Reza a
crença popular que, nas águas do rio Parnaíba e Poti, em noites enluaradas,
campeia por entre os pescadores e remeiros o medo e o terror do cabeça de cuia.
Trata-se de um monstro que, por haver batido em sua mãe, foi
por ela amaldiçoado com a condenação de viver borbulhando entre os rios Poti e
Parnaíba à semelhança de um grande peixe, com uma enorme cabeça em forma de
cuia. Metade do ano ele aparece no Rio Paranaíba e na outra metade ele passa no
rio Poti.
Para desencantar-se, teria que devorar sete Marias, todas virgens
e cada uma delas em noite de lua cheia.
Muitas pessoas afirmam que vêem o seu corpo quase a
superfície das águas, na época do prelúnio à espera de uma vitima. Dizem ainda
que ele costuma passar algum tempo incorporado em algum louco que perambula
pelas ruas de Teresina.
Citam-se as mais estranhas histórias a seu respeito, as mais
incríveis controvérsias, as mais inacreditáveis alucinações. São incontáveis os
casos de pessoas que sucumbiram em suas presas, talvez mesmo, vítimas que nem
fossem virgens, nem talvez se chamassem Maria. É muito provável que, nas suas
margens, as árvores, as pedras ou apenas uma simples flor fossem confundidas
com uma daquelas que desencantassem para sempre daquele inexorável destino.
“Sete Marias precisa tragar. São sete virgens pro encanto
acabar. Quando o rio em cheia desce, Cabeça de Cuia sempre aparece. Rema prá
margem, ó velho pescador, que na curva do rio o monstro apontou. Castigo
tremendo que Deus lhe deu, por bater na mãezinha Crispim se encantou. Tem medo,
ó Maria, que estás a lavar. O Cabeça de Cuia te pode tragar”.
NOTA DA REDAÇÃO: Nosso setor de folclore da Revista Aruanã, é bem grande. Contos como “Negrinho do Pastoreio, Mula sem Cabeça, Mãe D’Água” entre outros fizeram parte de nosso roteiro durante anos. Temos mais de 60 matérias abordando esse tema. É portanto, uma outra coleção para que o nosso leitor guarde em seus arquivos. Vale a pena esse cuidado.
COLEÇÃO ARUANÃ - FOLCLORE BRASILEIRO
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Olá, gostaria de saber em qual edição foi publicada esta lenda. Obrigada!
ResponderExcluirPrezado leitor: Essa lenda foi publicada no blog em abril de 2014 e pode ser vista, clicando nesse mês ao lado da primeira página do blog. Caso queira saber de mais postagens, digite na procura do Google o seguinte: "Índice do blog Aruanã" lá, vão aparecer todas as postagens pelo nome e data da publicação. Abraço e obrigado.
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