segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

ESPECIAL - OS PEIXES NAS ESTRUTURAS







               Nem todos os peixes estão onde haja estruturas. No entanto, a grande maioria prefere tais locais e por diversos motivos. Vamos explicar o porque dessa preferência. Confira


Pedras com corredeiras

Quando falamos sobre estruturas estamos nos referindo a obstáculos em nossas águas, sejam eles naturais ou não. Nos obstáculos naturais, podemos citar pedras, depressões submarinas, rios e canais do litoral, bancos de areia, cascalhos, canais submersos etc,. Nos obstáculos artificiais, podemos citar árvores caídas, pilastras de pontes, navios ou barcos afundados, píer de atracação, molhes, arrecifes de portos e infelizmente, já que são poucos usados, os arrecifes artificiais. Saber porque os peixes procuram tais obstáculos é de fácil explicação, já que nesses locais, eles podem ir para desovar, se proteger e principalmente para se alimentar que é o item que mais nos interessa. 
Praiado  de areia

Vamos então abordar alguns segmentos de pesca, onde as chamadas estruturas fazem e muita diferença. Na pesca de praia para se ter sucesso é preciso escolher bem os locais onde iremos jogar nossos anzóis, já que tudo é igual, pelo menos visualmente. Em uma pescaria de praia, prefira sempre locais onde haja foz de rios ou canais, pedras, ilhas, barcos afundados, plataformas ou piers, enfim locais que não sejam só de areia. Perto desses locais é que os peixes estarão, já que nesses pontos, além de abrigo, formam-se pela correnteza locais mais profundos e vários microrganismos tais como mariscos, ostras, cracas, saquaritás (espécie de caramujo) além de siris e uma grande variedade de caranguejos, que são a base de alimentação de várias espécies de peixes. 
Árvore caída

Além de tudo isso, essas estruturas são moradas de pequenos peixes e até locais de desova desses peixes, que são a base de alimentação de peixes maiores. Não vamos nos esquecer de localizar e pescar nos naturais canais de praia (NR: Já foi postagem do blog). Essas dicas servem para qualquer tipo de pesca em praia, sejam de tombo ou rasas. Nos costões vamos encontrar um aglomerado de estruturas naturais que são as pedras. Uma boa dica é pescar sempre nos chamados costões de fora, ou seja, costões que estejam sempre de frente ao mar aberto. Nas pedras, procure sempre locais onde haja maior incidência de microrganismos (mariscos, ostras, cracas, etc.) que possam ser avistados quando a maré estiver baixa. 
Molhes

Se há alimentação, haverá sempre peixes. Nos rios e canais do litoral, os bons locais de pesca são as galhadas caídas nas margens ou mesmo no meio dos rios, barcos afundados, pilastras de pontes, pedras, pequenos rios ou gamboas, curvas de rio com barrancos altos (costumam abrigar poços profundos) etc.. Serão nesses locais que os peixes mais esportivos estarão, pois além de microrganismos, são excelentes locais para se abrigarem e para caçar seu alimento, já que na corrida da maré será inevitável a passagem por ali de pequenos peixes e outros alimentos que virão ao sabor das correntezas. 
Pilastras de uma ponte

Nas represas a regra também não é diferente, já que onde houver galhadas e pedras, por exemplo, os peixes esportivos lá estarão, como é o caso de tucunarés e black-bass, peixes esses que adoram tais locais. Outros locais podem ser citados e entre eles destacamos os locais de capim na margem, barrancos de terra nua, árvores de frutas (são cevas naturais), pilastras de pontes, etc.. Nos rios de água doce, mais uma vez, vamos citar galhadas, pedras, pontes, corredeiras (normalmente formadas por conjuntos de pedras) cachoeiras, pequenos rios (corixos ou igarapés), árvores de frutas, lagoas marginais e poços profundos. 


Costões

Em alto mar, as ilhas e parcéis (submersos ou não) navios afundados, cascalhos de fundo, buracos ou fendas submarinas (localizadas graças ao uso de sonar), temperatura da água, e fundos lodosos. Dependendo de cada local desses, vamos encontrar várias espécies de peixes esportivos tais como anchovas, meros, garoupas, sargos, ciobas, miraguaias e mais uma infinidade aqui não citadas. Um bom exemplo do que representam as estruturas, pode ser pode ser demonstrada na pesca do dourado do mar, já que essa espécie adora ficar perto de estruturas, principalmente as que estão na superfície das águas. 
Barco afundado – Ilha Comprida

Alguns pescadores mais inventivos costumam levar em seus barcos pedaços de tábuas de madeira, afixadas ao barco com fios ou cordas e as jogam em volta do barco, a certa distância, pois esses artifícios costumam atrai cardumes de dourados do mar que ficam embaixo dessas tábuas e são então mais fáceis de serem fisgados, além do que algumas prejerebas também estão ali paradas. Muitos pescadores de água azul, quando estão atrás de marlins, atuns, albacoras, cavalas, bicudas, sail fish etc., costumam corricar na esteira deixada pelos navios e o sucesso é enorme. Para finalizar, se você tem um aquário em casa, e nesse aquário existirem pedras e plantas, verifique como os peixinhos preferirão ficar junto a essas estruturas. É isso aí pescador, lugar que tem estrutura tem peixe, portanto...Boa pescaria.

Pedras em uma praia de tombo


NOTA DA REDAÇÃO: Quando fazíamos cursos de pesca, e falando sobre estruturas, dávamos um exemplo que cabe muito bem neste artigo, não se referindo aos peixes, mas sim ao pescador. Suponha que você se encontra em um local totalmente desolado, um deserto por exemplo. Você terá então uma visão abrangendo um ângulo de 360 graus. Digamos que nessa visão exista somente um pequeno ponto de referência ao longe. Esse ponto, tanto pode ser uma pedra, uma árvore, ou qualquer outra coisa que se destaque distante. Você tem que caminhar. Em que direção vai começar sua jornada? Pois é. Para o peixe, rio, mar, represa, lago, será a mesma coisa. Uma questão de instinto de sobrevivência.

Revista Aruanã Ed:70 Publicada em 08/1999

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