quarta-feira, 11 de outubro de 2017

UM POUCO DE UMA (BOA) HISTÓRIA ANTIGA





USE A VONTADE.
NÃO HÁ NENHUMA RESTRIÇÃO


Às vezes uma casualidade pode nos trazer alguma coisa rara em beleza e informação. Estamos nos referindo a Agenor Couto de Magalhães e sua obra “Monographia Brasileira de Peixes Fluviaes (sic)”. É um livro, mas seu conteúdo é impressionante. Confira










Mexendo em minha biblioteca, dei de cara com este livro que por si só deve ser considerado uma obra rara. Conto como ele chegou em minhas mãos. Vizinha à casa de minha mãe, morava um senhora de idade e que sabia das coisas que eu fazia sobre pesca. Um belo dia, ao chegar para o almoço com minha mãe - era tradição - de todos os dias, fui presenteado com esse livro de Agenor Couto de Magalhães, pela dita senhora, que havia ficado viúva. Seu marido de nome Oswaldo Domingues Soldado, uma pessoa influente no meio em que vivia – não o conheci – ganhou o livro de uma pessoa da família de Couto Magalhães, já que ao presentear, autografou o livro. 




Infelizmente não dá para saber o nome da pessoa, mas a data é bem clara 30 de abril de 935. Na parte em que se lê “Desenhos do autor” publico apenas três, já que mostrar todos seria uma tarefa impossível. Mostro apenas esses e, acrescento, Couto de Magalhães servia-se de modelos com o original pescado por ele mesmo. É interessante observar e perguntar de como seria o material usado por ele, em seus desenhos, tal é a perfeição dos mesmos. Os desenhos então eram feitos na hora, com alguns a cores e a maioria em Branco e Preto. Mas há mais: após os desenhos ele abria os peixes examinava-os e fazia suas anotações científicas e biológicas, já que após qualquer desenho publicado, há uma minuciosa descrição do espécime pescado e estudado pelo autor. 


Devemos puxar pela imaginação e pensar: se ele faleceu em 14 de setembro de 1898, com 61 anos – nasceu em 1º de janeiro de 1837 – como seria que fazia suas incursões em rios brasileiros? Ora, se ele fala de dourado Salminus maxillosus, deve ter andado pela Bacia do Prata. Ao mesmo tempo, ao descrever o Salminus brevidens ele pode ter estado no “Velho Chico” e outros rios onde esse peixe na época era comum. Ele relata uma lista de 146 peixes capturados para estudo e faz a sua “Nomenclatura popular de peixes fluviaes" de todos eles e, em seus mínimos detalhes para a época. Agenor Couto de Magalhães devia ser uma pessoas extrovertida, alegre, bem humorada e cuidadosa em sua obra. Mas, não escapa na ultima página do livro uma observação que transcrevo, na integra:

                                                        ERRATA
“Muitos erros me escaparam, mas foram apanhados e incluídos nesta corrigenda. Outros, provavelmente, ficaram para o leitor descobrir e... esquecer. E, por isso desde já antecipo e meu profundo agradecimento (sic)”.

De minha parte só posso dizer obrigado Agenor Couto de Magalhães e, que Deus o tenha em um lugar muito especial. Você é um Pioneiro e é uma honra ter seu livro em minhas mãos.

4 comentários:

  1. Grande Antonio ! Pelo que consegui visualizar, a dedicatória é para o próprio "Sr. Osvaldo" ! E estes desenhos? Serão do próprio autor Agenor? Caso sejam... é Brilhante !

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  2. Reginaldo: A melhor resposta é mostrar uma das primeiras páginas do livro que farei na própria postagem. A cada nova visualização, mas emocionado fico. Abraço

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  3. Reginaldo Calil Daher12 de out. de 2017, 13:11:00

    Agora eu vi ! Está lá : "Desenhos do Autor"! :-)

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  4. O que torna a publicação de Couto de Magalhães, Reginaldo, ainda mais notável. Abraço

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