O jaburu (Mycteria mycteria) é uma ave de pernas longas e de
corpo robusto, com cerca de 1,15m de altura. O bico, grosso na base e afilado
na ponta, alcança 30cm de comprimento; o pescoço é nu, preto, destacando-se a
parte inferior do papo, também nu, pela cor avermelhada. Sua plumagem é branca,
ainda que não muito alva, e as pernas são pretas. Mais conhecido como “tuiuiú”
na região do Pantanal mato-grossense, o jaburu pode lá ser observado em grandes
bandos ao longo das praias, os quais formam verdadeiras nuvens vivas ao
levantar vôo com a aproximação de alguma embarcação.
O ninho, construído sobre forquilhas de grossos galhos de
árvores, é resistente e composto de ramagens entrelaçadas. Normalmente, a fêmea
lá deposita apenas dois ovos, que são vigiados pelo casal, em pé à beira desse
ninho, cujas avantajadas proporções são suficientes para acomodar um homem.
Só mesmo com o auxílio das denominações científicas é possível
conseguir explicar a aplicação tão diversa que têm, de norte a sul do país, os
vários nomes de nossas maiores aves pernaltas da ordem Ardeiformes. O Mycteria mycteria é a ave que no sul é
conhecida como “jabiru” e na Amazônia e no Pantanal, como já dissemos, recebe o
nome de “tuiuiú”. Já o cauauã do norte é o “jabiru-moleque” ou “baguari” do
sul, espécie assemelhada à “cegonha” europeia (também chamada assim entre nós),
cujo nome científico é Euxenura maguari.
O nome Tantalus americanos designa o “passarão” da região amazônica, que também
é conhecido por lá como “cabeça-de-pedra” e no sul recebe o nome de “tuiuiú”. O
“joão-grande” (ou socoí) do sul é “maguari” na Amazônia, cientificamente
classificado como Ardea socoi. Os
termos “maguari” e “baguari” não tem acepção restrita, e aplicando-se, conforme
a região, a qualquer das aves acima mencionadas.
DICIONÁRIO ARUANÃ - ANIMAIS DO BRASIL
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