Existem duas espécies da mesma família que são confundidas
entre si: o surubim pintado e o surubim cachara. Na verdade, são peixes
bastante diferentes. Confira.
O nome certo para se identificar essa espécie de peixe de
couro, seria em princípio o nome surubim, seguido então pelo seu tipo, como por
exemplo, pintado, cachara, chicote, etc. Porém, o nome surubim de origem
tupi-guarani, dá pouca luz à sua espécie, já que, em dialeto indígena,
significa peixe verde ou azulado. Outro motivo que também dá margem a confusão
é que as duas espécies mais comuns, pintado e cachara, estão no mesmo ponto dos
rios, se misturam entre si, e pertencem às duas bacias hidrográficas do Brasil,
no Pantanal e na Bacia Amazônica. No entanto, cientificamente, apesar de
pertencerem à mesma família, a dos Pimelodidae,
seus nomes diferem, pois enquanto o cachara é chamado de Pseudoplatystoma fasciatus, o pintado é
o Pseudoplastystoma coruscans. Um
outro ponto a diferencia-los é o tamanho e o peso, já que o pintado é bem
maior, havendo registro de peixes com mais de 65 quilos e 2 metros de
comprimento. O cachara já é mais modesto, pois seus registros dão conta de que
atinge 25 quilos de peso ou pouco mais, e aproximadamente 1 metro de
comprimento. No Pantanal, o cachara pode atingir um peso máximo de
aproximadamente 12 quilos. Já na Bacia Amazônica, dependendo da região, atinge
peso superior a 25 quilos. O interessante no cachara é o seu aspecto, já que em
vez de pintas (como o pintado), seu corpo é coberto com listras pretas transversais
no dorso, apresentando algumas poucas pintas, principalmente nas nadadeiras. No
mais, são muito semelhantes entre si. Seus locais preferidos são os poços mais
profundos dos rios, porém também e muito comum encontra-los nos baixios,
principalmente praias de areias dentro dos corixos, onde dá caça ao seu
alimento. Alguns pescadores chegam a afirmar que o cachara é um peixe de
hábitos noturnos. No entanto, essa afirmação pode ser contestada, já que é
muito comum fisga-los durante o dia. Se tivéssemos que escolher a melhor hora
de fisga-lo, preferiríamos o amanhecer e o entardecer, entrando noite adentro
até mais ou menos nove horas da noite. Seus principais alimentos são os
pequenos peixes tais como lambaris, sauás, piaus, sardinhas, jaraquis, entre
outros. Costuma também pegar em tuviras, mussum e até em minhocoçu. Uma boa
dica é que, em determinada época do ano, especialmente no começo da vazante,
suas iscas melhores são as chamadas iscas brancas, preferindo os peixes citados
acima às tuviras. Não podemos deixar de citar também que não é raro fisgar o
cachara em iscas artificiais, principalmente quando a isca passa ao alcance de
seu ataque, normalmente pescando-se no sistema de corrico e nos baixios do rio.
O material mais correto para sua pesca é de categoria média/pesada no que se
refere a carretilha/molinete e varas. As linhas podem variar entre 0,45 a 0,80
milímetros, e o anzol também pode varias entre o 6/0 até o 10/0. Usa-se só um
anzol e chumbada oliva solta na linha. O peso da chumbada obedecerá a correnteza
de onde se estiver pescando. É conveniente usar um encastoado de aço na sua
pesca, se não tanto por sua causa, mas por causa das piranhas que
frequentemente atacam a isca destinada aos cacharas e podem então romper a
linha de pesca. Normalmente, a briga proporcionada pelo cachara, dependendo de
seu tamanho, costuma ser boa e de grande duração. Sua carne é de excelente
sabor. As principais modalidades de sua pesca são de rodada, em poços profundos
do rio ou então apoitada, principalmente nos poços profundos e nas entradas dos
corixos, onde haja correnteza. Outro lugar onde costuma estar é após as
corredeiras, onde haja pedras e poços com boa profundidade. Boa pescaria.
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