sexta-feira, 22 de junho de 2018

DICA - LOCALIZE O ROBALO











A pesca de robalo costuma ser feita durante o ano todo, sendo que pode-se dizer que os maiores exemplares são fisgados de setembro a abril. No entanto, é muito importante que o pescador saiba como localizar os peixes, pois só assim poderá descobrir exatamente onde deve jogar seu anzol.


Galhadas

Elaboramos este artigo visando principalmente os interesses daqueles pescadores que praticam a pesca de robalos nos rios e canais. Também consideramos a pesca feita em praias, desde que haja rios por perto, como pesca de canal, alertando que os robalos, neste local específico, estão apenas de passagem, ou seja, não será todo dia que os encontraremos lá, ao contrário do que acontece nos rios e canais propriamente ditos. Já que a pesca desse peixe só é feita com isca viva ou com iscas artificiais, vamos falar rapidamente disso, para podermos nos alongar mais na análise das estruturas onde a presença do robalo é característica. Como boas iscas vivas, podemos citar o camarão, o pitu, o amborê, o lambari e, no nordeste do país, também a moreia (espécie de amborê). 

Pedras em beira de rio

Normalmente, com iscas vivas, pesca-se de fundo (em lances e ou caceio) ou utilizando bóias. Boas iscas artificiais: os plugs em forma de peixes, que tanto podem ser de superfície, meia água ou profundidade e os jigs, usados principalmente perto de pedras, além de colheres usadas em lances ou corrico, e ainda os camarões artificiais para a pesca de profundidade. Vamos agora tentar descrever todos os tipos de estruturas encontradas em rios e canais.


                                            GALHADAS
São as mais famosas estruturas. Tanto podem estar na margem como mais para o meio do rio. As melhores galhadas serão sempre as mais antigas, que são facilmente identificadas, pois portam cracas, mariscos e outros microorganismos. Merecem destaque especial as grandes árvores que caíram e vão desde a margem (aparece o tronco) até rio adentro. Se a profundidade for de 2 a 5 metros, então, essa é uma galhada campeã.


Cais

A presença de robalos nesse local é inevitável. Se houver várias árvores caídas (muito comum) é melhor ainda.


                                              PEDRAS
Outro grande pesqueiro. Pedras isoladas ou conjunto de pedras anunciam locais que devem ser sempre conferidos. Procure descobrir onde fica o ponto mais fundo, que pode estar na frente ou atrás da(s) pedra(s). Se for uma pedra isolada, devemos “bater” a isca à volta dela toda. Conjuntos de pedras na saída do rio para o mar podem ser considerados como costão. Pesca-se batendo toda a sua extensão, especialmente na praia propriamente dita. Normalmente o local mais fundo será sempre bem próximos a essas pedras. Pedras submersas totalmente são difíceis de serem vistas. Algumas denunciam sua presença nas marés mais baixas, pois costumam fazer algumas marolas na superfície. Outras somente se descobrem por intermédio do sonar.

Pilastras de ponte                                             
                         
                                               CAÍS OU PORTOS
Tipicamente bons locais, seja sua estrutura feita em pedras ou madeira. Os robalos costumam permanecer entre as colunas de sustentação. Pesca-se dando lances de frente ou paralelos à estrutura.
                                                PONTES
Características semelhantes aos cais e portos, com uma pequena variação: Se a profundidade não for superior a cinco metros, os plugs, jigs e iscas vivas, tanto na bóia como de fundo, darão bons resultados. No caso de profundidade ser superior a cinco metros, apenas as iscas vivas, na modalidade fundo, serão apropriadas. Pode-se pescar dando lances a distâncias de 20 metros ou então lances diretamente com cima dos poços rentes às colunas da ponte. Neste caso, amarra-se o barco rente às colunas. 

Barranco                                                   

                                                 BARRANCOS DE TERRA FIRME


Normalmente são encontrados nas curvas dos rios e canais. Esses barrancos resultam da erosão ocasionada pelas grandes marés, que formam poços profundos. Devido também à erosão, é muito comum que as árvores existentes nos barrancos caíam, transformando-se em extensas galhadas que podem acabar submersas, muitas vezes não sendo visíveis a olho nu. Toda a extensão do barranco deve ser batida, mas muitas vezes isso significa percorrer uma distância grandes demais. A melhor opção neste caso é parar o barco a uma distância de aproximadamente 20 ou 30 metros e dar sucessivos lances “varrendo” todo o barranco.

                                                 GAMBOAS
São pequenos cursos d’água que durante a enchente da maré recebem grande volume de água, o qual “jogam” de volta ao rio ou canais quando a maré vaza, trazendo com essa ação muito alimento para o robalo.

Amborê: ótima isca para o robalo

Normalmente são rasos, e o ponto de pesca ideal é sua desembocadura no rio. Forma-se um degrau de profundidade variável, abaixo do qual os robalos se posicionam para esperar o alimento. A melhor dica é jogar a isca (natural ou artificial) bem dentro da gamboa e vir trazendo-a para as águas do rio.


                                                  EMBARCAÇÕES AFUNDADAS

Excelente pesqueiro. Não faz diferença se a embarcação afundou próxima à margem ou no meio. Dependendo de seu tamanho, toda a volta de sua extensão deve ser batida com a isca, começando sempre pelo lado no qual a maré desce. Mais uma vez, a profundidade do local onde está a embarcação é fator determinante. Se for muito fundo e ela estiver totalmente submersa, será melhor usar isca viva e pescar de fundo.

Embarcação afundada 

Se estiver apenas parcialmente submersa, as iscas artificiais ou vivas, na pesca com bóia ou de fundo dará bons resultados.


                                                 SAMBAQUIS
São formações de cascalho ou de ostras no fundo do rio ou canal. Sua extensão é variável, pois numa estrutura desse tipo tanto pode ter apenas alguns metros como centenas deles. Nesses locais, deve-se pescar com iscas vivas, em profundidade e no sistema de caceio, ou seja, com o barco rodando. A isca mais indicada para esse tipo de pesca é o camarão vivo.
                                                CERCOS OU CURRAIS DE PESCA
Só darão bons resultados na pesca esportiva os cercos ou currais que sejam velhos e estejam parcialmente destruídos. Em tais locais, a profundidade não costuma ser superior a 3 metros. Portanto, pode-se pescar de fundo ou com bóia, utilizando iscas vivas. Com relação as artificiais, as iscas de barbela longa e os jigs serão os mais indicados. 

Robalo

Finalmente, podemos concluir que exploramos aqui todos os tipos de estruturas encontradas em rios e canais onde os robalos com certeza estarão presentes. Mas há canais que, por incrível que pareça, não apresentam nenhum tipo de estrutura. Quando isso ocorre, a opção mais recomendável é pescar na modalidade de corrico com iscas artificiais, percorrendo a linha das margens ou meio do canal. Quando o primeiro robalo fisgar, o pescador deverá memorizar o local onde isso ocorreu. Se acontecer de fisgar outro em uma nova corricada no mesmo ponto, é sinal que ali deve existir uma estrutura submersa.
Portanto, se o pescador quiser parar de corricar e passar então a pescar dando lances ou mesmo de fundo, com iscas vivas ou artificiais, essa terá sido uma escolha bastante proveitosa. 

Cerco ou curral de pesca

Há uma regra básica que não podemos deixar de citar: sempre que se deparar com uma estrutura na margem de um rio, saiba o pescador que aquele local é o mais fundo. Basta posicionar sua embarcação à frente da estrutura e guardar distâncias regulares de no mínimo 20 metros. Se não fizer barulho e se a maré estiver descendo, mesmo não tendo sucesso na primeira parada, é só tentar outras vezes, com marés mais altas ou mais baixas. Uma coisa é certa: o robalo vai aparecer. A dica final é pescar sempre na maré vazando e no máximo à uma ou duas horas na enchente, dependendo esta opção, do tipo de rio ou canal. Em nossa opinião, mais uma vez dependendo do rio ou canal, é verificar qual a altura é melhor no seu local de pescaria. Essa altura pode variar e muito e aconselhamos às marés de quarto, próximas as luas grandes – cheia ou nova – observando-se sempre a movimentação da água que não pode ser muito rápida em sua descida.


Revista Aruanã Ed: 55 Publicada em 02/1997

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