PACU-PRATA
Aqui está um pequeno grande peixe, pois se for tentada sua
pesca, teremos antes de tudo muita briga e esportividade. Para o pescador é o
que vale.
O pescador amador que vai ao Pantanal ou mesmo à Bacia
Amazônica, o faz procurando sempre fisgar o maior e melhor exemplar, já que um
grande peixe, de bom tamanho e peso, vai assegurar boas fotografias que mais
tarde serão mostradas, como a atestar sua qualidade de pescador. Fica-se então
durante horas embaixo do sol e sob forte calor, pescando ou tentando pescar “o
peixe”. Mas com o passar das horas, e como ninguém é de ferro, apesar de todo o
conforto que possa haver na embarcação, a nossa paciência começa a esgotar-se,
já que a pior coisa que pode acontecer em uma pescaria é a falta de ação. Assim
sendo, lá pelas 11 horas da manhã paramos de pescar e retornamos somente às 3
ou 4 da tarde, quando o calor do sol já está com menor intensidade. Pois bem,
durante cinco horas nos ocupamos de outras tarefas e não pescamos. Alguns
dormem, outros ficam à sombra tomando sua cervejinha e outros, ainda, ficam sem
fazer absolutamente nada.
Nosso prazo de pescaria, longe de casa, costuma ser de apenas
alguns dias; na maioria das vezes, foi uma pescaria sonhada e aguardada com ansiedade,
e perder horas inúteis é, no mínimo, desperdício. Mas ali, bem perto de onde
estamos pescando, existe um pequeno peixe que irá trazer ao pescador muita
satisfação e prazer, esportivamente falando: o pacu-prata.
Sua família é a dos Characidae, aliás, a mesma do seu
“primo” pacu-caranha (Colossoma mitrei). Seu nome
científico é Myloplus asterias, e pode ser descrito como tendo o corpo
arredondado, onde a cor prateada predomina. Tem ainda coloração amarela,
principalmente na barriga e perto das nadadeiras junto às guelras. O dorso
apresenta um verde claro, podendo apresentar ainda algumas manchas oliváceas
distribuídas ao longo do corpo. Existem cerca de trinta outras espécies que
podem ser confundidas com ele, mas são de tamanho menor e se prestam mais a
embelezar aquários. Este nosso pacu-prata não: é bom de briga, e sua carne,
apesar de pouca, é de boa qualidade, podendo ser consumido frito ou na brasa.
Seu tamanho raramente ultrapassa 30 cm de comprimento e por volta de meio quilo
de peso ou um pouco mais. Sua alimentação é composta de vários itens, e entre
eles podemos destacar os caules das plantas ribeirinhas, folhas, pequenos
frutos e outros vegetais, além da tradicional minhoca, massa e milho verde.
Fazendo-se uma ceva com quirera de milho, vamos conseguir juntar um bom cardume
para a nossa diversão. Deve-se usar varas leves, de bambu ou telescópicas, com
linha de bitola 0.30 a 0.35 milímetros, e anzóis variando entre o 4 e o 10. Um
pequeno chumbo oliva, só para fazer a isca ir ao fundo, é mais do que
suficiente. Uma outra curiosidade sobre este peixe, é que ele costuma dar
pequenos saltos na beira do rio, tentando com isso abocanhar algumas folhas de
mato que lhe pareçam mais apetitosas. O pescador consegue ver essa ação.
As cevas naturais do pacu-prata são árvores que estejam derrubando
dentro da água pequenos frutos, tais como figueiras e outras sementes. É fácil
ver-se a ação do pacu-prata nesses locais, pois assim que uma frutinha cai na
água, ele imediatamente a abocanha, fazendo evoluções na superfície. Os
melhores locais para sua pesca serão então as cevas naturais, ou pequenos
remansos com profundidade entre dois a três metros onde devemos fazer nossa
ceva de milho.
Só para terminar, na ceva costumam também, ficar piaus,
piraputangas, sardinhas, lambaris, sauás e, com um pouco de azar, os grandes
pacus. Azar, porque se um deles fisgar em nosso anzol, com certeza irá
arrebentar nosso leve material. É uma pescaria para diversão e para aproveitar
as horas de sol mais forte, já que pode ser feita à sombra de uma grande
árvore. Boa pescaria.
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