sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

DICIONÁRIO ARUANÃ - PEIXES DO BRASIL - PIRACANJUBA




















Apesar dos problemas de poluição, pesca predatória e as barragens hidroelétricas, a valente piracanjuba ainda está em nossos rios. Pescá-la é emoção para nunca mais esquecer.














Ágil, rápida e voraz; assim se pode descrever a piracanjuba, habitante natural de rios como o Paranapanema, Mogi-Guaçu, Pardo, Rio Grande e Paraná. Sua coloração é cinza esverdeada no dorso, e no focinho vermelho amarelado. Nos rios, prefere as águas mais rápidas das corredeiras, pois é nestes locais que os pequenos peixinhos, como o lambari e o piquira, não conseguem escapar de suas fulminantes investidas. Para se falar em suas iscas preferidas, vamos ter que invariavelmente citá-las por região, já que, dependendo do rio, essas iscas costumam variar.
Assim sendo podemos dizer que no rio Mogi-Guaçu, as rãs são excelentes, no rio Pardo prefere os pequenos peixinhos e bolas de massa, e no rio Grande as pequenas frutas, como o coquinho e figo silvestres. No Paraná e Paranapanema a isca que melhor resultado dá são os pequenos pedaços de mandioca e as bolinhas de massa feitas com a mesma farinha.
No entanto, uma isca que dá bons resultados, seja qual for o rio em que se estiver pescando, é a artificial, seja em forma de plugs que imitam peixes ou pequenas colheres cromeadas. Mas nas iscas artificiais há ainda uma que pode ser considerada a melhor de todas. Estamos no referindo às colheres giratórias ou spinners, sendo as cores diversas.
Essas pequenas colheres, que giram em torno de um eixo quando recolhidas, são simplesmente irresistíveis à piracanjuba. E não só ela, que recebe o nome científico de Triurobrycon lundii, mas também a peixes parecidos como a matrinchã e a piraputanga. Quando estiver pescando em qualquer um dos rios aqui citados, observe as imediações. Se houver pequenas corredeiras, onde se percebam pedras submersas ou aflorando à superfície, pode tentar a piracanjuba, que sua presença está garantida.
A melhor linha para sua pesca é a de bitola 0,35 milímetros, sendo recomendável o uso de um pequeno chicote de aço para dar maior segurança, pois algumas piracanjubas chegam a atingir o peso de 5 a 8 quilos.
Para finalizar, podemos dizer que seu nome vem do tupi-guarani e significa: pira – peixe, cang – ossos e juba – amarelos, portanto “peixe dos ossos amarelos”. 

NOTA DA REDAÇÃO: Esta matéria foi feita no início da década dos anos 90. Quando citamos os rios aqui mencionados, as piracanjubas estavam presentes neles todos e, sem exceção. Hoje, dezembro de 2014, vamos encontrar as piracanjubas de bom tamanho (não são fáceis de achar) abaixo de Itaipu, nas corredeiras do rio Paraná. Aliás, foi nesse rio que consegui fisgar e ter em minhas mãos a única piracanjuba de bom tamanho, que consegui fisgar em todas as minhas pescarias. Peguei sim algumas de tamanho pequeno, pouco maiores que um lambari, quando pescava nos outros rios aqui citados, em cevas de lambaris. Infelizmente o bicho homem é invencível em sua predação, e acredito que atualmente dificilmente vamos conseguir fisgar um bom exemplar desse magnifico peixe.




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