segunda-feira, 10 de abril de 2017

ESPECIAL - CASSA(Ç)ARAM OS CAÇADORES







No estado de São Paulo, os caçadores são representados pela ABC – Associação Brasileira de Caça e Conservação, entidade que vem lutando há muitos anos, fazendo um trabalho sério e principalmente mostrando a quem quiser ver, que a caça é um direito de cada cidadão. Pois é, essa associação perdeu mais uma batalha, porém a luta continua...

Poucos conseguem realmente enxergar esta foto!


O trabalho de um pointer mestre

O estado de São Paulo acabou de ganhar sua nova constituição. Depois da aprovação da Carta Magna do país em 05 de outubro de 1988 todos os estados tiveram um ano de prazo para, à luz das reformas introduzidas no texto federal, modificar as suas próprias. É óbvio que, dada a importância momentosa da questão ambiental, todos os estados incluíram um capítulo “do meio ambiente” em seus projetos de constituição. Nenhum inconveniente haveria se o “ambientalismo” não tivesse sido dominado por pessoas que de natureza entendem muito pouco. Defender o verde no Brasil hoje é patrimônio de ideologia políticas, de pessoas bem intencionadas mas mal informadas, de pessoas com a mais absoluta má fé, de jornalistas ávidos por manchete sensacionalista, de políticos oportunistas e daqueles que colocam seus objetivos e interesses pessoais acima de qualquer outra coisa. A natureza? Ela não sabe de todo esse “esforço” e o resultado é um só: continua morrendo. E, nos “referidos capítulos sobre meio ambiente”, ao lado de preposições corretas, algumas barbaridades acabaram sendo aprovadas. Proibiu-se a caça amadorista no estado de São Paulo e no estado de Mato Grosso. Tentou-se fazer o mesmo no Rio Grande do Sul, mas a reação imediata dos caçadores locais, apoiados pelo Projeto Pró-Fauna e pela manifestação de ecologistas de respeito como o Dr. José Lutzemberger, Dª Magda Denne e José Truda Palazzo, fulminou tal iniciativa. Em Goiás um trabalho muito eficiente da Associação Brasileira de Caça e Conservação e o bom senso dos legisladores prevaleceu. Mas em São Paulo, centro da virulência ambientalista, nossos esforços foram em vão. Sob o signo da modernidade tratou-se não de implantar o manejo sustentado dos recursos naturais, mas de proibir o uso da fauna selvagem através da caça; não de incentivar o uso sábio da natureza; não de criar alternativas à destruição provocada pelo fazendeiro, pelo agricultor, pelo pecuarista que vão ganhar a vida de suas terras, mas tratou-se de transformar convicções pessoais em lei, de impor a todos a sua vontade; de ignorar os fatos e a realidade e brincar de “faz de conta”. 



Vinte e sete anos se passaram. Adivinhação?



Nota da Redação da época

Todos os argumentos foram válidos. E nós nas galerias, depois de 20 dias de trabalho árduo tentando explicar a cada deputado como só a caça regulamentada poderia salvar a natureza do Brasil, tivemos de escutar coisas como: - Companheiros deputados, os caçadores abandonam varas de bambu com lâminas cortantes no mato para ferirem as capivaras e matá-las após longo sofrimento; - Os caçadores caçam macucos na Serra do mar com armadilhas que prendem as aves pela pata provocando gangrena e a morte após longo e cruel martírio; - Só existem 2% de florestas do Estado, onde eles querem caçar?; - Existem mais de 200 espécies em extinção no país, o que eles querem caçar?; - Nobres deputados, façam como eu, votem pela vida, votem contra a caça. Hipocrisia, enormes e deslavadas mentiras que não resistem à menor análise embasada no conhecimento e no bom senso. Mas a proibição foi aprovada com a seguinte votação:
                                                   PELA PROBIÇÃO
Abdo Hadade, Adilson M. Alves, Aloisyo Nunes, Lobbe Neto, Tonca Falseti, Lucas Buzato, Rubens Lara, Arnaldo Jardim, Carlos Apolinário, Clara Ant, Daniel Marins, Edinho Coelho, Edson Ferrarini, Eduardo Bittencourt. Ercy Ayala, Expedito Soares, Fauze Carlos, Fernando Silveira, Getulio Hanashiro, Guiomar Mello, Hilkias de Oliveira, Ivan Valente, Jairo Mattos, João Bastos, João do Pulo, Jorge T. Mudalen, José Cicote, José Coimbra, Alcides Bianchi, Luiz Máximo, Luiz Francisco, Luiz Lauro, Francisco de Souza, Maurício Najar, Mauro Bragatto, Milton Baldochi, Nabi Abi Chedid, Néfi Tales, Eni Galante, Nelson Nicolau, Oswaldo Bettio, Randal Juliano Garcia, Roberto Gouveia, Conte Lopes, Rute Escobar, Sebastião Bognar, Tadashi Kuriki, José Mentor, Vanderlei Macris, Dalla Pria, Vicente Botta, Vitor Sapienza, Matos Silveira, Waldir Alceu trigo, Osmar Thibes, Inocêncio Erbella, Campos Machado, Waldemar Chubaci, Aria Kara José.



O descanso do guerreiro                                                      

                                           CONTRA A PROIBIÇÃO
Afanásio Jazadji, Erasmo Dias, Luiz Furlan, Hatiro Shimomoto, Barros Munhoz, Marcelino Romano Machado, Paulo Osório, Valdemar Couraci Sobrinho, Vadih Helu.
E vergonhoso foi ver deputados caçadores e pescadores participarem e concordarem com essa comédia (ou seria tragédia) sem terem a hombridade de manifestar seu repúdio a tudo isso. E você que é só pescador não se iluda. Essa brigada de defensores dos direitos dos animais logo vai achar que é cruel enganar um peixe com uma isca (ou algo semelhante), retira-lo de seu meio e deixa-lo morrer asfixiado (ou mata-lo) e desse ato desumano retirar prazer, satisfação ou lazer e esporte. Afinal já fizeram a polícia parar uma peça de teatro onde um dos atores retirava uma carpa de um grande aquário e o deixava por 10 segundos fora d’água. A alegação? O peixe corria risco de vida!!! Chega. Temos que reagir, pois enquanto essas pessoas obtiverem espaço nos veículos de comunicação, apoio de órgãos ambientais do governo, e tiverem poder político, as verdadeiras causas da degradação ambiental estarão acabando com nossas riquezas e nós, caçadores e pescadores, seremos condenados à execração pública. Veja como seu deputado votou. Cobre dele uma postura digna e, se ele votou contra você, lembre-se, no ano que vem teremos novas eleições e aí será a hora de dar o troco.
Ricardo Freire é diretor executivo da ABC – Associação Brasileira de Caça e Conservação.
NOTA DA REDAÇÃO ATUAL: Se você leitor, chegou até aqui em sua leitura peço humildemente que volte até a lista dos deputados estaduais que votaram contra a abertura da caça no estado de São Paulo. Você verá muitos nomes conhecidos de políticos. Alguns já morreram. Outros desapareceram da vida publica, pelo menos em candidaturas, “mas podem estar ainda por aí”, ocupando algum cargo político e evidente de direito e nunca de fato. Continue a reparar e vai constatar que alguns continuam se reelegendo e o pior, alguns ocupam hoje altos cargos na esfera federal. Dizer o que mais? Você ainda acredita em “órgãos de meio ambiente oficiais no Brasil”? Pobre Brasil.



Revista Aruanã Ed:14 Publicada em 02/1990

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