segunda-feira, 11 de agosto de 2014

FOLCLORE BRASILEIRO














Os orarimogodogue, mais conhecidos por bororo, é uma tribo de índios que vive no planalto oriental de Mato Grosso. Para perpetuarem suas histórias, costumam se reunir à noite e conta-las em voz alta. Começaram narrando assim: “Eu digo a vós, meus filhos, a vós meus netos, e vós escutai a minha palavra. Foi assim que nasceram as estrelas...”







Um dos principais alimentos do bororo é o milho. Certo dia as mulheres foram à roça colher espigas, mas encontraram muito pouco. Ficaram tristes, pois não podiam alegrar os maridos que saíram para caçar. Chamaram então alguns meninos que estavam brincando para ajuda-las.
Colheram muito milho e lá mesmo na roça socaram e fizeram bolos para os homens caçadores. Enquanto pilavam o milho, um menino saiu com uma taquara cheia de grão de milho, sem ordem das mulheres, entregando-a a sua avó que estava na maloca. Pediu para a avó preparar um bolo para ele e seus amiguinhos.
Sem saber que tinham pego aquele milho sem ordem, a velhinha fez o bolo. Um papagaio estava olhando tudo e sabia da tramoia das crianças. Para que não contasse, cortaram sua língua.
Quando viram suas mães voltando da roça, ficaram com medo. Foram até a mata, pegaram um beija-flor, amarraram em seu bico um cipó e ordenaram que voasse bem alto e prendesse a ponta do cipó no céu para que subissem também.
Enquanto voava, os meninos emendaram várias cordas de cipó e foram subindo um a um pelo cipó céu acima.
Quando finalmente as mulheres chegaram da roça, perguntaram pelos meninos. A velhinha, cansada, dormia pesadamente. O papagaio nada pôde falar pois estava sem língua.
As  mulheres procuraram os meninos por toda a aldeia e nada. Uma viu o cipó, olhou melhor e concluiu o que havia acontecido. Todas começaram a gritar, pedindo para que voltassem. Mas o beija-flor cada vez levava mais alto a ponta do cipó. Os meninos não quiseram voltar. As mulheres imploraram e choraram.
Como castigo pela desobediência, os meninos tiveram que todas as noites olhar para a terra para ver se suas mães ainda estão chorando. E os olhos dos meninos se tornaram estrelas...




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