domingo, 21 de setembro de 2014

FOLCLORE BRASILEIRO





















Os índios, observando a natureza, encontram sempre uma história para justificar certas curiosidades acerca dos animais. O japim não escapou da observação indígena, conforme nos conta esta lenda.







O japim é uma vistosa ave, negra e amarela, de cerca de trinta e três centímetros da ponta da cauda até a ponta do bico.
Constrói ninhos em forma de bolsa, sempre pendurados em árvores onde existam ninhos de certas vespas muito agressivas.
Os índios aipi-cauá, observando tal fato, logo criaram uma curiosa história para explicar a razão pela qual o japim aninhava-se na vizinhança das vespas.
Há muito tempo atrás, não se sabe bem quando, todas as aves se desentenderam com os japins porque estes tinham por costume copiar os seus cantares ao invés de possuírem o seu próprio.
As aves revoltadas resolveram se vingar e combinaram destruir todos os ninhos de japins, quebrando os ovos e matando os filhotes implumes quando os pais saíssem do ninho em busca de alimento.
Durante muito tempo as aves revoltadas destruíram os ninhos dos japins, até estarem quase extintos.
Foi quando os japins foram se queixar para certas vespas, chamadas de apiacás, com as quais mantinham relações de amizade, da desgraça que afligia a espécie. Contaram toda a história da tremenda conspiração das aves contra os japins, alegando que não faziam mal a ninguém. Eram alegres e bem humorados e por isso imitavam as cantigas de outros pássaros.
Disseram tudo isso com lágrimas nos olhos e convidaram as vespas para madrinha dos filhos.
As apiacás se compadeceram da triste história e combinaram com os japins que estes deveriam construir seus ninhos próximos a casa das vespas, podendo destas, desta forma, vigiarem os ovos e os filhotes dos japins em sua ausência.

Extraído do livro Histórias, lendas e folclores de nossos bichos, de Eurico dos Santos.


NOTA DA REDAÇÃO: O japim pertence à família Icterídios, cujo nome científico é Cacicus cela. Seu corpo tem um colorido na sua maioria preto, com dorso e asas de um amarelo vivo. Dependendo da região do Brasil, recebe nomes vulgares como xexéu, japiim, japuíra, joão-conguinho, bom-é.



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