O local da captura
Por duas vezes, o dourado passou por baixo do
barco, fazendo com que o Cláudio levantasse o motor para não enroscar a linha
na rabeta. Deu mais um salto e ficou nadando quase na superfície ao nosso lado,
mostrando agora todo seu tamanho. Trazer esse peixe para o barco foi outra
proeza, já que o puçá que tínhamos era muito pequeno para o tamanho do peixe.
Acabamos usando um anzol a título de bicheiro, já que eu precisava ter aquele peixe
em minhas mãos principalmente para poder fotografá-lo, pois jamais em toda a
minha vida havia visto um dourado daquele tamanho, aliás, um dourado fêmea,
como constatamos depois. Após trazer o peixe para o barco, vimos uma coisa
estranha, pois perto do ânus do peixe havia um espinho de algum peixe que essa
fêmea havia comido, e ao expeli-lo ele saiu pelo reto e encravou na carne de
seu corpo, mostrando inclusive uma pequena infecção, pois ao redor da farpa do
espinho a carne do peixe apresentava uma mancha vermelha. Fomos até a margem de
uma praia do rio, já que dentro do barco não havia condições de fazer boas
fotos. Aqui um parêntesis, pois para fotografar demoramos cerca de dez minutos.
O peixe estava completamente exausto, assim como eu. Soltá-lo, portanto, seria
duvidoso, no que se refere à sua sobrevivência. Resolvi guardá-lo, para as
tradicionais fotos na mão do pescador. Com certeza não fiquei com nenhum drama
de consciência, haja visto que já soltei muitos outros peixes em minha vida, e
nem o trouxe para São Paulo, presenteando meu amigo Roberto Braga com esse
magnífico exemplar de Salminus maxilosus.
Aqui na minha mesa, escrevendo essa matéria, consulto uma tabela feita para mim
pelo Prof. Dr. Manoel Pereira de Godoy, já publicada anteriormente na Aruanã.
Esse peixe, com seus 13,5 quilos e um metro de comprimento, tinha idade
aproximada entre 20 e 21 anos. Realmente um peixe muito especial, que pode ser
considerado, em se tratando de rios do Pantanal (não confundir com peixes do
rio Paraná e outros) um verdadeiro recorde. E só me resta agradecer a Deus por
ter me dado um peixe tão especial, que veio enriquecer a minha vida, que agora
imortalizou para sempre esse dourado
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