É no verão que as corvinas-de-água-doce estão mais ativas.
Muito fáceis de serem fisgadas, elas estão presentes em praticamente todas as
represas do Brasil.
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Identificar a corvina-de-água-doce é fácil se levarmos em
consideração a sua família, já que a mesma pertence à família Sciaenidae. Aliás, é também a essa
família que pertence à corvina do mar. No entanto, cientificamente podemos
dizer que elas podem ser Pachyurus
franscisci, ou ainda Plagioscion
squamosissimus, para definir o grupo a que pertencem. Nós preferimos o
segundo caso, já que a descrição desses indivíduos é mais semelhante a que
encontramos em nossas pescarias.
Assim sendo, podemos descrevê-las como tendo o dorso
prateado, com linhas oblíquas azuladas ou acinzentadas. Pode atingir até 80
centímetros de comprimento e peso por volta de cinco ou mais quilos. Podemos
também ter certeza de que é uma espécie marinha que se aclimatou na água doce,
mais precisamente na região norte, ou se preferirem, na Bacia Amazônica. Aliás, para confirmar essa teoria, lembramos
que muitos são os que a conhecem como pescada do Piauí.
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Hoje encontramos esse peixe em praticamente todo o território
brasileiro, e sobre isso podemos explicar que, por volta de 1940, essa espécie
foi introduzida nos açudes nordestinos pelo Serviço de Piscicultura do
Departamento nacional de Obras Contra a Secas.
Em nossas reportagens, já encontramos a citada corvina em
rios como Machado, Amazonas, Teles Pires e outros da Bacia Amazônica. Na região
da Bacia do Prata, nós a encontramos no rio Paraguai, Paraná e Grande,
portanto, nas principais artérias dessa bacia, o que demonstra que a
corvina-de-água-doce está em todo o Brasil.
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Mas para o pescador amador, o melhor local para sua pesca é
nas represas ou barragens dos grandes rios. Em se tratando do estado de São
Paulo, vamos encontrá-la em todas as represas do rio Paraná e Grande, sem
exceção.
Sua pesca é feita a média e grande profundidade, podendo o
pescador optar pelo dia ou pela noite. Aliás, quem pesca à noite costuma
utilizar a luz de lampiões, pois, segundo alguns, esse peixe gosta da
luminosidade. Isso é uma meia verdade, já que o motivo principal da corvina vir
onde está a luz é a busca de insetos que, atraídos pelo foco luminoso, caem na
água, produzindo barulho característico na superfície. Aliás, são os insetos a
grande fonte de alimentação da corvina-de-água-doce, que também se alimenta de
pequenos peixes, moluscos e vermes.
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Na pesca amadora, a melhor dica para sua pesca é procurar nas
represas galhadas que aflorem à superfície, não importando muito a
profundidade, desde que essa profundidade seja sempre superior a cinco metros
(já houve casos de peixes fisgados a 40 metros de profundidade). A pescaria
então é muito simples: achando uma galhada, amarre o barco em um galho e desça
o anzol, preferencialmente no tamanho de 1/0 a 3/0, iscado com um pequeno
peixe, que tanto pode ser lambari, guaru, piquira ou Ferreirinha (também
conhecido como durinho).
Usa-se apenas um anzol com um líder de 30 ou 40 centímetros
de linha 0.50 milímetros, com uma chumbada do tipo oliva (o peso varia de
acordo com o local) solta na linha. Podemos usar tanto molinete quanto
carretilha, ou ainda linha de mão. No primeiro caso, a linha mestra pode ser
0.35 milímetros, e no caso de usar linha de mão, até 0.50mm.
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Após soltar a linha, devemos deixar que chegue ao fundo,
tendo o cuidado de levantar alguns centímetros para que a chumbada fique
suspensa, já que isso vai facilitar a percepção do peixe pegando a isca. Uma
boa dica é que o pescador deve esperar apenas alguns minutos. Se a corvina não
fisgar, mude imediatamente de local, procurando uma outra galhada. É uma regra:
havendo peixe, a fisgada tem que ser imediata. Nesse tipo de pescaria,
dependendo do tamanho do cardume que esteja nas imediações, pode-se fisgar
cinquenta, cem corvinas-de-água-doce ou até mais.
Uma outra boa dica e levar uma geladeira de
isopor com gelo. Assim que o peixe for retirado da água deverá ser colocado no
gelo, já que sua carne é bastante delicada, bastando apenas algumas horas para
que se deteriore.
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O problema da corvina-de-água-doce não é ser um peixe fácil
de morrer, mas sim, por estar a grande profundidade, sofrer o fenômeno da
descompressão quando puxada pelo pescador, chegando até suas mãos praticamente
morta. Se o pescador soltá-la, será inevitável a sua morte. Em alguns casos, a
corvina-de-água-doce chega a soltar as tripas pelo orifício anal, tamanha é a
descompressão sofrida. Se quiser fazer uma experiência, puxe lentamente o peixe
até a superfície e veja como ele irá resistir muito mais.
Aí estão, portanto, algumas boas dicas sobre a
corvina-de-água-doce, que tem na sua carne um de seus melhores atrativos, já
que possui excelente qualidade e sabor.
A propósito: em represas do rio Grande, já houve registros de pescadores
amadores que conseguiram fisgar corvinas-de-água-doce, até sete quilos. Peixes
desse tamanho normalmente são fisgados em poços originais do rio, onde haja
ainda a correnteza e em iscas como a tuvira.
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Normalmente não se pesca corvinas dessa forma; com certeza,
os pescadores que as fisgaram estavam atrás de pintados ou dourados, peixes
esses quase extintos nesses locais. Deram sorte e encontraram grandes
corvinas-de-água-doce, que acharam suas iscas antes que os pintados e os
dourados o fizessem. Pelo menos, vale como dica, caso se queira, em vez das
corvinas da represa, que dificilmente passarão de 2 quilos, tentar-se corvinas
maiores.
Boa pescaria.
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