Pescando embarcado. |
Porém, em várias ocasiões o peixe predador - não importa qual - se aproxima da isca e não a ataca, ficando a apenas alguns centímetros dela, como se estivesse desconfiando de alguma coisa. Essa aproximação é vista pelo pescador, que continua a trabalhar a isca. O peixe vem acompanhando e não a abocanha. Tal ação do peixe causa um verdadeiro desespero do pescador, que não sabe o que fazer e pergunta-se por que o peixe não ataca. No caso de estarmos usando uma isca de superfície (sem barbela), só nos restará continuar a trabalhá-la até chegar no barco ou na margem, se for o caso.
O peixe irá acompanhar a isca até que nos veja, ou então até que ela saia de seu raio de ação. Se o peixe nos vir e se assustar, dificilmente voltará.
Iscas de barbela curta e longa. |
Mas voltemos àquele algo mais que a isca de barbela pode nos proporcionar. Suponhamos que ao usar uma isca desse tipo você veja o peixe vir por baixo e não atacar. O procedimento correto nessa hora é parar a isca e ficar de olho no peixe. Ficam então os dois, isca e peixe, imóveis. Isso pode durar alguns segundos, que para o pescador parecerão uma eternidade. Assim que o peixe começar a se afastar, dê dois ou três toques na isca na superfície e, com o auxílio do equipamento (carretilha ou molinete), recolha a linha. Dificilmente qualquer peixe predador irá resistir à cena de um peixinho em fuga sem abocanhá-lo. A ação descrita acima só poderá ser executada com uma isca de barbela curta. Nenhum outro tipo de isca de superfície conseguirá tal ação.
E tem mais. Às vezes, o peixe se posiciona a uma certa distância da isca e não fica visível para o pescador amador. Aí acontece o seguinte: vamos trabalhando a isca até acharmos que ali não tem peixe e portanto não vai atacar. Na hora do recolhimento, por causa da barbela, a isca irá mergulhar e nadar. É impossível dizer quantos casos há de peixes que foram fisgados dessa maneira, às vezes a menos de um metro de distância do barco.
No robalo, a risca preta é bem visível e é nela onde estão os múltiplos ouvidos. |
No que se refere a isca de barbela longa a ação é um pouco diferente. Temos de partir do princípio de que esse tipo de isca também deve ser flutuante. Após o arremesso, a barbela longa fará com que a isca fique na posição vertical, pois o próprio peso da barbela a obriga a isso. Não adianta trabalhar da mesma maneira com que trabalhamos a isca de barbela curta, pois a única coisa que conseguiremos será que a isca mergulhe, demorando para voltar a superfície, e o que é pior, sem fazer ruído algum. Existem ocasiões - e isso depende de vários fatores, tais como água mais fria na superfície, por exemplo - em que o peixe não vem atacar a isca de superfície. Sabendo que o local é um "bom poço" e que os peixes costumam ficar ali, é a hora de usar a isca de barbela longa. Dê um lance um pouco mais longo - se for possível - e venha recolhendo a isca por intermédio da carretilha ou molinete.
Isca de babela longa |
Barbela curta usada na corredeira |
Após algumas voltas na manivela, com certeza a isca estará em boa profundidade. Nessa hora, pare o recolhimento e dê dois ou três toques, que farão com que a isca se movimente na água. Depois de fazer esses movimentos, pare e dê um tempo - calcule o quanto - para que a isca retorne a superfície. Dois ou três segundos serão mais do que suficientes. Novamente, recolha a linha e faça a isca mergulhar até atingir a posição em que estava. Pare novamente e dê outra vez os cutucões na isca. Essa ação é muito atraente aos peixes que ficam mais no fundo das águas.
Isca de barbela de metal (não flutua) |
Deixe-a subir e execute novamente todos os movimentos anteriores. Faça isso até que a isca artificial fique embaixo do barco. Essa ação é um sucesso.
Aí está portanto, mais uma utilidade para sua isca de barbela, seja ela longa ou curta. Só para terminar, vou dizer que algumas das melhores pescarias da minha vida, foram feitas com iscas de meia água... usadas na superfície.
E olhe que pescamos nos mais diversos locais, os mais diferentes peixes, tanto em água doce como no mar e o sucesso foi sempre o mesmo.
Agora na Net, a Revista Aruanã mostra mais uma vez que, o importante não é você saber como nós pescamos bem, mas sim como você, observando nossas dicas, poderá melhorar e muito sua pescaria. Boa pescaria.
Caramba!Em um dia entediante, procurando algo interessante sobre pesca, de todos os sites que visitei o único com conteúdo de real valor é o da Aruanã. Parabéns Amtônio Lopes.
ResponderExcluirAntonio: Você que é um "velho" conhecido da Aruanã. sabe que a nossa principal preocupação eram nossos leitores. Daí talvez a minha paixão por pesca, aliada a minha profissão de jornalista, resultou na Revista Aruanã. Quando fazíamos um artigo qualquer, vinha primeiro a experiência como pescador e depois a profissão de jornalista. E o mais importante: leitores como você. E hoje o nosso blog também faz muito sucesso, reeditando matérias da Aruanã. Muito obrigado. Toninho Lopes
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