Quantas vezes em nossas pescarias, nos deparamos com este
pássaro, que com certeza, é muito melhor pescador do que todos nós. Vamos
conhece-lo um pouco melhor.
Como o próprio nome diz, o Martim Pescador
está sempre à beira de rios e lagos, onde sua principal fonte de alimentação
pode ser conseguida. A base dessa alimentação são os pequenos peixes, que ele
os consegue, dando rápidos mergulhos nas águas e, após trespassa-los com o
bico, retorna ao seu galho preferido, onde com jeito e sempre pela cabeça, engole-os.
Sua família é a dos Alcedinídeos, com
um único gênero Ceryle. Seu nome em
tupi-guarani é arirambas.Há 5 espécies brasileiras: o Ceryle torquata (com 44 cm de tamanho); o Ceryle amazona (com 33 cm); os
Ceryle americana e inda (com 20 cm) e o Ceryle
aenea (13 cm). Seu colorido pouco difere de uma espécie para outra.
Predomina a cor verde-esmeralda, com traços e pontilhados brancos; no peito e
no ventre há uma mistura de branco e verde e algum colorido vermelho
ferrugíneo. O modo de vida de um é o de todos. Pousado sobre galho curvado
sobre o rio, vigia a superfície das águas e, descobrindo o que lhe pareça
indício de peixe, prontamente se deixa cair, desaparecendo por alguns momentos
debaixo da água, dando caça ao único alimento que lhe apetece: os peixes. O
autor O. Monte em trabalho no ano de 1926, refere-se ao modo de caçar desses
pássaros. Diz ele: “Interessante é o ardil empregado por esta ave, com o fim de
atrair o peixe. Um dia estive por muito tempo apreciando seu sistema
engenhosíssimo. Pousado sobre um fio telegráfico, que passava por uma lagoa, a
ave de vez em quando dava um mergulho na água trazendo em seu bico um peixinho.
Para atrair o pescado, o Martim pescador, fazia certa necessidade, que, caindo
na água, era logo motivo de ajuntamento dos peixes, que era então aproveitado
para a pescaria. E isto por várias vezes, concluiu ele”. No entanto na Europa,
onde há espécies semelhantes e com os mesmos hábitos, os criadores de peixes
querem muito mal a esta ave e, no ultimo caso, com boa razão, já que dizimam
vários peixes desses criadores. Outra curiosidade são os ninhos dessa espécie,
já que todos eles são feitos nos barrancos dos rios, achando-se a câmera no fim
de um canal de mais de 2 metros de comprimento, que é escavado por essa ave.
Por diversas vezes já aconteceram alguns casos entre o pescador esportivo e o
martim pescador, principalmente quando o primeiro está usando em sua pescaria,
iscas artificiais. Após dar o lance, usando iscas de superfície, se houver
algum martim-pescador por perto, percebe-se que essa ave, começa a dar uma
atenção especial a isca artificial trabalhada pelo pescador. Daí a um mergulhar
e tentar “arpoar” a isca com o bico, é questão de segundos. Não consegue é
claro, fisgar a isca em seu bico, em virtude do material da isca que é duro,
mas por diversas vezes, com o impacto da ave na água, costuma se enrolar não só
na linha, mas também nas garatéias da isca. Resta então ao pescador, traze-lo
até o barco e com cuidado, solta-lo da isca. Parece tarefa fácil mas não é, já
que nas mãos do pescador, essa ave costuma dar investidas com seu bico, que é
duro e grande, causando mesmo dor nas mãos do pescador, tal é a força com que
aperta o local onde consegue morder. Os pés com unhas pontudas é um outro
problema, porém menor se comparado ao estrago feito pelo seu bico. O certo é
segurar a ave pela cabeça, evitando a ação do bico, e livra-la da linha e das
garatéias. É interessante notar que quando o soltamos, ele sai gritando, até
parar em um galho não tão próximo do pescador. Uma afirmação pode ser feita e
refere-se a dizer que, não existe um só curso de água doce, onde não haja um
martim-pescador em suas margens. A não ser é claro, que nessas águas não exista
peixe, o que deu margem a uma citação, que quando queremos nos referir a um mau
local de pesca dizer: “não tem nenhum martim-pescador, quanto mais peixe”.
Sinônimos: pica-peixe e arirambas.
Fonte consultada:Dicionário Aruanã Animais do Brasil Rodolpho Von Ihering
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