terça-feira, 30 de setembro de 2014

DICIONÁRIO ARUANA ANIMAIS DO BRASIL - ANHUMA
















Quando o pescador navega em rios do Pantanal ou da Bacia Amazônica é a anhuma que dá o sinal de sua presença, mostrando à região que o “bicho homem” está por perto.











Normalmente, a anhuma costuma pousar em cima de pequenas árvores no Pantanal, e assim que avista o pescador dá gritos estridentes, permanecendo nessa mesma árvore, desde que a distância entre ela e o homem não diminua muito. Esses gritos são bastante altos e estridentes, sendo o som por ela emitido uma espécie de “viú-viú”.
Ave da família dos Palamedeidos, seu nome científico é Palameda cornuta. Esse nome com certeza lhe foi dado pelo pesquisador devido ao fato de que essa ave possui em sua cabeça um “chifre”, ou se preferirem, um espinho recurvado, córneo, de doze centímetros de comprimento, que está implantado sob a pele.  Além desse “chifre”, a anhuma possui ainda dois esporões no bordo anterior das asas e que lhe servem de defesa ou como arma de ataque.
Seu colorido é bruno-denegrido e preto, exceto o ventre, que é branco. Uma outra curiosidade são seus pés, na cor vermelho-escura e com dedos enormes, o que lhe facilita andar em banhados, sobre plantas aquáticas e mesmo locais lodosos, sem afundar. Seus hábitos alimentarem são no mínimo estranhos, pois mesmo estando em volta de ambientes aquáticos, os peixes não fazem parte de seu cardápio, preferindo se alimentar de gramíneas, plantas palustres e outros vegetais.
Apesar de seu tamanho e peso (comparável a um peru caseiro) seu vôo é elegante e silencioso. Após passear por praias e banhados se alimentando, alça vôo e vai em direção às copas das árvores onde se deixa ficar por boa parte do dia e durante a noite em repouso.
Normalmente andam em casais e, segundo uma lenda, se avistarmos uma só ave, é sinal de que o par foi morto e ela não voltará mais a se acasalar.
Dependendo da região, recebe outros nomes como inhuma, inhaúma, chifruda, cauintau, cametau e unicórnio. Talvez, dos nomes vulgares, o que lhe causa maiores problemas seja o de “peru do pantanal”, já que, para os menos avisados, a anhuma seria sinônimo de boa carne, o que não é verdade. Segundo alguns ribeirinhos do Pantanal, sua carne é dura e, quando cozida, produz muita espuma. Outra particularidade, segundo as mesmas pessoas, é que entre suas penas encontram-se vermes parasitários parecidos com o carrapato.  Mas certamente o nome que mais justiça faz à anhuma é o de “guardiã do Pantanal”, pois com seus gritos estridentes denuncia qualquer presença estranha em seu território.


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