UIRAPURU
Passarinho da Amazônia, e muito conhecido sob esta
denominação, pois são várias lendas e superstições, aliás bastantes generalizadas,
prendem-se ao uirapuru. Assim o caçador
faz questão de levar em sua patrona uma pele seca deste pássaro, para servir de
mascote. Por isso: “ter um uirapuru”, significa ter sorte.
Diz J. Veríssimo “que o uirapuru é considerado como eficaz
talismã para acarretar venturas a quem o possui. Não há muitos anos, rara era a
taberna do interior que não tinha um destes pássaros enterrado à entrada ou
suspenso dos umbrais das portas”. Cumpre notar que a maior parte
desses taberneiros era europeus, portugueses. A procura deste pássaro é grande,
principalmente porque é muito difícil apanha-lo vivo, como é mais estimado, e o
sr. Couto de Magalhães refere que comprou um uirapuru morto, aqui no Pará, por
30$000. Qual é porém, zoologicamente, o verdadeiro uirapuru? Designa tal nome
várias espécies de Piprídeos, dos
gêneros Pipra e Chiroxphia, mais ou
menos do feitio do “tangará” e de lindíssima plumagem, em parte preta, o que dá
ainda maior realce ao vermelho escarlate ou amarelo intenso da cabeça e do
peito; Pipra opalizans e caelestipileatus são nomes que
demonstram quanto sua beleza empolgou os zoólogos ao crismarem tais espécies;
são verdadeiras joias de penas refulgentes. Mas outros autores afirmam que o
verdadeiro uirapuru, aquele que traz sorte, é um passarinho de roupagem
simples, todo ele semelhante às corruíras. Tivemos em mãos um exemplar
autêntico de uirapuru do alto Amazonas e o identificamos como Leucolepia modulator. Parece-nos que o
mesmo nome muda de acepção conforme a região amazônica em que é empregado: no
Pará são os Piprídios e no alto
Amazonas as espécies do gênero Leucolepia.
O poeta Humberto de Campos, ao compor o soneto “Irapuru”, referiu-se
unicamente às faculdades musicais desse pássaro, o “Orfeu do seringal
tranquilo”. Aludindo pois à Leucolepia
musica, mais conhecida pelos nomes “Realejo” ou Músico”, o literato aplicou
a esse pássaro e denominação “Uirapuru” em sua acepção mais ampla, numérica,
que abrange de fato um variado número de espécies heterogêneas.
Bibliografia consultada:
Dicionário dos Animais
do Brasil – Rodolpho Von Ihering
Foto e texto original e
adaptado.
Sendo eu um caipira de corpo, alma e coração, me lembrei dessa bela canção. Como disse Mario Sergio Cortella, "O importante quando somos caipiras, é termo RAÍZES e não âncoras". https://www.youtube.com/watch?v=Bh5KKhe6qdE
ResponderExcluirSandro Almeida: Uma bela canção, nos torna "caipiras a todos" Pena Branca e Xavantinho - tive o prazer de conhece-los na Rádio Globo - mostram um pouco, de sua grande obra no chamado "sertanejo". Vou até um pouco mais longe, já que quem fez muito sucesso, acredito os primeiros, foi o NILO AMARO E SEUS CANTORES DE ÉBANO. Vale e pena ouvir essa versão também. Obrigado pela sua participação e lembrança. Abraço
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