Normalmente, a anhuma costuma pousar em cima de pequenas árvores
no Pantanal, e assim que avista o pescador dá gritos estridentes, permanecendo
nessa mesma árvore, desde que a distância entre ela e o homem não diminua
muito. Esses gritos são bastante altos e estridentes, sendo o som por ela
emitido uma espécie de “viú-viú”.
Ave da família dos Palamedeidos,
seu nome científico é Palameda
cornuta. Esse nome com certeza lhe foi dado pelo pesquisador devido ao fato
de que essa ave possui em sua cabeça um “chifre”, ou se preferirem, um espinho
recurvado, córneo, de doze centímetros de comprimento, que está implantado sob
a pele. Além desse “chifre”, a anhuma
possui ainda dois esporões no bordo anterior das asas e que lhe servem de
defesa ou como arma de ataque.
Seu colorido é bruno-denegrido e preto, exceto o ventre, que
é branco. Uma outra curiosidade são seus pés, na cor vermelho-escura e com
dedos enormes, o que lhe facilita andar em banhados, sobre plantas aquáticas e
mesmo locais lodosos, sem afundar. Seus hábitos alimentarem são no mínimo
estranhos, pois mesmo estando em volta de ambientes aquáticos, os peixes não
fazem parte de seu cardápio, preferindo se alimentar de gramíneas, plantas palustres
e outros vegetais.
Apesar de seu tamanho e peso (comparável a um peru caseiro)
seu vôo é elegante e silencioso. Após passear por praias e banhados se
alimentando, alça vôo e vai em direção às copas das árvores onde se deixa ficar
por boa parte do dia e durante a noite em repouso.
Normalmente andam em casais e, segundo uma lenda, se
avistarmos uma só ave, é sinal de que o par foi morto e ela não voltará mais a
se acasalar.
Dependendo da região, recebe outros nomes como inhuma,
inhaúma, chifruda, cauintau, cametau e unicórnio. Talvez, dos nomes vulgares, o
que lhe causa maiores problemas seja o de “peru do pantanal”, já que, para os
menos avisados, a anhuma seria sinônimo de boa carne, o que não é verdade.
Segundo alguns ribeirinhos do Pantanal, sua carne é dura e, quando cozida,
produz muita espuma. Outra particularidade, segundo as mesmas pessoas, é que
entre suas penas encontram-se vermes parasitários parecidos com o carrapato. Mas certamente o nome que mais justiça faz à
anhuma é o de “guardiã do Pantanal”, pois com seus gritos estridentes denuncia
qualquer presença estranha em seu território.
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