sexta-feira, 20 de julho de 2018

DICA - O PONTO ZERO












Material na espera

Pescar na praia é a modalidade mais praticada do Brasil, segundo pesquisa Aruanã. É uma pescaria onde podemos levar nossa família toda, já que por maior que seja a bagunça, nunca atrapalharão nossa pescaria, pois os peixes e nossas iscas estarão muito longe da areia. Vamos falar de um jeito de pescar ou de segurar nossa vara de praia, que era muito usado e hoje, poucos o fazem. E não há nada melhor em uma pescaria de praia, sentir a fisgada do peixe, segurando o equipamento e não a fisgada com a vara no descanso/espera. A pescaria de praia tem algumas dicas em que, se não foram seguidas algumas regras torna-se muito menos produtiva. Assim sendo, o pescador tem que observar a tábua das mares, o comprimento das varas de pesca, a linha, o chicote, as chumbadas, os anzóis, as iscas e, nas praias rasas, os canais de praia. Todos esses fatores devem ser seguidos á risca, com algumas variações que o próprio pescador amador vai descobrindo. 

Buscando o “ponto zero”

Uma das variações mais importantes é sentir quando o peixe ataca a isca. Se esse peixe for de tamanho grande, tudo bem, já que a puxada é violenta e facilmente percebida pelo pescador. Mas há alguns casos em que, pela distância do arremesso e pelo peso da linha na água e do chumbo, somados à força da corrente, quase não se percebe essa fisgada. Podemos citar ainda às vezes em que mesmo um peixe grande, dependendo da espécie, fisga macio e de forma quase imperceptível ao pescador. Sem haver a fisgada, na maioria das vezes esse peixe irá escapar, e na hora do recolhimento o anzol virá limpo, sem isca, e o pescador não saberá explicar o que aconteceu. Nesse caso, quem leva a culpa são os peixes pequenos, chamados de “ladrões de isca” ou os sempre presentes siris. Ora, mas o competidor de torneios de praia às vezes fazem competições cujo alvo são os peixes pequenos. Como será que esse pessoal sente um pequeno peixe bater na isca? 

Praia rasa

É o “Ponto Zero”, que vamos demonstrar nesta matéria. Vamos supor que você, leitor, esteja pescando com o material correto para a praia, no que se refere à vara de pesca, linha, chumbadas e anzóis. O equipamento pode ser tanto molinete ou carretilha. Após dar o lance, não importando que seja em praia rasa ou de tombo, vamos esticar a linha, abrir a fricção e ficar com a vara de pesca no descanso, a espera da ação do peixe. É exatamente nesse ponto que entra a dica do “Ponto Zero”. Confira: estique a linha até fazer com que a chumbada saia do ponto onde caiu. Às vezes, devido à topografia do fundo, a chumbada enterra-se e fica difícil sentir o peixe. Movimente a chumbada cerca de 20 centímetros apenas. Após sentir que a chumbada está livre, leve a vara de pesca com a ponta para cima, praticamente equilibrando-a reta, no chamado ponto zero, ou seja, nem para frente nem para trás. 


Praia de tombo

Ao atingir esse ponto de equilíbrio, puxe com a mão um pouco de linha, mais ou menos de 20 a 50 centímetros, para que a linha de pesca fique bamba ou frouxa. Mantenha a vara sempre na posição descrita, e para melhorar ainda mais a sensibilidade, coloque o dedo da mão livre, junto à haste da vara ou na linha logo acima do equipamento (molinete ou carretilha). Em hipótese alguma deixe a linha esticada. Caso a linha fique esticada, ou muito frouxa, dê um pouco de linha para o primeiro caso ou recolha-a com o equipamento no segundo caso. O segredo maior está em manter a vara na posição vertical e a linha ligeiramente bamba. Veja como a puxada do peixe, seja ele do tamanho que for, irá se produzir muito mais facilmente à sua percepção. É isso aí pescador: vivendo e aprendendo. Boa pescaria.


Detalhe da maneira correta de segurar a linha

NOTA DA REDAÇÃO: É muito comum hoje em dia ao avistarmos um pescador amador entrando na praia com seu material de pesca, colocar dois descansos e usar duas varas. Material montado e iscado, ele entra no mar ou em praia de tombo, e dá seu lance. Após a queda do chumbo ele abre a fricção do equipamento, desarma ou libera o carretel e vem com a vara nas mãos até o primeiro descanso. Feito isso, pega a segunda vara, e repete a mesma ação e coloca a vara no segundo descanso. Pronto começou a pescaria e ele, tranquilamente vai para sua cadeira de praia, senta-se e seus olhos vagueiam de uma ponta da vara para a outra vara, torcendo para que a mesma envergue e o peixe esteja fisgado. Aí é só brigar e, peixe na areia. Mas imagine se o peixe que pegou na isca encontrasse você segurando a vara. A sensação é bem outra e muito mais emocionante, já que você ira sentir a puxada do peixe. 



Revista Aruanã Ed: 60 Publicada em 12/97



2 comentários:

  1. Dica Supimpa e Funcional ! Aprendendo sempre !

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  2. Na vida estamos sempre aprendendo meu caro IR:. E o melhor é quando quem ensina, o faz porque é sua noção do bem e, sem qualquer outro interesse. Essa sempre foi a missão da Revista Aruanã. TFA. Obrigado

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