Encontrada em vários
estados brasileiros, é bastante conhecida nos bosques e planícies do Paraná.
Algumas são brancas, outras azuis e seu pescoço é preto. Alimenta-se de
pequenos animais, filhotes e ovos de outros pássaros porque é um corvídeo. Além
disso, conta a lenda que a gralha possui uma missão celeste.
Dormia a ave num galho amigo. Nem bem
amanhecia o dia, escutou uma batida aguda de machado e o gemido surdo do
pinheiro. O homem estava golpeando a árvore para transformá-la em tábuas. Levou
anos a natureza para que o pinheiro atingisse aquele porte majestoso e em
questão de horas estaria estendido no solo, com os galhos serrados, pronta para
a serraria. Com as batidas a gralha acordou. A cada golpe do machado, sentia a
pancada repercutir em seu coração. Desesperada, a ave subiu em vôo vertical,
não querendo ouvir aquele som, que sabia ser o prenúncio da queda do pinheiro
amigo. Subiu o mais que pôde, e lá em cima, além das nuvens, escutou uma voz: -
“As aves são seres bons. Se padecem com as dores alheias”. A gralha assustada,
subiu mais alto ainda. Mas não adiantou. A mesma voz, calma e terna, se dirigiu
novamente a ela: - “Volte, avezinha! Seu lugar não é aqui! De hoje em diante
terá a cor azul como da deste céu e vai voltar ao seu pinheiral. Você será
minha ajudante e vai plantar os pinheiros, espalhá-los mais e mais. Esta árvore
é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tire-lhe a cabeça. Com seu
bico, abre-lhe a casca. Antes de terminar de se alimentar, deverá enterrar
alguns pinhões, já de a cabeça, com a ponta para cima, para que a podridão não
destrua o novo pinheirinho que dali nascerá. Do pinheiro nasce a pinha, da
pinha nasce o pinhão, do pinhão nasce o pinheiro... É assim que os pinheiros
vão nascendo. As pinhas alegram as festas, onde o regozijo barulhento é como um
bando de gralhas matracando os galhos dos pinheirais...” A gralha atingiu as
alturas. Quando olhou seu próprio corpo, observou que estava toda azul. Somente
onde seus olhos não alcançavam continuou preta. Ao ver a beleza de sua cor,
voltou aos pinheirais. Suas penas, da cor do céu, lhe alegraram o coração antes
tristonho. Seu canto, de tão contente, passou a ser um verdadeiro alarido, se
parecendo com as vozes de crianças brincando. A gralha azul iniciou seu
trabalho de ajudante celeste.
Muito bom! Excelente material de pesquisa. Estou a adaptar personagens do folclore em vídeo, caso tenha interesse, segue link Youtube: 1-Saci: https://youtu.be/zD3OOPJyDoA
ResponderExcluirSander. Obrigado pelo comentário, no entanto, não entendi e não consegui acessar o vídeo que você me relatou. Entre em contato pelo meu email. Grato
ResponderExcluir