TEIÚ
Compreende os répteis da ordem Lacertílios, talvez umas 120
ou 130 espécies; no Sul designa, em particular, os da família Teiídeos, a que
pertence o grande “lagarto-comum”
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Atinge quase dois metros de comprimento, inclusive a cauda, a
qual corresponde a 2/3 do comprimento total. A carne, bem preparada, parece a
da galinha e por isto o teiú sofre perseguições, aliás, injusta, pois é animal
útil, que se alimenta de larvas, vermes, insetos, etc. Contudo, no galinheiro,
causa algum prejuízo, porque chupa os ovos que puder encontrar, quase sempre
sem quebrar a casca, na qual fazem apenas um pequeno furo; também não desdenha
algum pinto. Mas tais roubos não são frequentes, nem avultados. É tímido, mas
sabe defender-se contra os cães. “Os lagartos muitas vezes acuam, e travam com
o perdigueiro um combate digno de ver-se, pois atacam com a boca e logo depois
se voltam e dão chicotadas com a cauda, e assim sucessivamente, até que sucumbam
ou que intervenha o caçador, com qualquer pau”. (Varnhagem, manual do Caçador). Assistimos várias vezes a tais lutas
e era de se ver como o bicho crescia para seu contendor, arqueando o dorso e
estufando o corpo. Na corrida o lagarto leva a cauda alçada, para que não
arraste; muitas vezes falta-lhe a ponta mais fina, quebrada talvez ao
utilizá-la como chicote. Por todo o Brasil é crença popular que o lagarto
frequentemente luta com serpentes, atacando-as a chicotadas; quando, porém, se
sente ferido pelas dentuças de veneno, ele corre para o mato à procura do
contra veneno, que conhece – a “erva do lagarto”, ou segundo a versão baiana, a
“batata de teiú”.
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Tão certo está o vulgo de que assim é, que no Ceará se diz
“morder a batata”, com significação de tomar bebida alcoólica, pois também o
álcool é contra veneno eficaz, na opinião do povo. Sinônimos: tiú, tejú ou
lagarto, teiú-guaçu, jacuaru.
Bibliografia consultada
– texto e desenhos:
Dicionário Animais do Brasil – Rodolpho von Ihering.
Nota da Redação: Considerado o pai da piscicultura em nosso
país, Rodolpho von Ihering mostra em seu dicionário, um completo arquivo dos
animais do Brasil em sua obra original. Com um texto delicioso de se ler, este
biólogo já falecido mostra ao leitor, que a esta obra tiver acesso, toda a
nossa fauna brasileira, como animais, aves, insetos e peixes. No desenho a
cores que ilustra esta postagem, no canto inferior à direita, ao aumentarmos e
muito seu desenho, vamos ver uma assinatura – infelizmente - quase
irreconhecível do autor. Mas a data é bem clara: 16 de junho de 1933. Eu tive a oportunidade de apertar a mão de seu
filho nos idos da década de 80. Boa leitura e nossa homenagem ao autor.
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