SARDINHA
DE ÁGUA DOCE
Um pequeno peixe mas, nem por isso menos importante. Isca
muito usada no Pantanal e de rara beleza, a sardinha de água-doce pode ainda
ser encontrada em outros rios ou lagos no Brasil. Bastante voraz, apesar de seu
tamanho, compete com o lambari no ataque às iscas que lhe são apresentadas.
Para o pescador de pequenos peixes, que se diverte
com a briga que eles proporcionam a sardinha aqui descrita, pode ser comparada
com o lambari em muitos aspectos. Voraz ataca com rapidez a isca que o pescador
estiver usando, seja ela de massa de farinha, milho verde, minhoca e mesmo
pequenos camarões ou pedaços de peixes. Devido ao formato de seu corpo é boa de
briga. Fazer uma ceva com quirera de milho será sempre uma boa opção para
atrair o cardume. Cientificamente classificada na família Characidae, tem
como nome científico Triportheus amgulatus angulatus. Segundo alguns
biólogos, pode ser encontrada, além do Pantanal, na Amazônia, Peru, Bolívia e
Colômbia, em rios como o Jaguaribe, Russas e Orós, no Ceará; Parnaíba no Piauí;
Piancó na Paraíba e lago Papari no Rio Grande do Norte. A sua nadadeira caudal
apresenta um prolongamento na região mediana. Ela gosta de ficar perto da
superfície da água. Atinge até 24 cm de comprimento total, desovando na época
das chuvas. Suas larvas alimentam-se de fitoplâncton e os adultos preferem
insetos. O Serviço de Piscicultura do Departamento de Obras Contra as Secas
projetou a produção maciça de peixes forrageiros em 1958, para servirem de
alimentos às espécies carnívoras: uma das escolhidas foi a sardinha. A
reprodução foi conseguida após hipofisação dos reprodutores com extrato
hipofisário de curimatã-comum. O Açude
Lima Campos, no Ceará, recebeu 14.333 alevinos, de 20 a 40 mm de comprimento
total, com 15 a 25 dias de vida. A exemplo de outras espécies não citadas pelos
biólogos, o Pantanal, tanto norte como sul, mostram grandes cardumes desse
peixe, que fazem sua piracema todos os anos a exemplo dos chamados peixes
lóticos. Talvez seja essa a razão de serem muito apreciada como isca para
pintados, dourados, tucunarés e tantas outras espécies de peixes predadores
dessa região. Podemos pesca-la com material ultraleve, composto por vara de
bambu ou telescópica, linha fina, pequena chumbada oliva e anzol pequeno, o
mesmo usado na pesca do lambari. Pega muito bem nas iscas acima citadas e uma
ceva garantirá a atração do cardume. Evidente está que junto com ela, devido a
ceva feita, virão outras espécies, como o sauá, lambari, piaus, pacu-prata e
até piavuçus, que além de comer a isca, com certeza, devido ao seu tamanho e
força, não serão içados até a mão do pescador, rompendo a linha e mesmo o
conjunto do material usado. É uma boa distração para as horas mais quentes do
dia, sempre embaixo de uma boa sombra de árvore. Caso haja um remanso no rio, a
ceva será ainda muito mais produtiva.
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