domingo, 8 de março de 2015

ROTEIRO DE BLACK BASS: REPRESA DE CAPIVARI - PR













Essa represa, localizada no estado do Paraná, pode proporcionar ao pescador amador boas pescarias. É este o roteiro que você acompanha neste artigo.




Black bass na minhoca artificial

A represa de Capivari fica no estado do Paraná, mais precisamente no quilômetro 42 após a divisa do estado de São Paulo, indo pela BR116. Aliás, da margem da rodovia pode-se ver os contornos da represa, em diversos trechos. É uma represa relativamente nova – tem 28 anos (foi construída em 1969) – e em seus 28 km de extensão, cujo formato é parecido com uma ferradura, encontram-se diversas grotas e entradas. Com o nível das águas alto praticamente não se avista nenhuma galhada, sendo então, nessa época, necessário pescar em galhadas de margem, pedras (encontram-se facilmente) e barrancos caídos, que no desmoronamento trouxeram árvores e se tornaram bons pesqueiros. As águas de Capivari são limpas e há locais profundos, atingindo até 70 metros. Mas o mais importante, e pelo que o leitor deve estar curioso, são os peixes dessa represa.




                                               Ponte velha



Pedras e galhadas de margem

Para o pescador amador esportivo, a espécie mais interessante é o black bass, que está aclimatado em Capivari há alguns anos. Com o que vimos em nossa viagem, podemo9s afirmar que a presença de tal peixe na represa é numerosa, pois se consegue ver vários peixes em suas águas. Aliás, o recorde de peso do bass lá é de 3.050kg. A explicação para tal abundância dessa espécie em Capivari refere-se à proteção que o bass tem durante a desova, já que fica proibida a pesca, com exceção do pesca-e-solte na época da desova. Além disso, os próprios pescadores paranaenses, em uma demonstração de inteligência, fazem peixamentos com alevinos, o que assegura a presença maciça do black bass na represa. Mas não é só o bass que está presente nas águas de Capivari. Uma outra boa opção de pesca são as tilápias – enormes – e de duas espécies: a comum (presente em todo o Brasil) e a cor de rosa, que se vê aos cardumes. Normalmente, podemos pescar as tilápias comuns com iscas artificiais. Na pesca de tilápias cor-de-rosa, podemos utilizar um estilo que vimo alguns pescadores praticando: munidos de uma vara telescópica e usando minhocas como isca, esses pescadores vão margeando a represa, com barcos a remo ou a motor elétrico; visualizando as tilápias, jogam as iscas praticamente na boca dos peixes. Assim, fisgam-se facilmente exemplares de mais de um quilo. Evidente está que, com tempo, as cevas também darão ótimos resultados.






                                            Um grande bass



Os barrancos caídos

Existe ainda um outro peixe que nos chamou a atenção: a carpa. Em nossa pescaria de bass, avistamos por diversas vezes, sempre em fundos de grotas, diversas carpas, que por certo pesavam mais de 5 quilos. Avistar uma ou outra carpa em represas é praticamente comum, mas o que nos chamou a atenção em Capivari foi a quantidade exagerada de carpas avistadas pela nossa reportagem. Por certo uma boa ceva trará as carpas mais facilmente ao alcance doa anzóis dos pescadores, mas no Paranã costuma-se pescá-las com o que eles chamam de “bóia louca”, que nada mais é do que um artefato também conhecido como “João Bobo”: uma bóia com um pedaço de linha de aproximadamente um metro, com um anzol iscado com massa e solta ao sabor das águas. Diga-se de passagem, que tal prática é proibida por lei aos pescadores amadores. Essas foram as três espécies pesquisadas por nós nesse roteiro. Mas voltemos ao bass, nosso alvo principal.






Vista geral da represa

Deve o leitor lembrar que falamos sobre a quase total ausência de galhadas, que são os pesqueiros preferidos por esse peixe. Fisgamos então alguns peixes principalmente em estruturas tais como pedras, galhadas de barranco e também em barrancos caídos nas margens. Mas em especial nos chamou a atenção a presença de bass em pequenas enseadas, ou se preferirem, em enseadas em formato de meia lua, ao longo das margens da represa. As entradas das grotas, quando apresentam barrancos abruptos, são também bons locais de pesca. Infelizmente, não existe ainda infraestrutura no local com barcos para alugar, devendo o pescador que quiser pescar embarcado (o mais aconselhável) levar sua própria embarcação. Para chegar à represa e descarregar o barco em segurança, existe uma rampa de concreto facilmente avistada, localizada embaixo da ponte velha da estrada no quilômetro 42. Mas – e aqui vai uma boa notícia – na ocasião de nossa reportagem, contatamos um dos bons pescadores amadores de Capivari, que se colocou à disposição de todos os pescadores para futuras informações. Estamos nos referindo ao José Valdir Assunção, mais conhecido pelo codinome de Garrincha, que tem um posto de gasolina exatamente no quilômetro 42 aqui citado. Pois bem, se você quiser ir pescar em Capivari, o Garrincha tem a sua disposição todas as informações necessárias, além de oferecer em eu estabelecimento, o Auto Posto Represa, restaurante, hotel, combustível, etc. O telefone é (041) 222-3719. O Garrincha é uma das feras que pescam em Capivari.
   








                                                       Black bass



Rampa para barcos

Aí está portanto, este novo roteiro aos leitores da Aruanã. Conforme pesquisamos, trata-se de um bom local de pesca, distante da capital de São Paulo cerca de 370 quilômetros. Testado e aprovado.
NOTA DA REDAÇÃO: Queremos gradecer ao companheiro Marcos A. Malucelli Neto, nosso colaborador no estado do Paraná, que nos acompanhou nesta matéria em Capivari. Por certo, sem a ajuda do Marcos esta matéria não estaria tão completa. Malucelli é um dos melhores pescadores paranaenses, e a Represa de Capivari é sua velha conhecida. Como eles dizem por lá, os dois pescadores amadores citados nesta matéria, Garrincha e Marcos, são “bichos do Paraná”. Muito obrigado a todos.







Barrancos e mata natural

NOTA DO REDATOR: Este roteiro foi feito e publicado na Revista Aruanã em dezembro de 1997. Por certo, as informações de locais, telefones, alguns nomes, estarão defasados. Convém, a vontade do pescador, atualizá-los. Tentamos ainda, um contato com pescadores de lá, para saber das condições de pesca do bass nos dias atuais e não obtivemos essa informação. Tal preocupação em saber como estaria a represa, no que se refere a presença do black bass, se deve ao fato da completa ignorância de alguns idiotas, que andam ainda a solta, fazendo peixamentos de tucunarés, que por sua agressividade, acabam dominando as águas das represas em que são soltos. No entorno da cidade de São Paulo, nós tínhamos diversas represas onde o bass reinava absoluto e era nossa principal meta para uma excelente pescaria. Infelizmente, um idiota, para não lhe dar o nome que merece, andou soltando tucunarés em diversas dessas represas. Hoje, dificilmente vamos encontrar um black bass nessas represas. Nós temos algumas informações de quem é esse idiota. Evidente está que carecem de confirmação e principalmente provas e, se isso acontecer, com certeza pediremos ao Ibama e a Secretária Estadual do Meio Ambiente, que tomem as providências necessárias, pois foi esse um dos maiores crimes ambientais, que vimos acontecer e até hoje, em 2015, prejudicaram milhares de pescadores amadores esportivos. O bass era a alegria de milhares de nós pescadores. Antonio Lopes da Silva
   



2 comentários:

  1. Não quero defender ninguém, mas o black bass é um peixe exótico. O peixe predador fator de desequilíbrio é o black bass.
    Muito embora, tanto o black bass como o tucunaré são meu sonho de pesca.
    Nem tucunare e nem o bass são endêmicos da região.

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  2. Pois é. Vou tecer duas críticas à você leitor. Primeiro por ser anônimo e segundo por discordar da sua opinião em parte. Vamos lá: sim é exótico, não é fator de desequilíbrio não e talvez se você lesse um pouco mais de nosso blog (Tucunaré - Um intruso no Pantanal) veria ao que me refiro já que nessa postagem, está a opinião de um dos maiores biólogos do Brasil. O bass, se é exótico não pode ser endêmico e o tucunaré é endêmico na Bacia Amazônica. Fora dela, sim não é endêmico porque é exótico. Talvez meu amigo, quando realizar -segundo você "seus sonhos de pesca" - mude de opinião. Abraço

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