quinta-feira, 27 de março de 2014

OS PEIXES DO PANTANAL










Os rios do pantanal pertencem à Bacia do Prata, com sua espécies características próprias no que se refere aos peixes. Podemos usar a Chapada dos Guimarães para dizer que, partindo-se dela, para o sul, todos os cursos d'água, são dessa Bacia. Vamos conhecer alguns deles nesta matéria.


DOURADO
(Cient: Salminus maxillosus - Fam: Characidae).

               Talvez o mais belo e o mais disputado peixe de água-doce brasileiro. Espécie de alta esportividade e carne de excelente sabor. Como o nome diz, apresenta coloração dourada por todo o corpo: cada escama tem um pequeno filete negro no meio, formando riscas longitudinais da cabeça à cauda. Normalmente apanham-se exemplares com cerca de 70cm de comprimento e 6 kg de peso. Mas existem registros de peixes com 1,40m e mais de 30 kg. É uma espécie carnívora e voraz, que passa três quartas partes da vida perseguindo os peixes menores dos quais se alimenta (chegando a nadar 10 km por dia).  Desova entre outubro e fevereiro.

Distribuição geográfica: 
Rios da Bacia do Prata                           
Locais para a pesca: Rios, preferencialmente onde haja    corredeiras, cachoeiras, águas rápidas.
Épocas para pesca: Durante todo os anos e em especial quando  os rios entram em vazante.
Melhores iscas: Pequenos peixes, tuviras, muçum, piramboias e iscas artificiais.
Sinônimos: piraju, pirajuba (peixe amarelo em tupi-guarani),  saipé.                


SURUBIM-PINTADO
(Cient: Pseudoplatystoma corruscan - Fam: pimelodidae).

Espécie fluvial de couro e hábitos noturnos. Apresenta a cabeça achatada, porém volumosa, tomando boa parte do corpo. A coloração é cinza-parda, com pequenas manchas pretas arredondadas, inclusive nas nadadeiras. Tem longos barbilhões e o ventre esbranquiçado. Frequenta o fundo dos rios e sua carne é de excelente qualidade. É um dos maiores peixes do Brasil: normalmente atinge 1m de comprimento, pesando entre 6 e 8 kg. Mas há registros de exemplares com mais de 2m e 100kg.

Distribuição geográfica: Todo o território brasileiro.
Locais para a pesca: Entradas de corixos, poços profundos e leito dos rios.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano
Melhores iscas: Pequenos peixes, tuviras, muçum, piramboias, minhocoçu e em determinados locais pega bem em iscas artificiais.
Sinônimos: bagre-rajado, caçonete, caparari, loango, pintado, piracajiara, sorubim, surubi-de-cama.

SURUBIM-CACHARA
(Cient: Pseudoplatystoma fasciatun - Fam: Pimelodidade)

Espécie fluvial de couro comumente identificada como pintado. Difere basicamente do pintado pela coloração, que é acinzentada, porém as manchas escuras transformaram-se em listras no sentido transversal. A cabeça, achata e ampla, toma boa parte do corpo, que tem a forma cilíndrica. O ventre é esbranquiçado. Possui longos barbilhões e hábitos noturnos. Alcança cerca de 1m de comprimento e peso em torno de 7kg.

Distribuição geográfica: Todo território brasileiro.
Locais para a pesca: Entradas de corixos, poços profundos e leito de rios. 
Melhores iscas: As mesmas usadas na pesca do pintado.
Épocas para a pesca: Durante todo ano. Sinônimos: piracambucu, pirambucu, sorubi, surubi, surumbi,       surumi.                                                                    
       

PIAVUÇU
(Cient: Leporinus obtusudens - Fam: Anostomidae).
Espécie fluvial, parente da piava, que atinge porém dimensões um pouco maiores: o peso fica entre 1 e 6kg e o comprimento pode passar de 50cm, quando os exemplares chegam aos 10 anos de idade. O próprio nome indígena indica isso: piavuçu significa "piava grande".

Tem coloração cinza-esverdeada no dorso, com leve coloração avermelhada e esbranquiçada no ventre.


Distribuição geográfica:  Rios da Bacia do Prata.

Locais para a pesca: Remansos em toda a extensão dos rios, junto às margens.

Melhores iscas: Minhocas, milho verde, massas de farinha, pedaços de queijo. Convém fazer ceva de quirera de milho, pois a pesca será mais produtiva.

Épocas para a pesca: Durante todo o ano

Sinônimos: piabuçu
                         
JURUPENCÉM
(Cient: Sorubim lima - Fam: Pimelodidae)
Espécie de água-doce com as características comuns do gênero Sorubim: cabeça achatada, boca larga, focinho com aspecto de espátula, maxilar superior maior que o inferior. A coloração é parda. Ventre mais claro, flancos com aspecto ferruginoso, nadadeiras avermelhadas. Como os demais peixes de sua espécie, tem hábitos noturnos, vivendo no fundo dos rios. Pode atingir 40cm de comprimento e cerca de 1kg de peso.


Distribuição geográfica: Rios da Bacia do Prata.

Locais para a pesca: Em toda extensão dos rio.

Épocas para a pesca: Durante o ano todo.

Melhores iscas: lambaris, sauás e outros pequenos peixes, minhocoçu, minhoca.

Sinônimos: bico-de-pato, boca-de-colher, donzela, felimagro, jerupoca, jurupoca, surubim-lima.  





PACU
(Cient: Colossoma mitrei =- Fam: Characidae).
Espécie de água doce, de corpo delgado e ovalado. Chega a ter uma certa semelhança com as piranhas, porém não tem nada em comum com as mesmas. Existem no Brasil cerca de 20 espécie de pacu, sendo que os exemplares mais avantajados podem atingir 80cm de comprimento, pesando 20kg. Trata-se de um peixe que come praticamente de tudo e é comum apanhá-lo debaixo das árvores que soltam seus frutos na água. Tem o dorso cinza-escuro e o ventre amarelo dourado. Considerado um peixe bastante esportivo, além de ter carne de excelente qualidade.


Distribuição geográfica: Rios de todo o território brasileiro. Por peixamento, encontrado também em represas, lagos e barragens.
Locais para a pesca: Leito dos rios, no período da seca; nas cheias, corixos, rios e lagoas marginais.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano, principalmente no período das cheias.
Melhores iscas: Pequenos frutos como tucum, coquinhos, pequenas frutas, massas diversas e na época das águas baixas pega até em tuviras e pequenos peixes.
Sinônimos: caranha, pacamão, pacu-açu, pacu-caranha, pacuguaçu, pacu-peva.


PALMITO
(Cient: Auchenipterus nigripinnis - Fam: Pimelodidae)
Espécie de água-doce encontrado principalmente no rio Paraguai. Tem tamanho reduzido (raramente passa dos 30cms, não pesando mais de 1/2 kg), mas tem carne de excelente qualidade. A consistência tenra explica o nome vulgar. Tem coloração cinza no dorso, enquanto a cabeça mostra algumas manchas ovais negras. Outras características: a cabeça é pouco desenvolvida e os olhos são grandes.


Distribuição geográfica: Pantanal e Bacia Amazônica.

Locais para a pesca: Toda a extensão dos rios, principalmente praiados de areia e saída de corixos e igarapés.

Épocas para a pesca: Durante todo o ano.
Melhores iscas: Pequenos peixes, minhocas, minhocoçu, tuviras.
Sinônimos: bagre-sapo, mandubé.



JAÚ
(Cient: Pauliceia lutkeni Fam: Pimelodidade)

É uma das maiores espécies de água-doce, podendo atingir mais de 2m de comprimento e 100kg de peso. Trata-se na verdade, de um bagre de grandes proporções: a cabeça é achatada mas ampla, enquanto o corpo se afina gradativamente em direção à cauda, com espinhos nas nadadeiras peitorais. Tem coloração parda no dorso e ventre esbranquiçado. Os exemplares mais jovens, identificados pelos pescadores como jaú-poca, apresentam coloração amarelada com manchas em tons violeta. É um peixe carnívoro que oferece grande resistência quando fisgado. Com sua força chega a virar a canoa dos pescadores e não é recomendável, na pesca com linhada, enrolar a linha na mão - procedimento que pode resultar em acidentes sérios. 

Distribuição geográfica: Todo território brasileiro.
Locais para a pesca: Poços profundos, no meio dos rios ou junto às margens nas baías.
Épocas para a pesca: Durante todo o ano, com maior incidência na primavera e verão na época das vazantes.
Melhores iscas: Peixes de tamanho médio como piaus, piranhas, pacu-prata, entre outros, inteiros ou em pedaços, minhocoçu, tuviras, piramboias.
Sinônimos: jaú-poca, jundiá, jundiá-da-lagoa.

NOTA DA REDAÇÃO: Ao falarmos dos peixes do Pantanal foi nossa intenção mostrar um trabalho de arte em desenhos feitos pelo pessoal do departamento de arte da Revista Aruanã. 
Esses desenhos mostram toda a sua qualidade, já que foram feitos observando as fotos originais desses peixes.
Nosso arquivo de fotos de peixes e outros assuntos de meio ambiente contam hoje, com mais de 11 mil fotos.
Evidente está que escolhemos "apenas" oito peixes, já que se contam as centenas as espécies pantaneiras. Em nosso livro "Dicionário Aruanã de Pesca Amadora", mostramos todos os peixes do pantanal e com descrições amplas e cuidadosamente feitas para levar ao pescador amador/esportivo, a obra mais completa até hoje publicada no gênero. 
A Revista Aruana, tem dois vídeos sobre o pantanal: Pesca do Dourado e a Pesca do Pacu, com todas as dicas para a pesca desses peixes. 
Esta matéria foi publicada na Revista Aruanã nº 68 em abril de 1999.

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