segunda-feira, 30 de abril de 2018

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA NO BRASIL - DISTRIBUIDORA PAULISTA DE PESCA











Todo pescador tem uma loja de pesca de sua preferência para fazer suas compras. Na maioria das vezes conhecemos “de vista” o dono da loja. Nesta matéria, vamos conhecer melhor um desses empresários, que há muitos anos se dedica a esse tipo de comércio.



O diretor da empresa, Fernando da Silva Julião

Como todo imigrante que vem para o Brasil, Fernando da Silva Julião aqui chegou em 1962 para trabalhar a fim de atingir seus objetivos de vida. Em sua terra natal – Aveiro, Portugal – este português que hoje tem 46 anos, trabalhava no ramo de comércio de ferragens. Em maio de 1962, teve como primeiro emprego no Brasil o cargo de ajudante de balcão, na Mabel. Por volta de 1964, já era gerente da loja. Dois anos mais tarde, começou a trabalhar por conta própria, comercializando materiais de pesca e caça como vendedor autônomo. Ficou nessa função até 1973, quando montou a Distribuidora Paulista de Pesca, na Penha, em São Paulo, mais precisamente na Av. Gabriel Mistral, 965. Em 1978, passou a ocupar um prédio na Rua Brigadeiro Tobias, 745 e seis anos mais tarde, adquiriu sua sede própria onde está até hoje localizada sua loja.  Ocupando uma área de 700 m2, com 12 funcionários, a Distribuidora Paulista de Pesca, tem sua sede na Rua Brigadeiro Tobias, 634 – São Paulo – SP – CEP 01032 – Fone PABX (011) 229-7499. Casado com Dona Marlene, brasileira, teve dois filhos, Fernando Junior e Márcio, que hoje trabalham junto com o pai, e como ele mesmo diz: “é para manter a tradição da loja, pois quando estiver na hora de parar, os garotos assumem”. Pescador amador inveterado, tem como preferência a pesca de tilápias em represas, tendo já fisgado em Salesópolis, uma tilápia do Nilo de 2.250kg. Outra preferência é pela pesca no mar, feita tanto em costão como em alto mar. 

Aspecto da loja

Seus pesqueiros favoritos são a Moela, Montão de Trigo, Alcatraz e Queimada Grande, onde os peixes mais procurados são os sargos, garoupas e badejos. Nessa modalidade, seu maior peixe foi um badejo de 6 kg. Fernando dá um destaque especial também ao Canal de Bertioga, onde ele pesca com camarão vivo e no sistema de rodada. No que se refere ao Pantanal, já pescou lá, mas não pode ir frequentemente por causa de seus compromissos profissionais. Como maiores alegrias, Fernando cita os muitos amigos e clientes que frequentam sua loja, onde o mais divertido são as histórias de pescarias, com seus fatos pitorescos e engraçados. “Sem exceção – diz ele – temos amigos espalhados por todo o Brasil”. Uma de suas maiores tristezas é a depredação do meio ambiente, principalmente do Pantanal, onde, segundo ele, a pesca profissional deveria ser proibida e a pesca amadora, já que esta não depreda, protegida e incentivada. “É um absurdo fechar a pesca amadora por três meses no Pantanal, diz ele”. A falta de recursos para a fiscalização, que deveria ser mais efetiva é outro item lembrado. Para finalizar e expor melhor sua empresa, Fernando tem mais de cinco mil itens para o pescador amador dentro de sua loja, que vão desde um simples anzol até motores de popa. E mais: faz um desafio ao nosso leitor para que encontre preços melhores do que os da Distribuidora Paulista de Pesca. Finaliza: “Nós não deixamos de fazer nenhum negócio e ainda atendemos todo o Brasil pelo reembolso postal”. Aí está portanto mais um empresário do ramo de pesca, agora muito mais conhecido de todos nós. E vamos aceitar o desafio de Fernando da Silva Julião.

NOTA DA REDAÇÃO: Como sempre fazemos em postagens como esta, procuramos saber se, no caso, a empresa continua funcionando. Consultamos o Google que nos informa que a empresa existe, no mesmo endereço mas seu telefone e maiores informações não constam. Isso nos exime, portanto,  de qualquer possível falha.

terça-feira, 24 de abril de 2018

ESPECIAL - UM PEIXE CHAMADO JAÚ












O Dr. Zanirato é cirurgião dentista e lecionou Fisiologia durante muitos anos. Atualmente, dedica-se a pesquisas científicas sobre o jaú, peixe que observa há 20 anos. Juntamente com a equipe com a qual trabalha, tem como projeto publicar futuramente um estudo anatômico, histológico, comportamental e fisiológico acerca do jaú.



Da direita para a esquerda: José Eugênio Zaniratto, o piloteiro Armando Camargo Gonçalves e outros pescadores que ajudaram a segurar o jaú de 70 quilos (limpo). A boca do jaú tem conformação arredondada no sentido horizontal de um lado para o outro, apresentando e pares de barbilhões (bigodes).

O jaú é um vertebrado aquático ectotérmico cujo corpo é revestido de couro. Locomove-se por movimentos laterais oscilatórios, resultantes de contrações musculares, no sentido da cabeça para a cauda, movendo também os apêndices locomotoras (nadadeiras). Espalhadas no tecido epitelial de seu tegumento existem glândulas que segregam muco, substância viscosa que facilita surpreendentemente o seu deslizamento pelo fluído, em razão da quebra do atrito. Suas funções orgânicas, como apreensão dos alimentos, digestão, circulação, crescimento, reprodução e etc, são estritamente dependentes da água. A condição satisfatória de vida desse peixe está em função da relação direta do oxigênio dissolvido na água, do seu PH, da penetração de luz, do nível de substâncias tóxicas, temperaturas, presença de sais minerais. 


Seu habitat tem que apresentar também condições de camuflagem e situações que possibilitem defesa e fuga de predadores. Peixe de profundidade tem corpo fusiforme, de simetria bilateral. Sua hidrodinâmica é adequada para mantê-lo no fundo, tornando-o um peixe relativamente lento mais muito forte. Cientificamente está enquadrado no grupo dos Siluriformes (forma de couro) da sub-ordem dos Silurodei, da família Pimolidae da sub família Sorubiminae, do gênero Paulicéa e da espécie Paulicéia luetkni. Segundo o Ibama, por ser um peixe de piracema, atinge a maturidade para reprodução a partir do terceiro ano e meio de vida, quando mede aproximadamente 60 a 70 cms. Com esse tamanho já se reproduziu pela primeira vez, por isso sua pesca só é permitida para espécimes acima de 90 cms, para criar oportunidade de proliferação da espécie. 


Da esquerda para a direita: João Luzia de Moraes (Londrina/PR), José Eugênio Zanirato e um jau de 60 quilos, pescado no rio Paraguai (Flores) em 19 de setembro de 1990. Observe-se as 4 placas dentígeras faringeanas e os arcos branquais com os “dentes” assemelhados a espinhos de roseira.

Peixe carnívoro, percebe os alimentos por meio do cheiro e de botões gustativos que são localizados principalmente nos barbilhões (bigodes) e também distribuídos na sua cavidade buco-faríngea, cabeça e pele. Estes corpúsculos, juntamente com o fato altamente sensível, captam-lhe mensagens do meio exterior como estímulos físico-quimicos; por exemplo: uma leve alteração na movimentação da água ou a presença de alimentos. Dessa maneira, o jaú percebe seus predadores: piranhas em cardumes ou peixes de porte maior; também detecta os pequenos peixes que vivem nas profundidades, para caça-los. O sistema pelo qual o jaú geralmente pega sua presa é singular. Conforme observações feitas por nós na natureza e em tanques na CESP, ele permanece parado, imóvel, e simetria lateral. Sua hidrodinâmica é adequada para mante-lo no fundo, os peixes ficam nadando a sua volta aproximando-se cada vez mais. 



Imagens de sonar.

Com leves movimentos de olhos, observa-os, deslocando delicadamente o barbilhão, posicionando-o na direção do peixe mais próximo, verificando distância e codificando o seu potencial. Quando o peixe passa ao seu lado, em um movimento lateral brusco e rápido, abocanha-o pela cabeça. (NOTA DA REDAÇÃO: TODOS OS PEIXES, BEM COMO SERES QUE SE ALIMENTAM DE PEIXES, USAM ESSE MESMO MODO DE ENOLIREM SUAS VÍTIMAS. NO CASO DAS ISCAS ARITIFICAIS, QUANDO UM PEIXE É TRAZIDO ÀS MÃOS DO PESCADOR, ESTANDO FISGADO APENAS PELA GARATÉIRA TRASEIRA, SIGNIFICA QUE ELE ATACAOU A ISCA DE PASSAGEM A SUA FRENTE. SE FOSSE ISCA NATURAL, ELE IRIA POSICIONA-LA , COM MOVIMENTOS, ATÉ QUE A MESMA FICASSE ENTÃO NA POSIÇÃO CERTA PARA ENGOLIR). A conformação arredondada de sua boca no sentido horizontal de um lado para o outro facilita o processo de abocanhamento pela lateral. Sua ampla mandíbula e maxila apresentam dentes cardiformes (pontiagudos, numerosos e curtos), dispostos irregularmente, uns perto dos outros, com uma leve inclinação no sentido ântero-posterior, alinhado-se em formas de placas. 

Jaú de 41 kg pescado no rio Paraguai (Porto Murtinho MS). Ataque das piranhas nas nadadeiras caudal e adiposa – setas.

Esse multi serrilhado prende o peixe abocanhado de forma a dificultar sua fuga. O peixe fica preso pela boca entre a mandíbula e o maxilar superior do jaú e sua cauda, que fica para fora, se debate lateralmente, em um gesto de defesa que ajuda o jaú, no processo de deglutição. Cada vez que a presa movimenta a cauda, penetra ainda mais dentro da cavidade buco-faríngena do predador, até atingir as placas dentígeras faringeanas. Elas são quatro placas circulares compostas de dentes cardiformes, todos levemente inclinados na direção da luz do esôfago. Estão implantadas em um complexo sistema muscular na parte posterior da cavidade buco-faríngea, ao lado do último par de arcos branquiais, contornando a válvula que liga essa cavidade ao esôfago/estômago. As investidas do jaú nem sempre se fazem pela cabeça da presa. 

As piranhas iniciam o ataque na tentativa de destruir os apêndices locomotores (nadadeira caudal e anal – setas)

Em algumas ocasiões pescamos peixes menores, como barbados, com sinais do multisserrilhado provocado pelo predador nas laterais do corpo da presa. O inconveniente deste procedimento de ataque se torna visível no corpo destes exemplares, que, ao contrário do ataque certeiro na cabeça, consegue escapar. Através de observações próprias e relatos de pescadores profissionais, foram vistos em diversas ocasiões nas margens dos rios, pequenos jaús parados com a cabeça voltada para o meio do rio e a cauda para a margem, em atitude de defesa. Essa postura facilita a sua fuga diante do ataque do predador e é adotada por todos os jovens carnívoros de peixe de couro. Defendem-se, ao mesmo tempo em que buscam o alimento, abatendo os pequenos peixes que circulam dentro de seu raio de ação. O jaú habitualmente se agrupa em pequenos cardumes, num comportamento de defesa. Interessante ressaltar que no período da piracema, época de sua procriação, sobem os rios em grandes cardumes. Esses pequenos agrupamentos normalmente alojam-se em depressões localizadas nas profundezas do canal principal do rio, em regiões onde há um estreitamento do leito, curvas, etc. 


Jaú, com a mobilidade afetada, atacado por piranhas diretamente na extremidade caudal do corpo.

Ficam imóveis, uns colados aos outros, conforme dados obtidos no sonar “Humminbird” que mede a profundidade, mapeia o fundo do rio e localiza os peixes. Essa união instintiva dificulta o ataque das piranhas, que assim receiam se tornar presas e não predadoras. Em longos anos de observações nos rios, conseguimos juntar fatos sobre a forma como as piranhas investem contra os que estão com problemas de locomoção. No caso dos jaús rápidos, elas investem quando eles estão sozinhos ou são os últimos nos deslocamentos dos cardumes. Iniciam o ataque primeiramente na tentativa de destruir as nadadeiras caudal e anal, em seguida a nadadeira dorsal adiposa, desta maneira dificultando a movimentação do peixe; ele fica lento e desgovernado, sendo então atacado na extremidade caudal de seu corpo. As piranhas atacam sempre por trás do peixe, numa sequência lógica quase ordenada, no sentido póstero-ântero-inferior. 

A foto mostra que as piranhas atacaram em sequência lógica, quase que ordenada. Após predar a extremidade caudal do corpo do jaú, investiram na região abdominal. Parece-nos que elas neutralizavam as nadadeiras através da destruição de seus músculos acionadores.

Com essa destruição o jaú perde totalmente a movimentação, sendo então devorado. Quanto aos peixes que estão com problemas de locomoção, por estarem lentos e com mobilidade afetada, são atacados diretamente na extremidade caudal de seu corpo, na sequência já descrita. Ilustrando nossas observações, fomos testemunhas e fotografamos um fato curioso e raro, no dia 20 de setembro de 1990, quando estávamos hospedados no Hotel Americano, na cidade de Porto Murtinho (MS), onde passa o rio Paraguai. O piloteiro do hotel, Daniel Florentino (30 anos, dez como profissional) estava pescando e viu a uma certa distância um peixe debatendo-se próximo à margem, perto de um corixo, na flor da água. Dirigiu-se ao local e com a ajuda e outro pescador, usou o bicheiro para colocar o peixe dentro do barco. 



Destruição dos músculos acionadores das nadadeiras indicadas pela seta.

O peixe era um jaú de 76 kg, fêmea, medindo 1.58m, com peso limpo de 64,5 kg, suas vísceras 11,5 kg e 2,5 kg de ovas. Ele estava sendo devorado pelas piranhas. O fato que nos surpreendeu e causou espanto foi que o jaú tinha preso em sua cavidade buco-faríngia um armau (Pterodora granulosus). O peixe estava “entalado” na sua garganta. Havia ferimentos generalizados com sangramento na boca do jaú e extensão do corpo todo do armau. Resultado de uma longa luta.  O jaú atacou o armau pela cabeça. Após abocanha-lo, teve início um processo característico de bio-mecânica da deglutição. 

Armau na cavidade buco-faríngea do jaú. A dificuldade respiratória ocasionada pela permanência desse peixe fez com que o jaú subisse à tona.

Fechando a boca, dominou o acúleo dorsal (ferrão) da presa, desarticulando-o. Depois, protraiu a mandíbula deslizando-a suavemente no abdômen do armau, em seguida retraiu-a, pressionando e trazendo o armau para dentro da cavidade buco-faríngea em movimentos sucessivos. As placas dentígeras, com seus inúmeros dentes inclinado para o interior da cavidade bucal bem como os movimentos de lateralidade da cauda do armau ajudaram no processo de introdução da presa. À medida que o armau ia penetrando na cavidade buco-faríngea, os arcos branquiais que em suas faces internas apresentam uma forma de “dentes” assemelhados a espinhos de roseira – rastros, dirigiram-no direção das placas dentígeras faringeanas, ao mesmo tempo em que tentaram desarticular os acúleos laterais (ferrões) do armau. 



O armau “entalado” na garganta do jaú, ambos com ferimentos e sangramento resultante de uma longa luta

.Quando em contato com as placas dentígeras faringeanas, a cabeça do armau foi pressionada para dentro do esôfago/estômago do jaú em movimentos sucessivos, como se sofresse a ação de quatro rolos compressores e sugadores. O jaú não conseguiu desarticular com seus arcos branquiais os acúleos laterais do armau. Este travou seus ferrões que ficaram cravados nos arcos branquiais do predador. O jaú tem um processo de limpeza do estômago chamado pelos pescadores profissionais de “lavar o bucho”. Significa que ele, literalmente, vira o estômago para fora, primeiro contraindo a válvula pilórica, em seguida protraindo a parede interna do esôfago/estômago para a cavidade buco-faríngea, através de um complexo processo de contrações musculares. 

As placas dentígeras faringeanas pressionam o armau para dentro do esôfago/estômago do jaú. Logo abaixo, verificar parte do ferrão da presa cravada na cavidade buço-faríngea (seta)

.Retornam, então, à cavidade bucal os espinhos e substâncias não digeridas. Em seguida – pelo que pareceu a primeira observação -, ele reverte o fluxo de água de mecanismo de recuperação. A água passa a entrar pelos opérculos e a sair da boca, formando um fluxo que carrega para fora resíduos que se encontram na cavidade bucal faringeana. No caso do armau não deglutido, o jaú tentou, através de seus recursos fisiológicos disponíveis, expelir a incomoda presa, não o conseguindo.

Montagem realizada pelos limpadores do Hotel Americano para se ter a noção de como os ferrões travados do armau se posicionaram em relação aos arcos branquiais do jaú.


Desta forma a vesícula gasosa, um órgão hidrostático que se comunica com o esôfago através de um ducto pneumático, começou a se dilatar, pois a cabeça do armau bloqueou a saída do ar, comprometendo sua regulagem. Neste ponto, talvez o aumento do volume de gases dentro da bexiga natatória, associado à dificuldade de respiração causada pela permanência do armau na cavidade buco-faríngea, modificando a pressão interna, tivesse feito com que o jaú perdesse a estabilidade no fundo do rio e fosse subindo à tona gradativamente. Cansado e sem defesas, foi atacado por piranhas (da maneira que descrevemos anteriormente e como pode ser visto nas fotos).



         REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITSKI, H.A. –(1970) Peixes de água doce do Est. De S.Paulo. In.Poluição e Piscicultura. Comissão Interestadual da Bacia Paraná – Uruguai – São Paulo. Faculdade de Saúde Publica da USP.79 – 108 pag.108.

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GODINHO,H.M, - Considerações Gerais Sobre Anatomia dos Peixes – Instituto de Pesca da C.P.R.N. da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo. 113 – 116 pg.


VE – Vesícula gasosa; duco pneumático; E – estômago;C – cabeça (parte inferior); O – ovário; I - Intestino

BASILE-MARTINS, M.A.e outros- Influência de fatores Abióticos sobre a Maturação dos Ovários de Pimelodus maculatus Lac.1803 (Pisces, Siluroídei) – Bol.Inst.Pesca, Santos 4 (1): 1-28, jan.1975 – 1 – 12pg.
THEREZINHA, Iolanda – Os bagres Revista Pescatur nº24 – vol.III1976. 35 – 36pg.

Revista Aruanã -  Ed:22 publicada em 06/1991