segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

DICA I - NÃO BAIXE O NÍVEL










Um item indispensável em nosso barco de pesca é o viveiro.  Ele serve não só para deixar os peixes capturados vivos como também para manter as iscas naturais vivas que são o sucesso garantido em nossas pescarias. Mas essa prática tem segredos. Confira.


O kit no viveiro do barco
Em princípio todos os viveiros dos nossos barcos são iguais, já que ele tem um orifício que serve de entrada de água e outro que serve de saída, no chamado "viveiro". É normal que o fabricante mande junto com o viveiro, dois “tampões”, que servem para vedar completamente a saída da água. E mais, esses tampões vêm com duas cavidades, sendo uma vedada completamente e outra com quatro furos, que estando nessa posição, servem para regular a entrada ou a saída de água do viveiro. Até aí nada de mais, visto que o diâmetro e a rosca desses tampões servem em todos os tipos de barcos, mesmo de fabricantes diferentes. No entanto, há alguns problemas que frequentemente acontecem nos viveiros dos barcos e o mais comum deles, quando se está navegando em alta velocidade, é que o nível de água suba muito e transborde. Isso é bastante inconveniente, já que a água irá se acumular na popa do barco, apesar de haver um tampão de saída para evitar esse acúmulo. Mas, por diversas vezes e isso é comum de acontecer, abrimos esse tampão de saída e o esquecemos aberto quando paramos para pescar, e tal fato só é lembrado quando a água começa a molhar nossos pés. E aí, a solução é por novamente o barco em movimento para escoar a água acumulada. Esse também é um procedimento correto no caso de chuva ou algum vazamento no barco. Voltemos ao viveiro. Normalmente, já que é projetado por engenheiros marítimos, quando se está navegando, deixando os dois tampões abertos ou regulados para os quatro furos, não há transbordamento mesmo havendo excesso de carga ou quando se está parado. 

O anel de regulagem (borracha) do nível
No entanto, quando há iscas vivas ou peixes no viveiro, é praticamente inevitável que eles obstruam a saída de água, fazendo com que o viveiro transborde. Não há nada mais chato para quem pilota o barco do que o fato de ser ele quem percebe o vazamento. Aí, tem que parar a marcha (e muitas vezes isso não é possível) para limpar a saída do viveiro. Além do piloteiro, há quem perceba também de imediato quando um viveiro está transbordando e essa pessoa é o companheiro de pesca, que está sentado no banco do viveiro. Resta saber exatamente se ele percebe, ou melhor, sente essa água vazando, pois terá seus “fundilhos” que de imediato perceberão o vazamento. E convenhamos, ficar com a bunda molhada o resto da pescaria não é lá muito agradável. Por diversas vezes isso aconteceu conosco, não só de ver mas como também sentir o vazamento. Começamos a “dar tratos à bola” e a imaginar alguma engenhoca que sanasse o problema.  Fizemos várias tentativas até que finalmente chegamos à perfeição desejada. Usando os próprios tampões do fabricante, bolamos um caninho de alumínio para a entrada, que possui uma curva que joga o jato de água de entrada de cima para baixo. No tampão de saída, um outro caninho, e esse completamente reto, com vários furos pequenos de todos os lados para dar vazão à água de entrada. A tal engenhoca que batizamos de “kit viveiro”, resolveu de vez todos os nossos problemas. Vejamos:

O kit em funcionamento
    A)  Na saída de água, mesmo que haja peixes ou iscas no viveiro, jamais eles conseguirão tampar completamente todos os furos do cano de saída.
B)  Qualquer que seja a isca viva colocada no viveiro, não irá morrer nem se perde, no caso de pequenos camarões ou pitus, que saem pelo buraco.
C)   Mesmo que o barco esteja parado, o nível de água estará mantido, conservando as iscas e os peixes vivos.
D)  Durante o trajeto de navegação, mesmo em alta velocidade, o nível de água será sempre o mesmo.
E)    Finalmente nunca mais o viveiro irá transbordar.
Para encerrar apenas um conselho: conforme a altura do viveiro de seu barco, faça mais furos no cano de saída, de acordo com sua vontade, para manter então o nível desejado. E novamente vem à lembrança aquele velho chavão usado por um antigo pescador: “Em pesca, quanto mais se vive, mais se aprende”.

NOTA DA REDAÇÃO: Nós tínhamos esse kit viveiro em nossa loja. Chegamos a vender centenas deles em nosso balcão e mesmo pelo reembolso postal, até que vimos no mercado uma cópia perfeita da engenhoca descoberta pela Aruanã. Fazer o que? E terminando, aquela borracha de vedação amarela, que aparece no cano de entrada de água, a melhor que apuramos e usamos, é do tipo látex, o mesmo usado para o torniquete que as farmácias usam para dar injeções em nossas veias. Apenas o diâmetro é que deve ser adaptado o bitola do cano de entrada.

Revista Aruanã Ed:26 publicada em 02/1992

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