sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

OS PIONEIROS DA PESCA AMADORA NO BRASIL - MARINER




Publicidade da Mariner na época











Ser pescador amador ajuda, mas no caso da Mariner, a causa principal de sua criação foi a verdadeira paixão pela pesca amadora. Como todo pescador precisa de um bom equipamento, estava lançado o desafio. Fabricar um ótimo molinete era a meta principal.



                                            Na linha de montagem: supervisão constante

Tudo começou na Presmac Fundição Sob Pressão Ltda. Seus diretores, Olimpio Cavalheiri e Alezio Cavalheiri (in memória), mais seus filhos Décio e Fioravanti, tinham pela pesca amadora a mesma paixão que só um pescador amador sabe explicar. Sua empresa, com 30 anos no mercado, lhes dava a segurança para todos os finais de semana poderem praticar a pesca amadora, tendo inclusive na época, por volta de 1969, formado uma equipe entre família, para a competição de pesca de praia, que recebeu o nome “Equipe Metralha”. Foi então, já que sua empresa fabricava peças técnicas em fundição, que surgiu a idéia de fabricar um molinete com alta tecnologia, “para competir com os melhores molinetes importados.” E, há três anos, nascia o Mariner 371. Para se ter uma idéia do cuidado nessa fabricação, o 371 tem cerca de 105 peças em seu conjunto e há três anos ele está à venda, tendo ótima aceitação no mercado. Um fato interessante a salientar é que quando os pescadores amadores começaram a ver o 371 nas lojas, achavam que era um molinete importado e “talvez” montado no Brasil. Porém na Expo 88, o Mariner foi exposto, inclusive sendo mostrado todo o processo de fabricação e moldes: tudo 100% nacional. No molinete original, ao longos destes três últimos anos, foram feitas diversas modificações, aprimorando ainda mais a qualidade do produto, sempre atendendo às exigências do mercado consumidor. 

Acabamento cuidadoso

Em dezembro de 1988, com todos animados pelo sucesso do 371, a empresa lança um novo molinete, desta feita o Mariner 771, sendo este de tamanho maior e para atender a um outro segmento de mercado. Aproveitando a experiência anterior, o modelo 771 já vem com itens bastantes modernos, com maior capacidade de linha, braço reversível e desarme do guia-linha manual e automático. E mais: segundo seus diretores, brevemente estará sendo lançado mais um novo modelo do Mariner. Uma boa notícia para o comprador Mariner é que todas as peças têm qualidade assegurada, pois além da assistência permanente, os molinetes Mariner têm 2 anos de garantia contra qualquer defeito de fabricação. Mas quem são esses dois jovens empresários, responsáveis pela fabricação desses equipamentos? Décio, 35 anos, paulistano da Vila Prudente, é casado, com dois filhos e tem na pescaria seu principal lazer. Formado em Engenharia Mecânica, tem como pesqueiros favoritos o rio Paraná, as praias e o canal do Casqueiro. Dourados, pintados e pacus que ainda restam no rio Paraná conhecem a sua técnica, e lógico, a eficiência dos seus Mariner. Pampos nas praias e robalos no canal também são testemunhas disso. Fioravanti, mais conhecido como Fiori, 37 anos, a exemplo do irmão também é formado em Engenharia Mecânica e acumula o curso de Administração de Empresas. Nascido também na Vila Prudente, diz que suas pescarias são as mesmas do seu irmão Décio, aliás, fazem-nas juntas, já que, como ele mesmo diz, “são pescarias familiares.” 

Fiori e Décio, diretores da Mariner
Como fabricantes de equipamentos para a pesca, esses dois irmãos fazem questão de ressaltar que a principal preocupação da Mariner é quanto a qualidade de seus produtos e principalmente a assistência técnica, pois segundo eles, “nenhum pescador amador será mal atendido em nossa empresa, pois para nós, isso é uma questão de honra”. Mágoas, é evidente que como todo empresário pescador, eles as têm. Meio ambiente mal cuidado, depredação e poluição são algumas citações imediatas. Alegria maior é saber que muitos hoje usam seus produtos e têm na qualidades deles, a proteção maior. Há três anos, portanto uma empresa bastante jovem a Mariner já conquistou o seu lugar de destaque entre uma boa parte do mercado, graças ao público consumidor e os revendedores de todo o Brasil. A Mariner hoje tem em seu quadro de funcional 110 empregados, que fabricam todas as peças do molinete, desde a injeção até o acabamento. A maior parte das peças dos molinetes são fabricados na própria empresa, a apenas uma minoria está sob a responsabilidade de alguns fornecedores externos. Cuidar pessoalmente de toda a linha de fabricação, acompanhando todo o processo de montagem é encargo pessoal dos irmãos Cavalheiri. E, finalizam, “nós vestimos a camisa da Mariner, desde o mais simples funcionário até nossa diretoria, pois para todos nós, o pescador amador é a pessoa mais importante do Brasil, merecendo todo nosso respeito e admiração.”
NOTA DA REDAÇÃO: Com certeza,  teria lugar garantido com seus produtos nas lojas e revendedores, já que se tratam de molinetes que ainda hoje poderiam estar sendo usados em nossas pescarias. E o melhor, com toda a garantia de fabricação e assistência técnica. 

Revista Aruanã Ed:15 publicada em Abril de 1990


6 comentários:

  1. Respostas
    1. Meu amigo Marco Antonio Guerreiro Ferreira: Fica difícil responder sua pergunta – apesar de saber o porquê – tendo em vista que não quero provocar suscetibilidades. Como você, eu vivi muitos momentos íntimos de assuntos relativos ao nosso segmento. Alguém já disse aqui nas redes sociais, que se um dia abrir o baú (dele) muitas coisas serão ditas. Ora, se o criador dessa frase tem um baú de “informações”, acredito que tanto eu como você temos um container de informações, tanto boas quanto más. Portanto deixemos de lado isso tudo. Apenas e, para não fugir da pergunta do amigo, posso dizer que o insucesso do Mariner no mercado, se deu por um engano de marketing no lançamento do produto. Em sua inexperiência eles foram iludidos no potencial desse mercado. Desculpe, é o que posso dizer.

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  2. Obrigado, Toninho, é mais do que suficiente e esclarecedor...

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  3. Você, como profissional que é e sempre foi em sua atividade, não precisa de mais palavras. Obrigado você meu amigo Marco Antonio Guerreiro Ferreira

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  4. Boa noite, meu nome é Mauricio, sou de Niterói, RJ. Tenho um Mariner 771 até hoje, quer dizer ele tem 29 anos, a pintura já foi embora, mas funciona tudo, há pouco tempo fiz uma pescaria de pargo em Búzios, parabéns pela matéria.

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  5. Olá Mauricio. Essa descrição do Mariner 771 de sua propriedade, vem confirmar o que falamos na matéria. Se esse molinete ainda hoje estivesse nas lojas, haveria espaço bem grande para sua venda. Uma pena ter parado a fabricação. Valeu amigo. Obrigado pela participação

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