sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

OS MOLHES DO RIO GRANDE - EXCELENTE OPÇÃO DE PESCA!











Assim que se chega em Rio Grande, junto à Lagoa dos Patos, a primeira visão dos molhes chega a impressionar pelo comprimento de seus aterros. A bem da verdade, os molhes são dois e podemos classifica-los como o do norte e o do sul. Sua história começa em 1909, quando começaram a ser construídos. Para isso, foi primeiro construída uma linha férrea, inaugurada em 1911, por onde todas as pedras e materiais foram transportados. O projeto de construção dos molhes data de 1882.
Conseguimos apurar algumas curiosidades sobre os molhes. Por exemplo: no molhe sul foram consumidas 1.852.700 toneladas de pedras e no norte 1.537.100, perfazendo um total de 3.389.800 toneladas. Seus comprimentos são de 3.930 metros e mais 370 metros submersos no sul e no norte 4.012 metros e mais 288 metros na parte submersa. A distância entre os dois na sua parte paralela é de 725 metros e em 1º de março de 1915 o navio-escola “Benjamin Constant”, da armada nacional, foi o primeiro a passar e atracar no Porto do Rio Grande.

Nossa primeira incursão aos molhes foi no sul, que aliás possui uma particularidade muito interessante, pois diversas pessoas têm um carrinho, chamado de “vagoneta”, e se prestam a levar os pescadores até o chamado “cabeço”, ou seja, na ponta da barragem. Essas vagonetas têm dois eixos de linha férrea que aproveitam os trilhos da linha férrea original, que estão conservados em função das necessidades de reparos nos molhes e tráfegos de pescadores. O meio de tração das vagonetas é o vento, constante no local. Sobre os eixos das mesmas construíram um tablado e no centro deste um mastro onde é colocada a vela. A velocidade é boa e o preço da “passagem” ida e volta é de Cr$10.000,00 (outubro/92). É grande o número de pescadores que pesca neste local.


Já no molhe do norte, que possuem também os trilhos, o “serviço de transporte” não existe. Por este fato é que o número de pescadores é bem menor. Conversando com alguns deles, nos disseram que o molhe do norte é melhor para a pesca. Um outro fato que nos chamou bastante a atenção é que quando a maré está violenta, ninguém se atreve a pescar no molhe norte, pois as ondas lavam toda a superfície da barragem. Essas ondas são tão violentas que chegam a deslocar enormes pedras de um lado para o outro da barragem. Para quem, gosta de andar, pescar no molhe é uma boa opção, pois se quisermos pescar no seu cabeço, vamos ter que andar cerda de 8 quilômetros a pé.

Os melhores locais para a pesca nesses molhes são praticamente em toda a sua extensão, com uma particularidade para o caso das miraguaias: para o caso dos “burriquetes” (miraguaias até 15 quilos), pesca-se do lado de fora, ou mar aberto. Para as grandes miraguaias, que facilmente atingem 40 quilos, pesca-se do lado de dentro, ou no canal. As iscas mais usadas pelos pescadores locais são os siris e os caranguejos iscados inteiros. Usa-se também o marisco branco (sarnambi) inteiro ou descascado. As varas devem ser de tamanho médio, a partir de 3.50 metros e a linha variando entre 0.50 e 0.70 milímetros. Os lances devem ser longos (o máximo possível), para se evitar as pedras dos molhes. Um outro peixe também comum na região é a corvina, que chega a atingir 5 quilos ou mais. Para esta, as melhores iscas são o sarnambi inteiro ou descascado e o camarão morto sem a casca. As betaras (lá chamadas de papa-terra), cações, violas, peixe-rei, arraias e abroteas são os peixes mais comuns de serem fisgados.


Outro fato que nos chamou a atenção foram as garoupas de bom tamanho, fisgadas nos molhes. A presença desse peixe lá se dá unicamente pelas pedras dos molhes, que são ricas em organismos vivos tais como cracas, mariscos e caranguejos de pedra. Com exceção de Torres, onde há costões, com certeza será nos molhes de Rio Grande os únicos locais onde o pescador gaúcho irá conseguir fisgar garoupas. A presença dessas garoupas, vem mais uma vez confirmar e provar que os arrecifes artificiais são um sucesso absoluto e que infelizmente não são construídos em nosso país.


Um outro fato bastante interessante nos molhes é a presença constante de lobos-marinhos, que fazem principalmente do molhe norte o seu ponto de descanso. Em nossa visita, conseguimos avistar vários deles e soubemos inclusive que às vezes roubam o peixe fisgado pelos pescadores, enquanto ainda estão brigando e sobem à superfície. Ficamos a imaginar a cena e o que devem dizer os pescadores que têm seus peixes roubados. Uma outra dica diz respeito à pesca de praia, logo abaixo da Praia do Cassino. Todos os pescadores que pescam nos molhes, saindo da Lagoa, quando a água está um pouco suja por causa das chuvas, costumam pescar nas praias, onde essa água termina.


São fisgadas nesses locais grandes betaras, corvinas e os “burriquetes” de bom tamanho. A isca mais usada é o sarnambi (marisco branco). Partindo-se de São Paulo, a cidade de Rio grande fica a 1.470 quilômetros, Via Porto Alegre e Pelotas. Em nossa estada em Rio Grande, ficamos hospedados no Hotel Atlântico, sito à Av. Rio Grande, 387. Os telefones são: (0532) 36-1492 e 36-1350.
Aqui está portanto mais um roteiro Aruanã. Atestamos e testamos os molhes de Rio Grande, principalmente pela pesca da miraguaia, que vai desde novembro até meados de abril. As maiores miraguaias do Brasil, com certeza, só serão fisgadas nos molhes do Rio Grande.


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