sexta-feira, 3 de junho de 2016

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - ALBACORA










Habitante da famosa “água azul”, este peixe é considerado como um dos mais esportivos de nossos mares, tal é a briga que proporciona quando fisgado. Fisgar uma albacora de bom tamanho e com material leve, é lembrança para toda a vida.




A descrição cientifica da albacora, segundo os livros, deixa algumas dúvidas, já que alguns a colocam na família dos atuns, ou seja, Thunidae e outros na família dos bonitos, cavalas e sororocas, ou seja, Escombrídeos. Se optarmos pelos atuns, vamos chama-la cientificamente de Parathunnus obesus; já se optarmos pelos bonitos, vamos chama-la de Germo alalonga.Deixando as dúvidas de lado, e partindo-se para a descrição de quem já pescou esse peixe, pode-se dizer que a mesma tem o corpo alongado e o dorso é de um azul escuro e a barriga branca. Sua boca é pequena em comparação ao corpo. A nadadeira dorsal é dupla, sendo a segunda, assim como a anal, seguida de pínulas até o pedúnculo caudal. A segunda nadadeira dorsal, bem como a anal, possuem pontas longas. Pode atingir facilmente um metro de comprimento e mais de 30 quilos de peso. Costuma andar em cardumes e neste caso, em uma embarcação é comum fisgar-se várias albacoras ao mesmo tempo. O melhor sistema de pesca-la é de corrico e as iscas artificiais de barbela longa, tais como as Rapalas CD Magnum, tamanho 11, 14 e 18, são praticamente insubstituíveis. No sistema de corrico, pode-se usar até quatro varas, e as iscas devem obedecer distâncias entre 20 a 50 metros da embarcação. A velocidade ideal para corricar (dependendo das condições do mar) seria entre 4 e 6 nós, aproximadamente de 8 a 12 quilômetros/hora. Insistimos em dizer que as cores de isca não são de maior importância, sendo certo porém usarmos no caso de 4 varas, 4 cores diferentes nas iscas. A dica é que no segundo peixe fisgado, se for na mesma cor de isca, temos então a cor ideal. Cuidado, já que durante o dia, poderá essa cor ser mudada, e percebida pois os peixes param de fisgar, Neste caso volte a corricar com todas as cores disponíveis e novamente observe onde começar a fisgar novamente. Um costume que se observa às vezes, refere-se que em cardumes, as albacoras quando acham alimentação fácil, costumam pular para fora da superfície, denunciando sua presença. Sua área de atuação é em todo o Atlântico e no Brasil, sua presença mais marcante no nordeste, principalmente entre os estados do Rio Grande do Norte até a Bahia. Podemos pesca-la em todo o ano, sendo que nos meses entre outubro e fevereiro, sua presença é mais garantida. Prefere ainda temperatura de mar oscilando entre 23 a 29 graus. Segundo Von Ihering, em seu livro Dicionário de Animais do Brasil, podemos ler em uma pescaria de albacoras que chega, pela sua forma de descrição, a ser poética. Vejamos. “Da popa da embarcação, que não cessa de velejar em todos os sentidos, são lançadas duas linhas munidas de anzóis especiais, com isca de sardinha ou pirá. Cerca de 60 braças de cada linha são arrastadas pela embarcação, ficando disponíveis a bordo 40 ou 50 braças. Cada uma dessas linhas é manobrada por um pescador, que a prende à cintura com um laço falso, de modo a desfazer-se quando o peixe ferra no anzol. Nesse momento o mestre faz panejar a embarcação, desenrolando-se durante a manobra a linha disponível no barco, isto para não forçar o peixe. Colhida a albacora, continua a faina enquanto há luz solar, sendo possível uma só embarcação colher de 50 a 80 peixes por dia”. Bons tempos. Conforme a região do Brasil é conhecida a albacora pelos sinônimos de: Alvacora, Atum-branco, Bandolim, Cororocoatá e Albacore.


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