sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

SAÚDE --- LEISHMANIOSE
















Com a Leishmaniose, finalizamos a retranca de saúde. Foram 4 matérias que mostraram cada doença e suas consequências, sempre sob a supervisão da SUCAN, órgão infelizmente hoje extinto. Nossa principal preocupação, foi mostrar essas doenças, e o quanto elas estão próximas ao pescador amador.








                                  
                        EPIDEMIOLOGIA
Leishmaniose visceral: a cadeia epidemiológica da leishmaniose visceral (também chamada de calazar) no Brasil é composta de quatro elos fundamentais: o homem, o cão doméstico, o inseto transmissor e o canídeo silvestre (a raposa). Um dos reservatórios ou fonte de infecção é o individuo infectado com parasitos nas células retículos-endoteliais ou no sangue. No Brasil, em quase todas as localidades onde se registram casos humanos, têm sido encontrados cães infectados. O homem e o cão são suficientes para manter o ciclo doméstico de transmissão, nas áreas onde a doença tem caráter endemo-epidêmico. O canídeo silvestre (raposa), encontrado naturalmente infectado em focos no nordeste do país, é o único reservatório silvestre do parasito assinalado até o presente. Pouco de conhece acerca das espécies de flebótomos que transmitem o protozoário entre raposas ou entre estas e os cães domésticos ou o homem. Leishmaniose tegumentar: os reservatórios são as pessoas infectadas portadores de lesões expostas. Também são reservatórios do parasito os cães e gatos. A fonte imediata da infecção são os flebótomos.
                     COMO SE APANHA A LEISHMANIOSE
Leishmaniose visceral: Nos focos endêmicos, o agente etiológico do calazar – Leishmaniose donovani – circula entre o homem doente (ou cão doente) e o homem são (ou o cão), sempre por meio do inseto transmissor – o flebótomo. 
 A única espécie de flebótomo no país que, até o presente, pode ser responsabilizado seguramente pela transmissão nos focos endêmicos é a Lutzomya longipalpis (= Phlebotomus longipalpis). As fêmeas de flebótomos ao sugarem, tanto o homem doente como o cão, ingerem leishmânias que, após 3 a 10 dias de desenvolvimento no tubo digestivo do inseto, sob forma de leptômonas, estão aptas a penetrar no homem ou no cão, por ocasião de um novo repasto sanguíneo do flebótomo. Leishmaniose tegumentar: é transmitida por meio de picada de flebótomus infectados ao sugarem o sangue nas lesões cutâneas de indivíduos parasitados. No flebótumo, a Leshmaniose brasiliensis se desenvolve sob a forma de leptômonas no tubo digestivo do inseto, de onde passa para o homem por ocasião de um novo repasto sanguíneo. Várias espécies do gênero Lutzomya (= Phlebotomus) podem transmitir a L. brasiliensis, já tendo sido assinalados como transmissores em focos endêmicos os P. intermedia, P. pessoai, P.fisheri, P.migonel e P. whitmani. A endemia está quase sempre associada à presença de matas, razão pela qual se acredita seja introduzida em novos focos, por meio de reservatórios silvestres. Sabe-se que vários roedores, especialmente na Amazônia, apresentam lesões cutâneas ricas em L. braziliensis, razão pela qual devem esses animais ser considerados como reservatórios do parasito. Os ovos dos flebótomos são alongados e medem 320 micra. 


São depositados em lugares úmidos e sombrios, contendo matéria orgânica. Adulto: díptero de cor amarela, muito pequeno (2 a 2 e 1/2mm de comprimento) capaz de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas comuns. As pernas são longas, o corpo é piloso e as asas grandes, hialinas, densamente revestidas de cerdas longas. Em sua posição de pouso, as asas não cruzam sobre o corpo do inseto, mas permanecem levantadas e ligeiramente afastadas dando um aspecto muito característico ao inseto. A cabeça alongada acha-se refletida para baixo, formando ângulo de aproximadamente 90° com o eixo longitudinal do corpo. Suga de preferência no crepúsculo ou à noite, escolhendo regiões delicadas no corpo (faces, dorsos das mãos e pés); sua picada provoca prurido intenso e duradouro.
                    COMO SE DESENVOLVE UM CASO DE                
                                      LEISHMANIOSE                                                                                                                          
Leishmaniose visceral: o período de incubação é extremamente variável, podendo ser de algumas semanas ou até de vários meses. Geralmente de 2 a 4 meses. Os doentes de calazar podem infectar flebótomos durante todo o curso da doença, não tendo sido assinalados no país casos de persistências de leishmaniose na pele dos indivíduos tratados e curados da infecção visceral, como ocorre em outras partes do mundo. 



Os cães infectados mantém-se com leishmanias na pele, podendo ser reservatórios do protozoário até a morte, não sendo assinalados casos de cura espontânea. O tratamento específico é, também, pouco eficiente no calazar canino. É provável que as infecções por L. donovani confiram imunidade permanente. Faltam dados seguros para saber se os casos tratados adquiriram resistência às novas infecções. Leishmaniose tegumentar: o período de incubação é variável entre algumas semanas e vários meses. Em virtude da extrema escassez de leishmanias observada geralmente nas lesões crônicas, acredita-se que os flebótomos se infectam apenas em lesões recentes, ricas em parasitos.
                                             DIAGNÓSTICO
Leishmaniose visceral: o diagnóstico de certeza é feito pelo achado de leishmania na medula óssea, normalmente esternal ou ilíaca, em material coletado por punção e examinado em laboratório. O diagnóstico clínico de probabilidade é sugerido pela presença de febre irregular, anemia progressiva, hépato e esplenomegalia e comprometimento geral, em paciente de zona endêmica. Leishmaniose tegumentar: o diagnóstico é feito pela pesquisa de leishmanias em material retirado das bordas das lesões, por curetagem ou punção.
                                             PROFILAXIA



A orientação atual para o desenvolvimento das atividades profiláticas contra as leshmanioses visceral e tegumentar compreende as seguintes providências:
1. Inquéritos: os inquéritos epidemiológicos têm por finalidade a descoberta de doenças, de cães infectados e outras fontes de infecção.
2. Combate aos cães doentes e ao vetores.
3. Educação sanitária, onde entra a ativa participação da SUCAM.
                                     O QUE FAZ A SUCAM
Em 1986, as leishmanioses mantivera-se em ascensão, conforme vem ocorrendo nos anos recentes. O calazar, com três mil casos citados no ano citado, predomina no nordeste, enquanto a leishmaniose tegumentar, embora apresente ampla dispersão (nordeste, sudeste e centro-oeste), mostra maior concentração na Amazônia (cerca de quinze mil casos foram registrados em todo o país em 86). As ações de controle estão dirigidas para o reservatório canino do calazar – 100 mil cães examinados em 150 municípios, com o sacrifício dos animais infectados; contra os vetores, com a realização de inquéritos entomológicos e aplicação de inseticidas em 50 municípios; e busca ativa de casos, educação e divulgação sanitárias em todos os municípios onde se processa o inquérito canino. A SUCAM garantiu os suprimentos da medicação específica para o tratamento dos casos humanos de leishmaniose, em todo o país, atuando integradamente com a rede básica de saúde. Articula-se também com instituições de pesquisa o desenvolvimento de projetos de elevado interesse para o controle dessas zoonoses, como vacina humana da LTA e testes sorológicos para diagnóstico de leishmaniose canina.

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