sexta-feira, 14 de abril de 2017

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - SURUBIM CACHARA












Existem duas espécies da mesma família que são confundidas entre si: o surubim pintado e o surubim cachara. Na verdade, são peixes bastante diferentes. Confira.






O nome certo para se identificar essa espécie de peixe de couro, seria em princípio o nome surubim, seguido então pelo seu tipo, como por exemplo, pintado, cachara, chicote, etc. Porém, o nome surubim de origem tupi-guarani, dá pouca luz à sua espécie, já que, em dialeto indígena, significa peixe verde ou azulado. Outro motivo que também dá margem a confusão é que as duas espécies mais comuns, pintado e cachara, estão no mesmo ponto dos rios, se misturam entre si, e pertencem às duas bacias hidrográficas do Brasil, no Pantanal e na Bacia Amazônica. No entanto, cientificamente, apesar de pertencerem à mesma família, a dos Pimelodidae, seus nomes diferem, pois enquanto o cachara é chamado de Pseudoplatystoma fasciatus, o pintado é o Pseudoplastystoma coruscans. Um outro ponto a diferencia-los é o tamanho e o peso, já que o pintado é bem maior, havendo registro de peixes com mais de 65 quilos e 2 metros de comprimento. O cachara já é mais modesto, pois seus registros dão conta de que atinge 25 quilos de peso ou pouco mais, e aproximadamente 1 metro de comprimento. No Pantanal, o cachara pode atingir um peso máximo de aproximadamente 12 quilos. Já na Bacia Amazônica, dependendo da região, atinge peso superior a 25 quilos. O interessante no cachara é o seu aspecto, já que em vez de pintas (como o pintado), seu corpo é coberto com listras pretas transversais no dorso, apresentando algumas poucas pintas, principalmente nas nadadeiras. No mais, são muito semelhantes entre si. Seus locais preferidos são os poços mais profundos dos rios, porém também e muito comum encontra-los nos baixios, principalmente praias de areias dentro dos corixos, onde dá caça ao seu alimento. Alguns pescadores chegam a afirmar que o cachara é um peixe de hábitos noturnos. No entanto, essa afirmação pode ser contestada, já que é muito comum fisga-los durante o dia. Se tivéssemos que escolher a melhor hora de fisga-lo, preferiríamos o amanhecer e o entardecer, entrando noite adentro até mais ou menos nove horas da noite. Seus principais alimentos são os pequenos peixes tais como lambaris, sauás, piaus, sardinhas, jaraquis, entre outros. Costuma também pegar em tuviras, mussum e até em minhocoçu. Uma boa dica é que, em determinada época do ano, especialmente no começo da vazante, suas iscas melhores são as chamadas iscas brancas, preferindo os peixes citados acima às tuviras. Não podemos deixar de citar também que não é raro fisgar o cachara em iscas artificiais, principalmente quando a isca passa ao alcance de seu ataque, normalmente pescando-se no sistema de corrico e nos baixios do rio. O material mais correto para sua pesca é de categoria média/pesada no que se refere a carretilha/molinete e varas. As linhas podem variar entre 0,45 a 0,80 milímetros, e o anzol também pode varias entre o 6/0 até o 10/0. Usa-se só um anzol e chumbada oliva solta na linha. O peso da chumbada obedecerá a correnteza de onde se estiver pescando. É conveniente usar um encastoado de aço na sua pesca, se não tanto por sua causa, mas por causa das piranhas que frequentemente atacam a isca destinada aos cacharas e podem então romper a linha de pesca. Normalmente, a briga proporcionada pelo cachara, dependendo de seu tamanho, costuma ser boa e de grande duração. Sua carne é de excelente sabor. As principais modalidades de sua pesca são de rodada, em poços profundos do rio ou então apoitada, principalmente nos poços profundos e nas entradas dos corixos, onde haja correnteza. Outro lugar onde costuma estar é após as corredeiras, onde haja pedras e poços com boa profundidade. Boa pescaria. 

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