quarta-feira, 23 de julho de 2014

ESPECIAL: PIRAPUTANGAS OU MATRINCHÃS ?



                Corredeiras de Piraputangas









Muitas vezes, a Piraputanga é confundida com a Matrinchã. Isso não tem nada a ver, já que a primeira é do Pantanal e a segunda é da Bacia Amazônica. Mas, apesar da confusão, ambas proporcionam uma pesca bastante esportiva.

Piraputanga

São muitos os pescadores que confundem a Piraputanga com a Matrinchã; isso acontece porque, dependendo do lugar do Brasil, a Piraputanga costuma ser chamada de Matrinchã. O engraçado é que o inverso não acontece.
Para esclarecer, vamos identificar as duas espécies, apesar de que nem cientificamente isso está claro. A Piraputanga, segundo alguns autores, recebe o nome de Brycon orbignyanus, enquanto a Matrinchã recebe o nome de Bryconamericus megalepis, sendo ambos da família Characidae. Nos livros em que procuramos essa identificação há dúvidas, porém na pesca amadora essas dúvidas são facilmente solucionadas, já que em nossas pescarias, nunca fisgaremos nenhuma Piraputanga na Bacia Amazônica, bem como não fisgaremos nenhuma Matrinchã no Pantanal, ou se preferirem na Bacia do Prata.                                                                                                                                    

Corredeiras de Matrinchã

Se levarmos em consideração ainda o tipo de peixe e seu colorido, aí sim não há dúvida alguma.
A Piraputanga tem o dorso escuro, sendo os flancos amarelados e o rabo avermelhado, possuindo ainda uma mancha preta no meio. Parece, guardada as proporções, um pequeno dourado. Já a Matrinchã tem o dorso um pouco mais claro e seus flancos são totalmente prateados, sendo o rabo levemente avermelhado e também apresentando uma mancha preta no meio.

Nos hábitos, essas duas espécies também tem muitas semelhanças, pois gostam de águas rápidas, onde atacam pequenos peixes. Às vezes preferem águas mais tranquilas, onde seu alimento passa a ser então, além de peixes, pequenos frutos como figos e coquinhos.Chegam inclusive a fisgar muito bem em cevas de milho feitas para outros peixes.

Piraputanga atacada por piranhas

No que se refere à pesca amadora, trata-se de uma modalidade bastante esportiva, pois ambos os peixes, quando fisgados, dão belos saltos e brigam até o fim. A Piraputanga tem ainda uma característica para tentar se livrar do anzol: quando salta costuma tremer seu corpo inteiro, e na maioria das vezes consegue livrar-se do anzol, principalmente se forem garatéias em iscas artificiais. A Matrinchã também faz isso, só que em escala bem menor.
Matrinchãs a esquerda Piraputangas a direita

Para se pescar tanto uma como outra, as melhores iscas serão os spinner e as pequenas colheres. Agora, aqui vai a melhor de todas as dicas: nos spínners troque as garatéias dessas iscas por um só anzol, dando preferência àqueles que tenham a haste curta, como o Mustad referência 92676 e tamanho 5/0 ou 6/0. Com um só anzol, dificilmente qualquer uma das duas escapam quando saltam.

Podemos usar um equipamento leve, composto por carretilha ou molinete pequenos e linha 0.25 ou 0.30 milímetros; também é necessário o uso de um empate de aço flexível para o spínner ou colher.

Matrinchã na colher

O melhor de tudo é que às vezes, e isso só acontece no Pantanal, ao tentarmos as Piraputangas com as iscas descritas acabamos fisgando um belo e imponente dourado. É uma boa surpresa, e dependendo da habilidade do pescador, ele irá conseguir tirar o bicho da água. Já com as Matrinchãs, as surpresas na Bacia Amazônica ficam por conta das bicudas que costumam estar no mesmo lugar e fisgar a mesma isca que as Matrinchãs.
Para terminar, fica aqui somente uma recomendação para a pescaria: se quiser fisgar Piraputangas vá ao Pantanal, e se quiser fisgar Matrinchãs, vá à Bacia Amazônica. Pelo menos por enquanto.

NOTA DA REDAÇÃO: A ultima frase desta matéria "pelo menos por enquanto", até hoje é bem atual. Isto porque, alguns entendidos, que não passam de idiotas estão, por conta própria, introduzindo espécies de peixes de uma das  Bacias citadas em represas, principalmente no  sudeste do Brasil. O mais recente episódio, aconteceu nas represas do rio Juquiá em São Paulo. Em sete represas nesse rio, onde habitava o black bass, peixe de origem canadense/americana e bastante esportivo foi praticamente extinto, pois o tal ou tais idiotas, introduziram o tucunaré, que é um peixe mais rustico e agressivo. Nos dias de hoje (2014) dificilmente, nessas represas, iremos conseguir fisgar algum bass. O tucunaré dominou essas águas. Quanto a Matrinchã, elas estão presentes em muitos pesqueiros tipo "pesque e pague" e, como não há segurança nenhuma em vários desses pesqueiros, no que se refere a suas barragens, lagos ou represas, não será nenhuma surpresa, na época das fortes chuvas, que elas possam arrebentar e as Matrinchãs irem parar em algum curso de água, onde poderão causar algum impacto ambiental. 


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