Em determinadas épocas do ano, quando a temperatura das águas
está mais baixa, o Black bass desce a grandes profundidades e só a minhoca
artificial vai até onde ele está. E mais: podemos afirmar sem margem de dúvida
que está é a isca mais indicada para esse tipo de pescaria
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Um exemplar de “Juruguassu”
SE HÁ ALGUNS ANOS ATRÁS MOSTRÁSSEMOS A UM
EXPERIENTE E bom pescador
uma minhoca artificial, com certeza ele riria em nossa cara pela pretensão em
pescar e fisgar algum peixe com tal tralha. Mas hoje, em se tratando de pesca
de bass, podemos afirmar que não existe nenhuma isca artificial melhor. Se sua pescaria de bass não está dando
resultados com iscas normais, experimente pescar com as minhocas e veja o
resultado. Porém, é aqui que a coisa “pega”. Pescar com minhocas artificiais
não é muito fácil e é necessário aprender a maneja-la, além de ter jeito e
sensibilidade para esse tipo de pescaria. Vamos começar pelos anzóis e chumbos,
que são completamente diferentes dos modelos tradicionais. O chumbo apresenta-se
no formato de projétil, usado solto na linha, e o anzol possui uma pequena
curva que serve para deixar a minhoca reta, ou seja, posicionada naturalmente. A
maneira correta de iscar você pode conferir na ilustração desta matéria.
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Minhoca artificial
A linha deve ter a menor flexibilidade possível, já que a
fisgada do bass precisa ser violenta e rápida e isso só se consegue com uma
linha do tipo mais “duro. Explico: o bass coloca a isca e dá uma ou duas
mastigadas. Ao perceber que não é natural, a expele. Essas duas mastigadas
representam para o pescador dois pequenos toques na ponta da vara, quase
imperceptíveis. A fisgada nessa hora deve ser rápida e forte, enquanto o peixe
ainda está com a isca na boca. Não hesite e fisgue. Se o pescador ficar em
dúvida, o mais provável é que o bass “já era”. A maneira correta de pescar com
a minhoca artificial é no fundo, e quanto mais obstáculos e enroscos existirem,
melhor. Esses são os pesqueiros favoritos do bass. Após o arremesso, deixe a isca ir até o
fundo e vá puxando com a vara de pesca (que deve ser rígida e de ponta firme),
desde a linha da água até a altura de sua cabeça. Com esse movimento, a minhoca
fará evoluções no fundo, subindo e descendo, atraindo a atenção do peixe.
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A vara
sensitiva The Pulse da Berkley
Explicamos: comece posicionando a vara quase rente a
superfície da água e levante-a até a altura de sua cabeça. Quando chegar em
cima, recolha rapidamente por intermédio da carretilha ou molinete – esta opção
é do pescador – voltando à posição da vara à posição original. Faça isso
quantas vezes for necessárias até que a isca fique na posição vertical em
relação ao barco. Quanto isso acontecer, recolha a isca e dê novo lance. É
muito comum, quando estiver sendo trabalhada no fundo, a isca bater em algum
enrosco, parecendo a batida do bass. Em caso de dúvida, fisgue. Se for peixe, logo
saberemos. Se não for, retire imediatamente a isca da água e verifique se o anzol
ainda está iscado corretamente, ou seja, com a ponta dentro da minhoca.
Dificilmente o bass pega a isca e corre. Tal ação, se não é impossível, é
bastante rara de acontecer. O que pode ser feito, caso não se queira ficar
fisgando à toa sempre que sentir a batida é esticar a linha e verificar se há
resistência. Essa ação deve ser bem treinada, já que o bass fica com a isca na
boca apenas alguns segundos.
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Bass na
minhoca artificial
No caso de sentir essa resistência, fisgue com força e
delicie-se com a briga e os saltos do peixe. Não tenha pressa em retira-lo da água,
pois quando fisgado, dificilmente escapa. Como já mencionamos a vara de pesca
deve ser rígida e de ponta firme. Existem hoje no mercado varas com “sensibilidade”,
ou seja, possuem sob a carretilha ou molinete uma parte de sua haste principal
a descoberto, em contato direto com a mão do pescador. Os molinetes e
carretilhas mais indicados são os de recolhimento rápido, pois esse tipo de
equipamento permite um melhor trabalho da isca. Um bom barco, firme e seguro,
silêncio absoluto dentro dele e um pequeno motor elétrico colaboram para o
sucesso dessa pescaria. Os lances devem ser dados sempre a partir do meio para
as margens, e quanto mais tranqueiras existir, melhor. O anzol não costuma se enroscar
facilmente por estar coberto com a minhoca, sendo mais comum ocorrerem enroscos
com o chumbo. Isso acontecendo, não force a linha.
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PowerBait a
minhoca com sabor
O melhor mesmo é ir com o barco até onde está o enrosco e
puxar para trás ou em direção contrária ao lance. No que se refere às cores da
minhoca podemos citar as seguinte: preta, marrom, azul, vermelha e “motor oil”,
ou seja, da cor do óleo limpo. Existem ainda as bicolores, cujo corpo possui
uma cor e o rabo outra. Para estas indicamos as mesmas cores acima. Às vezes,
quando se está pescando com os plugs em formato de pequenos peixes, o bass
chega a ir embaixo, mas sem atacar. Se isso acontecer, mude para uma minhoca
artificial e veja como a fisgada será imediata. Uma coisa deve ficar bem clara:
pescar com minhoca pode parecer complicado a princípio. No entanto, só pelo
fato de sabermos que esta isca é a mais sensacional para a pesca do bass, vale
a pena insistir e aprender.
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A ponta do
anzol fica dentro do corpo da minhoca
ATUALIZANDO INFORMAÇÕES (2019).
Não mudamos um só vírgula no texto acima, mas, com o passar
dos anos e com a inovações das empresas dedicadas ao segmento de pesca amadora,
algumas evoluções aconteceram. Começamos pelas linhas, que em vez de mono,
passaram a ser multi, o que elimina a expressão de uma linha “mais dura”.
Quanto as duas batidas do bass na minhoca que não é natural, vimos, por ocasião
de nossa visita a Berkley em Spirit Lake no estado de Iowa no EUA, uma minhoca
com um determinado sabor – “PowerBait” - descoberto pela empresa. Em um local
próprio dentro da fábrica, pudemos observar a ação do bass, que lá são criados,
com uma minhoca “das antigas” e com uma minhoca com esse sabor. No primeiro
caso, o bass dava duas mastigadas e cuspia a isca. Já no segundo, além de dar as
duas batidas, saía “passeando” com a isca na boca. Com referência as cores,
continuamos a afirmar de que o peixe não as vê, mas foram com as citadas que
tivemos mais ação em nossas pescarias.
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Revista
Aruanã Ed: 35 publicada em 08/1993
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