No entanto, bem agasalhado, fiz questão de participar com os
companheiros da pescaria. O Risto fisgou um salmão de mais ou menos 6 quilos.
Na corredeira à nossa frente, era comum ver-se vários salmões pulando para
vencer a força das águas. É um espetáculo muito bonito. No dia seguinte, nosso
avião para Oslo sairia às 4 da tarde. À noite ficamos sabendo que havíamos
ganho um prêmio pelo maior salmão da semana, e que esse prêmio seria entregue
às 5 horas da tarde do dia seguinte. Não houve tempo portanto para a premiação,
mas o pessoal da Rapala iria receber e nos remeter posteriormente para o
Brasil. Foi uma bela pescaria e muito emocionante, por três razões principais:
primeiro, por ter fisgado meu primeiro salmão e ser esse peixe um “fora de
série”; segundo, por estar pescando junto com Risto Rapala, cujo sobrenome diz
tudo; e terceiro, por ver meu nome escrito como um primeiro lugar, e o que é
mais importante: estar seguido da palavra “Brasil”.
NOTA DA REDAÇÃO: Ao rescrever esta matéria, percebo de que “algumas
coisas ficaram no ar”, ou não foram informadas, na época, nesta matéria.
Portanto, vamos a elas.
O “tome conhaque”, que diga-se de passagem era um Napoleon, e
as doses foram várias, fez alguns efeitos e naquela noite, mesmo com sol, dormi
muitíssimo bem.
Eu me comunicava com o Perti, um pouco em ingles, espanhol e
italiano e, agora explico: o nervoso em estar com um grande salmão na linha,
fazia com que eu falasse em português e ele em finlandês. Não tinha jeito dele
me dar o maldito cigarro.
Finalmente o premio a que fiz jus pelo meu peixe e que vim a
saber só muito tempo depois, quando o Perti veio ao Brasil. Eu ganhei nada mais
nada menos, do que uma isca artificial e, pasmem, de uma concorrente da Rapala.
Demos boas risadas.
E a “parada das 4 às 6 horas” é para dar aos peixes que estão
subindo o rio, uma chance a mais para desovar.
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Eu tenho no meu subconsciente algumas matérias, ad eternum. Essas duas, da pescaria e das visitas nas fábricas são algumas delas. Sendo a aruanã, minha 'literatura disponível' a época, e eu no começo da minha juventude, com os neurônios pipocando, e o entusiamo de aprendiz, sorvia cada informação, cada novidade, cada exemplo com vontade. E isso fez com que matérias como a do vale das jatuaranas, os roteiros pelo pantanal, pelo araguaia, a matéria da febre amarela e tantas outras, sirvam até hoje, de causos nas pescarias. É incrível como me lembro, com saudosismo gostoso de grande parte do que li nos anos que segui S. Antonio, a loja, os funcionários da loja (conhecidos por telefone) e o Zimbo, que anos mais tarde, esbarrei com ele nas ruas de Corumbá. Não me lembro do nome da vendedora que me atendia, na loja. Acho que vi uma foto dela no anuário. Salvo emgano, ela era meio parecida com a Marlene Matos da Xuxa. Hehehehehe. Em suma, na parte teórica de pescarias, tudo que eu sei, veio/nasceu da aruanã. Sem demagogia, sem puxação. Minha primeira fita vhs veio da aruanã. Comprei barco, motor e carreta, de anúncio da revista. Aprendi arremessar carretilha, com S Antonio. A dica do balde, eu passo pras crianças, até hoje. É difícil descrever a importância que a revista, a loja e S Antonio têm ATÉ HOJE, quando coloco a mochila e as varas no barquinho e vou tentar pegar alguns tucunas em Juturnaíba. S Antonio, tamo juntos :-)
ResponderExcluirPrezado Sandro: São postagens/comentários como o seu, que me mostram cada vez mais o que era a Revista Aruanã enquanto publicada e nas bancas. Eu sinto verdadeiro orgulho em ser o jornalista/editor dela, já que na minha profissão, adicionei a minha paixão pelas pescarias. Acredite, era com muito amor que eu passava a minha experiência de vida e de pescador, em todos os artigos que nela escrevi. Em todas as viagens, minha principal preocupação era poder mostrar um pauta verdadeira, sem exageros e mantendo a máxima do jornalista, que seria mais ou menos isto sobre um narrativa: "porque, onde, como e meios de chegar". Era isto Sandro, que eu fazia e nas informações eu colocava seriedade, corpo e alma. Quanto as matérias, eu as guardo até hoje em minha biblioteca e na minha mente, já que agora as reeditando em formato de blog, me divirto e revivo outra vez os fatos e seu pormenores. Reeditar a Aruanã, foi uma maneira muito bem pensada, para atingir jovens como você (na época) que estavam começando suas pescarias. Este é o meu principal motivo, para o blog e, interessante e curioso é o fato que extrapolamos fronteiras e a Aruanã hoje, é lida em todos os continentes. Graças a Deus. E quanto a estar junto a você no "barquinho" em uma pescaria, acredite, é uma honra para mim. Muito obrigado de coração. E, quanto a funcionária que te atendia em nossa loja, o nome dela era Aristéia e concordo com você a sua citação da Marlene Matos. Grande abraço meu amigo e iscas na água, sejam elas naturais ou artificiais.Dê noticias sempre que quiser.Obrigado por tudo.
ResponderExcluirEssa foi minha primeira revista de pesca, minha primeira aquisição de uma série de "Aruanãs". Para melhorar as postagens só falta postar a capa das revistas!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirWlembi: Essa é uma boa ideia. Vou estudar um jeito de fazer isso. Obrigado pela sugestão. E, segundo o ditado " a primeira ninguém esquece" rs. Abraço
ResponderExcluirBeleza de matéria e de peixe, Toninho. Infelizmente nunca pesquei tal peixe , vai ficar faltando...
ResponderExcluirNão concordo com o "vai ficar faltando" Marcão. Quem é que sabe o dia de amanhã? No resto, obrigado pelos elogios. E pescar esse peixe, foi "um extra" na emoção, que foi grande. Por exemplo: ver as fábricas da Rapala e da Mustad, que eu só conhecia por catálogos. É isso amigo.
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