneira, Barco Hotel Marques de Valência, Barco Hotel Caiamã, Pesqueiro Paraíso dos Dourados e Pesqueiro Pousada do Castelo, todos eles com sede na região de Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Em Rondônia, a Liguepesca mantém convênio com o Pesqueiro Cabanas do Guaporé; em Manaus, com o Barco Hotel Yanna e finalmente em Santarém, com o Tropical Hotel e a Lago Verde Turismo. Uma das afirmações de nossos três entrevistados deste Quem é Quem fazem questão de frisar é que, quando o pescador faz sua reserva em qualquer um destes pesqueiros, o preço cobrado é exatamente igual ao que paga o pescador que faz o contato direto. No entanto, afirmam eles, “fazendo a reserva antecipadamente conosco, uma pescaria em qualquer um destes locais, passa a ser nossa responsabilidade”.  “Com certeza o pescador, quando chegar o dia, terá sua reserva de pesqueiro e as passagens aéreas, por exemplo, em suas mãos e confirmadas por nós”. Com diversos funcionários treinados exclusivamente para atender seus clientes, que hoje, já cadastrados, somam mais de três mil, a Liguepesca conta ainda com carros, barcos, kombis e micro-ônibus, tudo isso voltado para o atendimento ao pescador, a garantir que realmente a Liguepesca será a sua melhor companheira de pescaria. Uma frase do Marco Antonio define bem o serviço de sua agência: “iniciada a viagem, o pescador passa a ser nossa responsabilidade, que só terminará quando o colocarmos de novo em sua residência”.
NR: Telefones e endereço, devido ao tempo decorrido da publicação deste artigo, devem ser atualizados. Na matéria original, a foto do Valquir não saiu, já que o mesmo estava na sede da Liguepesca, em Corumbá (MS).

Publicado na Rev. Aruanã Ed: 11 em agosto/1889



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

ROTEIRO - DE BERTIOGA À BORACÉIA
















Os 65 kms de Bertioga à Boracéia, é um trecho muito conhecido de pescadores amadores paulistas e mesmo de estados vizinhos, tal é a comodidade e ainda sua piscosidade, em rios, praias e costões. Evidente está que toda a sua orla está sendo ocupada e isso trás todos os problemas possíveis ao meio ambiente no total. Mas, vale a pena, ainda,  conhece-lo e se possível visita-lo para uma pescaria em todas as suas opções.






Canal de Bertioga: à esquerda, o forte

Para chegar aos locais objetivos deste nosso roteiro, a melhor opção é o complexo rodoviário Anchieta/Imigrantes, passando então para a rodovia Piaçaguera-Guarujá, que é onde começa a rodovia Rio-Santos. A Rio-Santos é uma estrada cujo trajeto engloba toda a extensão do litoral norte de São Paulo. Como são muitas as opções de pesca que se oferecem aqui, vamos dividi-las por modalidades.


                                                  RIOS E CANAIS

Começamos pelo canal de Bertioga, uma ótima opção principalmente para pesca de robalos. São muitos os pesqueiros aqui, e para não correr o risco de nos estendermos demais, vamos citar o melhor de todos, que fica logo na entrada do canal, junto ao atracadouro da balsa, do lado do Guarujá. 

Robalo

Para localizar esse ponto, onde a melhor opção é a pesca de rodada, usando como isca o camarão vivo, deve-se proceder da seguinte maneira: olhando do mar para dentro do canal, o pesqueiro estará localizado exatamente em frente à balsa do lado do Guarujá, a mais ou menos oitenta metros de distância desta. Partindo desse ponto, trace uma linha reta imaginária desviando levemente para o meio do canal, e ao atingir uma distância de aproximadamente 300 metros canal acima, teremos o ponto para começar a rodada. Lembre-se de que o melhor horário é o intervalo de tempo em que ocorre a vazante da maré. Suba até o ponto indicado, e, ao sabor da correnteza, venha “batendo” o fundo com a isca até chegar em frente à citada balsa. Se não houver ação por parte dos peixes, ligue o motor do barco e, subindo por fora dessa reta imaginária, recomece a rodada. 

Ancoradouro da balsa do lado do Guarujá

Só para que o leitor possa ter uma idéia, as informações que obtivemos acerca dos robalos capturados nesse pesqueiro dão conta de muitos peixes grandes, sendo o recorde de 25 kg. O material a ser usado nessa modalidade tem características especiais: os pescadores da região costumam usar varas bem flexíveis de 3 metros, linha de bitola entre 0.30 a 0.40 mm e anzóis 1/0 e 2/0. As varas flexíveis são usadas de 4 a 5 por embarcação. Continuando a subir o Canal de Bertioga, teremos a direita o rio Itapanhaú, também conhecido como rio da Fazenda. Nesse rio pode-se pescar com camarão vivo, mas devido à formação estrutural do curso d’água, com galhadas nas margens, as iscas artificiais dão ótimos resultados. Portanto, para localizar os bons pesqueiros do rio, deverá o pescador procurar essas galhadas nas margens, que são muitas e perfeitamente identificáveis ao olho nu. 

Garoupa

Um outro ponto que pode ser citado como bom pesqueiro nesse rio fica embaixo da ponte da rodovia Rio-Santos. Nesse local, é aconselhável pescar apoitado, e uma boa recomendação é permanecer embaixo e junto às colunas da ponte. Além do robalo, há notícias da captura de pescadas amarelas, miraguaias, pampos e outras espécies, sempre pescando-se no fundo. A profundidade média desse local oscila entre 20 e 30 metros. Em termos de infra-estrutura, recomendamos ao pescador que siga pela rodovia Guarujá-Bertioga, onde logo após o Perequê existem várias marinas que, além de alugarem barcos, fornecem também a isca principal no caso, o camarão vivo. Deixando o canal de Bertioga e o rio Itapanhaú e seguindo pela Rio-Santos, após 44 km encontraremos o rio Itaguaré.

Rio Itaguaré 

É um rio considerado pequeno, se comparado aos citados anteriormente, mas de excelente piscosidade. Pode-se usar tanto iscas vivas como artificiais, pois esse rio tem vários pontos bons para a pesca. Entre eles, citamos as pedras, logo no início do rio (na primeira curva de quem vem do mar para cima), duas estruturas de pontes velhas (pesque a distancia de arremessos da mesma), as colunas da ponte sobre a rodovia e mais uma infinidade de galhadas e curvas do rio. Mesmo com a presença maciça, o Itaguaré ainda é uma boa opção de pesca. Seus peixes principais são: os robalos, caratingas (junto às pedras e às pontes), pampos, badejos e pequenas garoupas. Mas o Itaguaré reserva uma surpresa para o pescador. Como sabemos, o melhor horário para se pescar em rios é aquele em que a vazante ocorre, sendo que normalmente esse período é de seis horas. 

Rio Guaratuba: ao fundo a ponte da Rod. Rio-Santos

Quando começar a enchente, a primeira hora ainda é boa para pescar, no entanto, daí para a frente, ao invés de correr, as águas doces do rio represarão, faltando então a famosa “mexida” da água, tão importante para a pesca do robalo. E agora? O que há para se fazer enquanto esperamos a nova corrida da maré? Quando for pescar no Itaguaré, não se esqueça de levar também uma ou duas varas simples (podem até ser de bambu), linha do tamanho da vara, anzol pequeno (para lambari) e anzol médio (para acarás). Suba o rio até onde ele se estreita bastante (vá sempre pela margem esquerda, já que a certa altura há uma bifurcação) e procure um poço mais fundo. Pare o barco na margem oposta e jogue sua isca, que pode ser uma simples minhoca (para o acará e o lambari) ou massa de farinha (só para o lambari) e veja o que vai acontecer. 

Mapa da região

A ação dessas duas espécies é tão intensa que não dá para pescar simultaneamente com as duas varas, sendo obrigatório ficar com uma só e na mão. Os “lambaris” (tambiús) são de bom tamanho e os acarás não ficam atrás, mas é difícil fisgar um grande exemplar desta espécie, já que os de pequeno porte não dão aos maiores a chance de abocanhar nossas iscas. É nosso costume fisgar os pequenos primeiro, dizendo que vamos “limpar um pouco a área para os grandes”. Evidentemente, todos os peixes pequenos são soltos. Como infra-estrutura local, podemos citar o Sr. Obidom, que tem um pequeno negócio nas margens do rio, onde há barcos para alugar. São apenas seis embarcações, o que não garante a disponibilidade nos finais de semana. Como não há telefone para reservas, a única escolha é contar com a sorte. 

Barreira na praia de Guaratuba

Para atingir a casa do sr. Obidom, deve-se entrar em uma pequena estrada de terra à direita, mais ou menos 50 metros antes da ponte do Itaguaré. Saindo do Itaguaré, e seguindo mais 11 km à frente, vamos encontrar o rio Guaratuba, com as mesmas características do primeiro e portanto com o mesmo tipo de pesqueiros. Também nesse rio, a presença de acarás e lambaris é garantida. Aliás o Guaratuba foi tema do roteiro da edição 47 da Aruanã. Também aqui a infra-estrutura oferecida resume-se a um pequeno negócio junto à ponte velha do rio, onde também há apenas seis embarcações para alugar. Não há como reservar os barcos e a entrada para esse local fica à direita, mais ou menos 300 metros antes da ponte da Rio-Santos sobre o Guaratuba.

Paratis                                                        
                                                        PRAIAS


Todas as praias desse trajeto são “rasas”, portanto, para pescar nelas devemos primeiro localizar seus canais. A primeira opção é a praia de Bertioga, que conta aproximadamente 10 km de extensão, sendo toda essa área boa para a pesca, com exceção das duas extremidades (são protegidas por costões), onde quase não há ondas e as águas são muito rasas. Para não dizer que não citamos algum pesqueiro especial, vamos lá: pesque desde o SESC (colônia de férias) até dois quilômetros adiante. Costumamos pescar nesse local sempre com duas varas, permanecendo com uma não mão e deixando a outra na espera. Na vara de espera costumam sair grandes cações e arraias. Os peixes mais comuns nessa praia são as betaras, pampos, robalos, paratis-barbudos e galhudos. 

Praia de São Lourenço

Nas areias da praia há a muitas opções de iscas naturais à sua disposição, como a minhoca de praia e os corruptos. Após Bertioga, a próxima praia é a de São Lourenço, de menor extensão. A piscosidade é grande, principalmente de pampos, para os quais a melhor época de pesca é agora (NR:abril). Como bons pesqueiros, recomendaríamos o ponto logo no início da praia (junto à passagem do Indaiá) e o local em frente a um parcel de pedras bem no meio da praia. As espécies encontradas aqui serão as mesmas citadas para a praia de Bertioga, bem como as iscas naturais, que também estão presentes na areia. Após São Lourenço e sempre em sentido norte, encontraremos as praias de Itaguaré e Guaratuba, cuja divisão é feita pelo rio Itaguaré. Na praia de Itaguaré não costumamos pescar, já que os pontos após o rio de mesmo nome ainda nos parecem ser o melhores locais. 



Praia de Itaguaré

No entanto, junto à foz desse rio, à direita do mesmo, já houve companheiros que fizeram boas pescarias. Particularmente preferimos a praia à esquerda. Para atingir esse local, logo após a ponte do rio na rodovia, siga por uma pequena entrada de terra à direita, que levará a praia, diretamente melhor local para esse tipo de pesca. Os peixes que nos trazem maior emoção nessa praia são os cações de bom tamanho fisgados. É impressionante observar que, todas essas praias, a de Guaratuba é a que tem maior presença de cações, assim como ocorre na praia de São Lourenço em relação aos pampos. Portanto, o melhor local é o compreendido pela área que se estende por aproximadamente três quilômetros desde a foz do rio Itaguaré até a antena da Petrobrás. 





Robalo no canal


As melhores iscas para o cação nesse local são os pequenos peixes da praia (betaras, paratis-barbudos e outros) iscados em forma de toletes ou filés e mesmo inteiros. A vara de espera costuma fazer sucesso nessa praia, e é importante não esquecer de regular a fricção do equipamento, pois são comuns as histórias de varas perdidas com grandes peixes. No fim da praia de Guaratuba, está o rio de mesmo nome. Pescando junto à foz desse rio, há boa chance de termos sucesso especialmente com os robalos (o mesmo acontece no Itaguaré) e a melhor isca nesse local será o camarão vivo. Nos demais pontos, as iscas naturais serão também encontradas facilmente na própria praia. Finalmente, chegaremos à praia de Boracéia, cuja extensão beira os 10 kms. Além do município de Bertioga, essa praia já pertence também ao de São Sebastião. 



Praia de Guaratuba

Praia bastante comum, rasa e de mar aberto. Os canais são bem visíveis e a piscosidade não fica devendo nada às praias anteriormente citadas. De janeiro a abril, o peixe mais comum é o pampo, sendo que estão encostando os exemplares de bom tamanho. No mais, as dicas de pesca e as espécies encontradas aqui serão as mesmas das praias já citadas, sendo que é interessante destacar que Boracéia é a praia que tem mais minhocas na areia, principalmente no canto, junto às pedras.


                                                PESCA DE COSTÃO

Ao longo do trajeto compreendido por este roteiro, vamos encontrar três costões bons para a pesca. O primeiro deles fica no fim da praia de Bertioga, local também conhecido como Indaiá. Tanto do lado de Bertioga como do lado de São Lourenço, essa é uma boa opção.

Praia de Boracéia

Pode ser atingido pelas duas extremidades das praias citadas e para pescar mais “para fora”, será necessário localizar as picadas (são visíveis) no meio da mata. A variedade de peixes é enorme, destacando-se os sargos, garoupas, badejos, robalos, pampos e – dependendo da época – até anchovas (normalmente a partir de junho). Como é um costão de meio de praia, os corruptos ainda dão bons resultados, assim como outras iscas tais como amborés (podem ser fisgados no meio das pedras pequenas e com camarão morto), baratinhas-do-mar, caranguejos e saquaritás, que podem ser encontrados no próprio local da pescaria. Pescando nas duas laterais, o lances dados devem ser de pequenos a médios, pois a areia logo estará junto às pedras. Mais para o meio, os lances podem ser mais longos. Outro costão à frente é o que fica entre São Lourenço e Itaguaré, cujas características serão iguais às do citado anteriormente, tanto em termos de estrutura como no tipo de pescaria. São exatamente iguais e com a mesma piscosidade.

Pampo

Finalmente, vamos encontrar o costão de Boracéia. Do lado de Guaratuba, o costão começa na margem do rio do mesmo nome. Para atingi-lo será necessário empreender uma caminhada razoável pela estrada que fica logo após a ponte do rio. É uma estrada de terra onde o trânsito de veículos é pouco recomendável. Se optar por esse local, saiba que um peixe bastante presente ali é o robalo. A isca certa para tentar essa espécie é o camarão vivo e o melhor local fica na ponta do morro, de onde jogaremos a isca para o lado do rio Guaratuba. A largura do rio que separa a praia do costão é de aproximadamente 50 metros. Caso queira pegar a estrada, será preciso andar mais de 2 km. Portanto se houver um barco para o pescador fazer a travessia, tudo ficará mais fácil. No mesmo costão temos o lado de Boracéia, preferido pela maioria dos pescadores devido ao acesso mais fácil e o caminho pelas pedras, mais certo. 



Costão de Boracéia


Como se sabe, andar sobre pedras não é fácil, podendo mesmo ser considerado perigoso. Mas o costão compensa, pois é muito bonito e piscoso. São encontradas aqui as mesmas espécies descritas anteriormente, e uma dica: um peixe muito comum nesse costão é a garoupa. Costuma-se pesca-la com varejão de bambu e linha de aço, já que com carretilhas ou molinete será muito difícil tirar um peixe dessa espécie, que tem o “péssimo hábito” de entocar após fisgada. E não há nada que faça uma garoupa sair da toca. Com o varejão de bambu, após a fisgada, devemos içar a vara o máximo possível, buscando não dar ao peixe a chance de ir para a toca. As melhores iscas para a garoupa serão o amborê e filés de sardinha ou bonito, ou mesmo toletes desses peixes. 


Costão do Indaiá

Agora, alguns problemas. Infelizmente, na maioria dessas praias não é permitido o trânsito de veículos, chegando algumas ao absurdo de serem fechadas com correntes ou pedras e montes de terra. Procuramos saber que autorizou esse fechamento, e segundo nos informaram na região, trata-se de obra dos grandes condomínios existentes, que alegam com isso “coibir o uso das praias pelos farofeiros e ônibus de excursão, que lá vão fazer piqueniques”. E nós pescadores acabamos sendo prejudicados, pois fica muito difícil, além de perigoso, deixar o carro longe do local onde estamos pescando. No entanto, existem diversas entradas ao longo de todas as praias aqui citadas onde um pequeno caminho ou uma rua nos levam até a areia. Nesses locais existem algumas casas, cujos moradores, com uma boa conversa e uma gorjeta, se prontificam a tomar conta dos carros. (NR: isso naquela época) Na praia de Guaratuba, logo após o rio Itaguaré, é possível entrar e transitar com o carro. 



Costão da praia de São Lourenço

Outra opção para chegar à areia é ficar entre São Lourenço e Itaguaré, onde na beira da Rio-Santos existe o condomínio Pontal de Guaratuba, o qual segundo informações obtidas, “permite” que os carros entrem, desde que os pescadores se identifiquem na portaria (que maravilha não?). Portanto, em todas as praias e costões, o mais recomendável é que o pescador procure deixar seu veículo estacionado junto a casas próximas de onde estiver. Em Boracéia, a rodovia margeia toda a extensão da praia, permitindo que o pescador visualize seu veículo. Se quiser ficar mais sossegado, existem alguns estacionamentos na região, onde você poderá deixar seu carro em segurança. 


Costão da praia de Guaratuba e foz do rio Guaratuba
                                                       
                                                              PESQUISA
Alguns nomes de locais aqui citados são de origem tupi-guarani, e sua tradução para o português é bem interessante. Vamos a eles: Bertioga: “casa das tainhas”; Boracéia: “dança indígena”; Guaratuba: “lugar de muitas garças”; Itaguaré: “o mesmo que pedra torta, ou espiralada”; Indaiá: “uma espécie de palmeira”; Piaçaguera: “porto velho, extinto, que não é mais usado”.
NOTA DA REDAÇÃO: Evidente está que os locais aqui citados nesta matéria na Revista Aruanã, em abril de 1996, com certeza estarão mudados. Mas, os rios lá estão, senão tanto piscosos, ainda com muitos robalos. Aos costões e praias, podemos aplicar a mesma observação. O que nos resta afirmar é que, todos os locais, ainda são muito bons para pesca amadora. 


Revista Aruanã Ed. nº50 publicada em 04/1996

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

UM POUCO DE UMA (BOA) HISTÓRIA ANTIGA





USE A VONTADE.
NÃO HÁ NENHUMA RESTRIÇÃO


Às vezes uma casualidade pode nos trazer alguma coisa rara em beleza e informação. Estamos nos referindo a Agenor Couto de Magalhães e sua obra “Monographia Brasileira de Peixes Fluviaes (sic)”. É um livro, mas seu conteúdo é impressionante. Confira










Mexendo em minha biblioteca, dei de cara com este livro que por si só deve ser considerado uma obra rara. Conto como ele chegou em minhas mãos. Vizinha à casa de minha mãe, morava um senhora de idade e que sabia das coisas que eu fazia sobre pesca. Um belo dia, ao chegar para o almoço com minha mãe - era tradição - de todos os dias, fui presenteado com esse livro de Agenor Couto de Magalhães, pela dita senhora, que havia ficado viúva. Seu marido de nome Oswaldo Domingues Soldado, uma pessoa influente no meio em que vivia – não o conheci – ganhou o livro de uma pessoa da família de Couto Magalhães, já que ao presentear, autografou o livro. 




Infelizmente não dá para saber o nome da pessoa, mas a data é bem clara 30 de abril de 935. Na parte em que se lê “Desenhos do autor” publico apenas três, já que mostrar todos seria uma tarefa impossível. Mostro apenas esses e, acrescento, Couto de Magalhães servia-se de modelos com o original pescado por ele mesmo. É interessante observar e perguntar de como seria o material usado por ele, em seus desenhos, tal é a perfeição dos mesmos. Os desenhos então eram feitos na hora, com alguns a cores e a maioria em Branco e Preto. Mas há mais: após os desenhos ele abria os peixes examinava-os e fazia suas anotações científicas e biológicas, já que após qualquer desenho publicado, há uma minuciosa descrição do espécime pescado e estudado pelo autor. 


Devemos puxar pela imaginação e pensar: se ele faleceu em 14 de setembro de 1898, com 61 anos – nasceu em 1º de janeiro de 1837 – como seria que fazia suas incursões em rios brasileiros? Ora, se ele fala de dourado Salminus maxillosus, deve ter andado pela Bacia do Prata. Ao mesmo tempo, ao descrever o Salminus brevidens ele pode ter estado no “Velho Chico” e outros rios onde esse peixe na época era comum. Ele relata uma lista de 146 peixes capturados para estudo e faz a sua “Nomenclatura popular de peixes fluviaes" de todos eles e, em seus mínimos detalhes para a época. Agenor Couto de Magalhães devia ser uma pessoas extrovertida, alegre, bem humorada e cuidadosa em sua obra. Mas, não escapa na ultima página do livro uma observação que transcrevo, na integra:

                                                        ERRATA
“Muitos erros me escaparam, mas foram apanhados e incluídos nesta corrigenda. Outros, provavelmente, ficaram para o leitor descobrir e... esquecer. E, por isso desde já antecipo e meu profundo agradecimento (sic)”.

De minha parte só posso dizer obrigado Agenor Couto de Magalhães e, que Deus o tenha em um lugar muito especial. Você é um Pioneiro e é uma honra ter seu livro em minhas mãos.

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

DICIONÁRIO ARUANA ANIMAIS DO BRASIL - CASCAVEL






Para nós pescadores amadores, que continuamente estamos no meio ambiente, encontrar uma serpente cascavel pode ocorrer. Animal dotado de peçonha, ou seja, veneno que pode levar a óbito é um bicho que deve ser conhecido melhor, em seus detalhes.





Um animal peçonhento é aquele que segrega substâncias tóxicas com o fim especial de serem utilizadas como armas de caça ou defesa. Apresentam órgãos especiais para sua inoculação. Portanto, para que haja uma vítima de peçonhamento, é necessário que a peçonha seja introduzida por este órgão especializado, dentro do organismo da vítima. Gênero Crotalus Espécie – Crotalus durissus terrificus. As cascavéis possuem a cabeça triangular, recobertas por escamas, e tem fosseta loreal (ou lacrimal) – um pequeno orifício entre os olhos e as narinas. Seu corpo é recoberto de desenhos em forma de losangos marrom-escuros, com frisos amarelo-pálidos ao longo da coluna vertebral. 


São solenóglifas (possuem os dentes maxilar superior na parte anterior da boca, apresentando um canal interno por onde circula e se escoa o veneno). De hábitos noturnos, a cascavel vive em lugares arenosos e secos. Entretanto, confirmando que a presença de serpentes numa área é consequência da própria presença do homem, em Rondônia já foram identificadas cascavéis. São de hábitos noturnos, movimentos lentos e em sua maioria vivíparos (expelem filhotes vivos).



Ao ser picado por uma cascavel, os sintomas mais comuns são: sensação de formigamento no membro atingido, dores em diversos locais do corpo, tontura, perda total ou parcial da visão, urina cor de coca-cola. No quesito de primeiros socorros é aconselhável fazer perfurações e sangria no local da picada. Manter a vítima deitada, com o mínimo de movimentos, portanto não ande e procure gritar por socorro. Como outras serpentes todos os répteis são da ordem dos ofídios, representada no Brasil por sete famílias, que compreendem ao todo cerca de 200 espécies, de acordo Catálogo de Afrânio do Amaral, 1936. A nomenclatura científica distingue cobras “opistóglifas” (com dentuças na extremidade posterior do maxilar superior). Um detalhe significante é dizer que sua cabeça é toda revestida de escamas pequenas, alinhadas em séries oblíquas; além disto, há, entre a narina e o olho, uma pequena covinha, como a não tem nenhuma outra cobra não venenosa.

Obras/instituições consultadas: Instituto Butantã e Dicionário Animais do Brasil de Rodolpho Ihering, com desenhos originais.