Não há dúvida alguma de que este peixe é um Pimelomidae, ou
seja, da família dos populares “bagres”. Mas é um peixe muito especial. Vamos
conferir.
Ao procurar nos livros científicos informações sobre o
jurupencém, infelizmente encontramos dados como se seu nome fosse um sinônimo
de jurupoca, ou surubim-lima. Na verdade, esses livros não estão corretos, já
que nós pescadores, sabemos que tanto a jurupoca como o surubim-lima são peixes
diferentes do jurupencém. No entanto, a classificação científica de sua família
nos parece correta como um membro dos Pimelodidae.
Isto porque quem já pescou qualquer um dos três peixes acima citados sabe que
tanto no aspecto, como na coloração e tamanho, são espécies distintas entre si.
O jurupencém, também conhecido vulgarmente como boca-de-pato, tem hábitos
parecidos com os dois peixes citados. Em tupi-guarani, a tradução para seu nome
seria “boca partida ou quebrada”, e isto sim estaria mais próximo do aspecto
desse peixe. Sua coloração é parda em todo o corpo, com manchas e listras em
cor escura, quase preta. Tem barbilhões como todos da sua família, bem como a
barriga branca. Costuma estar no leito dos rios, sendo também seus melhores
locais de pesca as praias e os poços mais profundos. Suas iscas principais
serão sempre os pequenos peixes, tais como lambaris, sauás,
sardinhas-de-água-doce, piaus e até tuviras e minhocoçus. Por vezes, em locais
rasos, costuma atacar também as iscas artificiais, desde que essas passem ao
alcance de sua boca. Está presente em todos os rios da Bacia do Prata e da
Bacia Amazônica, portanto, em todo o território brasileiro. Um outro ponto onde
também deve ser tentada a sua pesca são as galhadas de margem, onde haja
relativa correnteza e pouca profundidade. O material para sua pesca pode ser o
de categoria leve, já que seu peso atinge pouco mais de um quilo. Assim sendo, uma
linha e bitola entre 0,25 e 0,35 milímetros está mais do que suficiente para
traze-lo com segurança às mãos do pescador. Uma pequena chumbada oliva (30
gramas), um pequeno encastoado de aço (não tanto por ele, mas pelo ataque
eventual de piranhas) e um anzol 1/0, e estaremos seguros para uma boa
pescaria. Dependendo da região do Brasil, é também conhecido pelos nomes
vulgares de jeripoca, braço-de-moça, boca-de-pato, boca-de-colher e mandiaçu.
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