quarta-feira, 20 de novembro de 2019

DICA II - A VARA DE PESCA PARA ISCAS ARTIFICIAIS.




O pescador Orozimbo – Foto ilustrativa








Para o leigo, qualquer vara de pesca serve para qualquer tipo de pescaria. Puro engano, já que a vara usada com iscas artificiais tem como prioridades a ser consideradas o comprimento, a ação e o peso. Descubra estas características e use o equipamento certo.


Dourado fisgado com isca artificial

Normalmente as varas de pesca para iscas artificiais são tubulares, ou seja, ocas. São fabricadas com grafite ou boron (entre outros) e as mais antigas, de um material denominado “conolom”. Sem qualquer exceção, as hastes são testadas ainda na linha de montagem, pois os fabricantes procuram na vara a linha da “barriga” que é a parte que deve ficar para cima ou para baixo, no caso das varas para carretilhas ou molinetes. Os passadores são montados exatamente sobre essa linha da barriga, pois quando flexionada, a envergadura da vara é mais uniforme e correta, além de torna-la mais resistente. A discriminação da ação das varas geralmente é obtida levando-se em conta a espessura de suas paredes. Paredes mais grossas dão mais resistência e as tornam mais duras. Paredes mais finas, exatamente o contrário. A ação das varas será determinada também pelo comprimento da haste. 

Passador da esquerda para carretilha e o da direita para molinete

Em geral, uma vara para iscas artificiais terá seu comprimento em torno de 5 a 7 pés, ou seja, de 1,5 a 2,1.  O peso é outro fator muito importante nesse tipo de vara. Imagine o pescador tendo que segurar uma vara pesada o dia inteiro e movimenta-la para o arremesso e trabalho que são necessários na pesca com iscas artificiais. Por este motivo é que as varas indicadas para esta modalidade são ocas, pois seu peso fica bastante reduzido. Normalmente, quem pesca com iscas artificiais o faz embarcado. Por esta razão, temos que pensar no comprimento das varas, pois fica muito difícil trabalhar com varas acima das medidas anteriormente citadas dentro de um barco. Tomemos por base um barco com 5 metros com dois pescadores em ação, sendo que um ocupa a popa e o outro a proa. 

Especificações de uso impressas nas varas

Se as varas de pesca medirem, por exemplo 1,8 m cada, mais a extensão do braço que é de aproximadamente 70 cm, teremos a soma total de 5 metros, estando portanto dentro da medida do barco, e um pescador não atrapalhará o outro. Imagine esses mesmos pescadores pescando com varas de 2,5 m cada um no mesmo barco. Certamente, se os dois trabalharem suas iscas para dentro, irão se atrapalhar mutuamente. Quando for adquirir uma vara de pesca para iscas artificiais, selecione-a inicialmente entre duas opções: para molinete ou carretilha. Se for para molinete, perceba que o punho de fixação e manuseio não apresentará o gatilho, sendo completamente liso, e o motivo disso é que a segurança de segurar a vara é a mão do pescador, no molinete. Perceba ainda que teremos menos passadores e de tamanhos maiores, principalmente os primeiros, no sentido do punho para a ponta da vara. 

Mais detalhes de uso nas varas

Normalmente serão em número de 5 ou 6, contando com a ponteira. Os punhos são maiores para permitir o apoio no antebraço, onde se faz a alavanca para a força na briga com o peixe. O molinete é usado sempre por baixo da vara. Quando uma vara é fabricada para a carretilha, obrigatoriamente apresentará o gatilho, que permitirá que a mão do pescador tenha apoio para o lance e na briga com o peixe. O número de passadores será em torno de 6 a 8 e serão pequenos, pois a linha da carretilha sai reta, e não em volteios como no caso do molinete. Os cabos podem ser pequenos (para uma mão) ou maiores (para duas mãos). Neste ultimo caso, tal recurso é utilizado para propiciar apoio na barriga do pescador, pois a carretilha, estando por cima da vara, não pode ser apoiada no antebraço como ocorre com o molinete. 

As duas varas da esquerda com cabo para molinetes e as da direita para carretilhas

Na hora da compra examine bem a vara e irá perceber que, logo após a marca da mesma, haverá outras inscrições, como o tipo e o comprimento, normalmente medido em pés. Um pé equivale a mais ou menos 33 centímetros. Logo em seguida vira o peso recomendado para a isca (lure) e essa unidade de peso está marcada em onças. Uma onça equivale a 28,35 gramas. É conveniente fazer a conversão e ver se o peso de sua isca corresponde ao indicado. É normal que venham impressas duas medidas em onça, por exemplo: entre 3/8 e 1 onça. A propósito: em todas as iscas artificiais, pelo menos nas importadas, o peso da isca está impresso, também em onças, na própria embalagem. Após o detalhe do peso, teremos também a medida ideal recomendada para a linha de pesca, que estará impressa em duas medidas, em libras. Por exemplo: 10 a 25 libras. 

Black bass fisgado com minhoca artificial

Todas as linhas, mesmo as nacionais, possuem medidas em libras determinadas, além de algumas que trazem também o diâmetro. Não se esqueça de que uma vara tubular terá a mesma resistência em uso que uma vara comum, mas irá requerer um cuidado especial, pois costuma ser mais frágil no que se refere a batidas e esmagamentos decorrentes de mau transporte ou outros problemas. Apesar disso, as tubulares ganham no final por apresentarem mais vantagens na prática do esporte do que as comuns. A propósito, em algumas varas há impresso um pequeno sinal imitando um raio. Erroneamente, alguns pescadores entendem que tais varas não põem ser usadas em dias de tempestade. Isso não é verdade. O que esse sinal indica é que são fabricadas com materiais auto condutores de corrente elétrica, devendo-se obviamente tomar o cuidado de não encosta-las, por exemplo, em fios elétricos. Estas são as regras básicas para se identificar a vara de pesca correta para ser utilizada com sucesso na modalidade de iscas artificiais. Boa pescaria.

Revista Aruanã Ed:33 publicada em 04/1993

Um comentário:

  1. Em uma matéria breve e com uma escrita fluída e agradavel de ler. Uma síntese total de todas as informações necessárias para se entender sobre as varas para artificiais, sem rodeios, sem frescuras! Parabéns Toninho espero que republique mais material!

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