sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL --- APAPÁ













Pertencente à mesma família da sardinha e da savelha, o apapá aparece em alguns trabalhos científicos, embora sem confirmação oficial, como sendo espécie originalmente proveniente da água salgada, tendo se aclimatado em água doce. Vamos conhecê-lo melhor.





O nome científico do apapá é Pellona castelnean, espécie pertencente à família Clupeidae. Também conhecido como “sardinha-de-água-doce”, este peixe é considerado por alguns estudos como tendo carne pouco apreciada, já que segundo afirmam os mesmos estudos, sua carne possuiria sabor adocicado e muitas espinhas. Como o próprio pescador poderá comprovar, trata-se de um engano, pois essa espécie conta com um número de espinhas igual ao encontrado em outras de seu porte e padrão; e a carne, muito semelhante à da anchova, é de excelente sabor. O apapá apresenta corpo alongado, com coloração amarelo-dourada e pode atingir até 45 cm de comprimento. Ocorre na Bacia Amazônica, e os melhores pesqueiros serão os lagos que tenham junção com o rio principal, desembocaduras, barrancos e junto à vegetação nas margens. É um peixe muito esportivo, que proporciona uma boa briga quando fisgado. A pesca será mais produtiva quando o nível dos rios estiver alto, mas pode-se fisgar essa espécie durante todo o ano, optando-se por buscá-la nas corredeiras quando o rio estiver baixo. O material recomendado é o de categoria leve/média, vara com molinete ou carretilha, linha de bitola entre 0,30 e 0,45mm e anzóis 1/0 a 3/0. Boas opções de iscas naturais serão os pequenos peixes, insetos, rãs, pitus e caranguejos. As artificiais recomendadas são as colheres, jigs, spinners e plugs com ação de superfície e meia água. A desova ocorre no período de outubro a janeiro, e devido ao curioso fato de expelir fezes ao ser retirado da água, o apapá é vulgarmente chamado de “cagona”, além de ser também conhecido como “sardinha-grande” e “sardinhão”.

Nota da Redação: Quando estivemos lá no rio Guaporé, em companhia do pessoal da Ligue Pesca, fisgamos alguns apapás. Ao trazer os peixes para o hotel, os piloteiros diziam que esse peixe era ruim de comer. Mas, quando voltávamos no local onde os peixes eram eviscerados, não víamos nenhum apapá. Aquilo nos chamou a atenção e pedimos então que limpassem um para nós. Temperamos o peixe com sal e limão e mandamos fritá-lo em postas. Na hora do jantar, ao comer o primeiro apapá, constatamos que seu gosto era igual ao da anchova do mar. E mais, lá os piloteiros o chamavam (na época) de “peixe banana”. Tive o cuidado de trazer um no gelo para São Paulo, para que o Prof. Dr. Heraldo A. Bristski o identificasse e cuja identificação se deu apenas em olhar o peixe e dar o diagnóstico: APAPÁ. Sem mais comentários.




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