sábado, 29 de agosto de 2015

HISTÓRIAS DE PESCADOR














A partir do momento que se pesca, todos nós temos boas histórias para contar. Esta, que hoje torno pública, aconteceu em uma pescaria em Porto Murtinho e resolvi chamá-la de “parto a pantaneira”.







O ano, se não me engano, foi 77 ou 78.  Havíamos marcado para nossas férias uma pescaria no Pantanal, mais precisamente na Fazenda Quebracho, de propriedade do amigo Ibraim Cortada, na região de Porto Murtinho. Na época, fizemos o trajeto de caminhonete, partindo de São Paulo via Castelo Branco, passando por Presidente Epitácio, Rio Brilhante, Jardim, para após 400 quilômetros de estrada de terra, atingir Murtinho.
Rio Paraguai dentro da caixa, ainda um pouco alto para o mês de setembro, mas com muito peixe, principalmente dourados. Nós ficávamos em uma sede da fazenda de nome Flores, pois ficava em frente à Baía das Flores no rio Paraguai, distante rio abaixo, mais ou menos 15 quilômetros da cidade de Murtinho. O administrador da fazenda chamava-se Pedro, ou como todos o chamavam: Pedrinho. Era um brasileiro de fronteira, típico morador do Pantanal, que tanto falava português como guarani fluentemente. Valente e destemido, foi uma das primeiras pessoas a que assisti caçar onças, fossem elas pardas ou pintadas, acompanhado de um só cachorro de nome Cambá e usando como arma um revólver calibre 38.
Segundo se falava na região, não havia onça ou homem que intimidasse o Pedrinho. Após mais ou menos uma semana de pescaria, estava eu voltando de uma saída ao “corixo Santa Maria”, lugar bom de pacu e jurupoca, quando ao chegar à sede da fazenda, percebi um corre-corre meio estranho para o lugar. Desci do barco, descarreguei os peixes e logo o Pedrinho estava me ajudando naquela lida diária daquela “vida dura” de pescador. Puxei o assunto e fiquei sabendo que o alvoroço era por causa de uma empregada da fazenda que estava com dores de parto, ou se preferirem, como ele mesmo disse “estava para parir”.  Como eu havia saído bem cedo, não percebi nada, mas segundo o Pedrinho, já havia horas que o tal parto estava para ocorrer. No entanto, era só começar a sentir as dores do parto, que a “bugre” (assim a chamavam) levantava da cama e começava a andar e falar: num dianta, dói muito e eu não quero parir não”. E quando as dores passavam , ela voltava a sentar em um canto e ficava quieta e amuada até que as dores voltassem. Preocupado, me propus a levar a empregada até Murtinho, onde ela poderia dar à luz no hospital da cidade. Mas fui desaconselhado pelo Pedrinho, que me disse que ela não iria não. Restou-me então ficar a tarde inteira assistindo de longe ao tal parto, que não acontecia. De vez em quando saia um corre-corre, que eu já sabia que era por causa das dores do parto. Como tudo nesta vida a gente se acostuma, tarde da noite, com sono, fui dormir.
Quando acordei no dia seguinte, minha primeira preocupação foi saber o que tinha acontecido com a moça. Dei de cara com o Pedrinho, todo sorridente, tomando o “quebra torto” (café da manhã). E aí eu soube o que tinha acontecido, em meio a um pedido de desculpas por parte do Pedrinho, que - como eu estava dormindo - pegou um litro de whisky sem minha autorização. A explicação veio rápida: “pois é seu Antonio, eu já tinha ouvido falar que com um pouco de vinho doce, a mulher relaxa e consegue parir sossegada”. Como não tinha vinho, eu dei o whisky para ela. De gole em gole, a bugre tomou a garrafa toda e ficou parada, quieta. De repente, vieram as dores e ela se levantou e disse à minha mulher: ’agora vou parir’. E ele rematou: “e pariu mesmo”. Tomando meu café, fiquei a pensar e, internamente, comecei a rir, pois veio a minha cabeça a frase que com um litro inteiro de whisky, qualquer um iria parir mesmo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

DICIONÁRIO ARUANÃ ANIMAIS DO BRASIL - TAMANDUÁ MIRIM























O tamanduá-mirim ou tamanduá de colete, conforme seu nome indica, tem a pelagem que vai do amarelo-claro ao amarelo-pardacento, com uma extensa mancha negra que se bifurca pelos ombros, indo até ao ventre e no dorso vai até a raiz da cauda, dando a impressão exata de um colete. Tem um focinho mais curto que o tamanduá-bandeira (Myrmeconhaga tridactyla) e em proporção tem as orelhas e cauda maiores do que aquele. 




Os membros anteriores são dotados de 3 unhas apenas, sendo a central correspondente ao 3º dedo – a única desenvolvida. Quando caminha pelo chão, o tamanduá-mirim pousa no solo do lado externo das mãos; os membros posteriores são providos de 5 dedos e ao andar o animal apoia-se na metade da planta do pé. O tamanduá-mirim, embora caminhe também pelo chão, é de hábito arborícola e mais ativo à noite. 




Passa o dia em qualquer oco de árvore e sai à noite para alimentar-se principalmente de formigas e de abelhas silvestres. Quando excitado, expele um cheiro característico e nauseabundo.
Consultoria: Fundação Parque Zoológico do Estado de São Paulo

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

DICIONÁRIO ARUANA PEIXES DO BRASIL - ROBALO























Amplamente difundida, a pesca do robalo reserva grandes emoções para o pescador amador, pois, além de brigador, o robalo possui carne de ótimo sabor, sendo muito apreciada.














Uma das espécies marinhas mais procuradas pelo pescador amador é sem dúvida o robalo. Não só pelo excelente sabor de sua carne, mas antes de tudo, pela esportividade de sua pesca, pois esse peixe, quando fisgado, briga como poucos, além de saltar espetacularmente para fora d’água. Em todo o mundo, são registrados mais de doze tipos diferentes de robalos. No litoral do Brasil, são encontrados apenas dois, vulgarmente conhecidos como “flecha” e “peva”. Cientificamente, são classificados como Centropomus undecimalis e Centropomus ensiferus, respectivamente. O “flecha” (undecimalis) atinge a 1,2m de comprimento chegando facilmente a 16 kg ou mais, enquanto o “peva” atinge no máximo 4 kg. A identificação do robalo, além do peso, é fácil, pois o flecha é mais comprido e tem sua nadadeiras ventrais amareladas. Já o peva é mais curto e chega a ter seu dorso quase preto. Apesar de ser um peixe do mar, o robalo procura os rios, enseadas e deltas do nosso litoral para sua alimentação e desova, sendo a melhor época para sua pesca os meses de dezembro a março. Neste período é que são fisgados os exemplares de maior peso. No entanto, sua pesca é produtiva em qualquer mês do ano.
Deve ser pescado sempre com a água do rio em movimento. Esse movimento das águas é determinada pela altura das marés que tanto pode ser de subida como de descida. As melhores marés (SP) são as de altura máxima de 1.4m na preamar e 0.50m na baixamar. Os pesqueiros de robalos são facilmente localizados em um rio. É só observar pedras, cercos velhos, embarcações afundadas, galhadas de árvores caídas, pilastras de pontes, etc. esses locais, onde se acumulam cracas, ostras e mariscos, são os preferidos pelo robalo, que também pode ser pescado de rodada, no meio do canal. Suas iscas naturais preferidas são o camarão, o pitu, o siri, o caranguejinho e peixes diversos, de preferência vivos. Quanto às iscas artificiais, vários tipos têm demonstrado sua eficácia, destacando-se entre eles as colheres e os plugs de superfície ou meia-água, nas modalidades de lance ou corrico. Quando se pesca com iscas naturais, recomenda-se usar um empate de mais ou menos 30 cm, com linha mais forte.
NR: Matéria publicada em abril/maio de 1989.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

ROTEIRO - RIO GUAPORÉ








O primeiro dia no Guaporé tínhamos reservado à pesca do tucunaré, pois segundo as notícias que tínhamos, havia peixes de até 5 quilos. Nosso material era composto de varas de grafite, carretilha e molinete Abu. Como iscas, estávamos usando as artificiais de tamanho médio, principalmente as iscas médias Rapala, Red Fin, Rebel, em sua maioria de superfície e uma ou outra com barbela de meia água. Em conversas na noite anterior, já havíamos tomado conhecimento de nome como Taquaral, Central, Renere, Da Torre, Do Centrinho e Do Barranco, que eram as “baías” principais para a pesca do peixe escolhido. A propósito: são denominadas “baías”, várias lagoas que têm ligação com o rio e dificilmente perdem esta passagem, mesmo no período da seca. Por informações escolhemos a baía do Taquaral. 


Quem pesca tucunarés, sabe que os melhores pesqueiros são aqueles locais onde haja galhadas submersas, moitas de aguapé, árvores caídas e capim nas margens. Entrando-se na Taquaral, começa-se a pescar logo de início, pois essa e outras baías são pródigas nesse tipo de pesqueiro. Para não nos alongarmos muito, podemos dizer que o maior problema de tais baías, são a quantidade enorme de tucunarés, o que dificulta um pouco a pesca dos exemplares maiores, pois assim que a isca caía na água e era trabalhada, imediatamente a fisgada se dava com tucunarés de menor porte, não dando tempo ao grande fisgar. Chega-se ao cúmulo de ver após o tucunaré fisgado, passarem por baixo mais cinco ou seis tucunarés, tentando tirar-lhe a isca da boca. Nesse primeiro dia no Taquaral, fisgamos perto de 30 tucunarés só na parte da manhã, tendo vários peixes mais de 4 quilos. Além dos tucunarés foram também fisgados apaiaris, jacundás e traíras. À tarde, fomos conhecer as outras baías, que se mostraram um pouco menos piscosas, mas igualmente belas. 



No dia seguinte, de acordo com nosso piloteiro, resolvemos – já havíamos descoberto os tucunarés – bater rio acima. Andamos cerda de 1 hora e meia, e do Apolônio nosso piloteiro, ouvimos a confissão de que de onde estávamos para cima, ele não conhecia e nunca havia ido adiante. Diminuímos a velocidade do barco e continuamos a subir o rio. Do lado da Bolívia, já que o rio é o divisor entre os dois países. Passamos muitas baías bonitas, mas nossa intenção era descobrir coisas novas. De repente, no meio da mata conseguíamos ver claramente duas torres de pedra, de conformação muito bonita, lógico esculpidas pelo vento e pela chuva, e só Deus saberá o quanto demorou o processo. Nesta altura, o Guaporé era exatamente igual, mas em uma curva do rio começamos ver na superfície da água bolhas de espuma. Ora, para quem conhece os sinais da natureza, espuma no rio só poderia significar uma coisa: corredeira ou cachoeira à frente. Perigo não havia, pois estávamos subindo a correnteza, mas resolvemos diminuir ainda mais a marcha do motor, já que cautela e ainda mais em lugar desconhecido, não faz mal a ninguém. 




Mais uma curva e lá estava uma corredeira belíssima, com pedras espremendo o rio. Quando perguntamos o nome do lugar para o Apolônio, ele disse não saber, já que muito pouca gente havia ido até lá. De comum acordo resolvemos batizar essa corredeira de Aruanã. Os motivos são óbvios. Paramos o barco junto às pedras na margem direita e descemos para poder então fazer os primeiros lances. Como isca, usamos um spiner cromeado, com um só anzol, já que tal equipamento é o mais indicado para fisgar peixes de corredeira. Demos o primeiro lance junto a um poço bem no meio da corredeira, começando a recolher os spiners a meia velocidade. A fisgada foi iminente e bem forte, fazendo “cantar” a fricção. Fisgamos e começamos a trabalhar o peixe. Estávamos usando uma linha 0.35 milímetros com o mesmo equipamento da pesca do tucunaré. Um ou dois minutos de briga e o peixe – uma jatuarana – (espécie de matrinchã) deu o primeiro salto para fora da água. Era enorme, o que nos forçou a trabalhar ainda mais o peixe. Após mais ou menos dez minutos de uma luta ferrenha, conseguimos trazê-la até a pedra onde estávamos e o piloteiro conseguiu pegá-la pela guelra. 




Era um lindo peixe e mais tarde a balança nos dava seu peso exato: 6.850 gramas. Fisgamos mais de meia dúzia de peixes da mesma espécie, mas todos de menor tamanho. Para cima da corredeira, três botos começaram a fazer corcoveios e assoprar a água. Como por encanto, os peixes pararam de morder. Olhamos no relógio que marcava 12:30 horas. O calor era quase insuportável. Resolvemos voltar para o hotel. À tarde não saímos, já que a chuva estava muito ameaçadora. Bem cedo no dia seguinte, quando a luz do sol era ainda uma pequena ameaça, novamente rumamos para a corredeira Aruanã. Desta feita, fizemos a volta completa por um braço alternativo do rio e chegamos à corredeira por cima. Apoitamos o barco e demos corda, até a popa ficar junto ao começo da corredeira. Novamente começamos a usar o spiner, mas desta vez as jatuaranas não estavam fisgando e, talvez o motivo tenha sido os botos que ainda estavam por perto. Mas, em um lance conseguimos ver o ataque de uma dourada-cachorra, ou se preferirem, peixe-cadela.




 Atacou mas não fisgou. De imediato mudamos nossa isca para um plug de meia água marca Rapala Mag 11, na cor branca e vermelha e passamos a fisgar esse tipo de peixe.  Em uma manhã conseguimos fisgar quase 50 cachorras com peso variando entre 5 e 9 quilos. Havia tanto peixe que após o lance, recolhíamos um metro de linha no máximo e já havia o ataque do peixe. Soltamos todos eles, já que o peixe-cadela é excelente para quem quer esportividade, mas devido ao grande número de espinhas, não se presta para o consumo. Nossa luta com os peixes foi até 1 hora da tarde. Voltamos para o conforto do hotel e mais uma vez, não saímos à tarde. Desta feita, o motivo não era a chuva, mas sim nosso braço que doía terrivelmente mostrando claramente o seu cansaço, mais parecendo uma distensão. Aproveitamos para arrumar a tralha, já que no dia seguinte embarcaríamos de volta. Em um retrospecto, fora as pescarias podemos dizer que o rio Guaporé é muito bonito, principalmente nesta época do ano, com suas praias de areias amareladas e brancas aparecendo em plenitude. Muito comum também nas praias é encontrar ninhos de tracajá (espécie de tartaruga) que enterra os ovos, em número de 20 e até 30 unidades.




 Além das praias, a vegetação é exuberante, mata alta e em seus domínios o pescador poderá ver e ouvir o canto melódico de jaós, mutuns, macuco (azulona), e observar as pacas, capivaras e com um pouco de sorte, alguma onça pintada, já que são visíveis as marcas de sua presença no local. A propósito, não deixe de visitar um local chamado de Toca da Onça, que nada mais é do que uma formação rochosa, com várias fendas. Não vimos nenhuma onça no local, porém é forte o cheiro característico dessa espécie e em nossa visita, o piloteiro jurou que ouviu o barulho das orelhas da onça dentro de uma das tocas. Como nossa maior e única arma era a máquina fotográfica tratamos de sair dali o mais rápido possível, nem querendo discutir a veracidade do ruído. Essa toca fica a caminho da corredeira Aruanã. 


Um outro espetáculo muito bonito é ver os bandos de araras azuis, papagaios e tiês-sangues, que ficam a voar por cima das árvores. Chamou-nos a atenção também, a grande quantidade de bandos de macacos em toda a extensão do rio. A verdade é que nos sentíamos em um paraíso, ainda bem pouco explorado. O rio Guaporé, nessa região, é uma indicação boa para uma pescaria. 




NOTA DA REDAÇÃO: Vamos voltar ao mês de maio de 1989. Recebo do Edson da Ligue Pesca, um telefonema para uma reunião, em seu escritório. Presentes, seus sócios Marco Antonio e Valquir. O motivo da reunião era que tinha aparecido um hotel e que estaria à venda, em Pimenteiras – Rondônia. Fui convidado então por eles, para pesquisar se a pesca na região era boa. Fomos eu e o Edson para lá e para mim, um motivo de uma nova matéria/roteiro para a Aruanã, e curioso, já que até então muito poucos pescadores conheciam o rio Guaporé na região. O resto, meu amigo leitor, que acabou de ler esta postagem pode deduzir. Sem modéstia nenhuma, posso afirmar de que fomos os primeiros a pescar esportivamente e a descobrir vários pontos de pesca. Voltei lá algumas vezes e uma matéria que depois fez muito sucesso, foi “O VALE DAS JATUARANAS”, em um rio boliviano de nome Pau Cerne, onde fisguei e briguei muito com uma jatuarana enorme. Um amigo de nome Teodoro estava junto comigo lá. Perto da cachoeira do mesmo rio, filmou a luta e o peixe. Há dias atrás, fui informado, que essa filmagem estava no You Tube e fui lá ver. Com prazer revi cenas que não sabia que existiam, ou já tinha me esquecido. Quem editou a filmagem foi o amigo Marcão – Marco Antonio Guerreiro Ferreira. Para terminar, digo que íamos de Vilhena até Pimenteiras de carro nas primeiras vezes. Mas teve uma ocasião que fomos em um avião Piper de um amigo fazendeiro. Pimenteiras era tão “desenvolvida” que para aterrissarmos, o piloto deu uma rasante sobre a cidade, que era um aviso, aos moradores e policiais, para desimpedirem a rua principal, onde aterrissamos e deixamos o pequeno avião, no estacionamento da delegacia local. Este foi o início da pesca esportiva no Guaporé. Esta NR é só para constar, já que hoje se fala muito de pesca esportiva nessa região. E evidente que o ultimo quadro da postagem, com informações sobre o hotel, deve ser ignorada. Abraço. Toninho Lopes.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

DICIONÁRIO ARUANA ANIMAIS DO BRASIL - VEADO CAMPEIRO














A natureza, como não podia deixar de ser, já que é perfeita em suas obras, chama está espécie de veado campeiro. O próprio nome comum mostra seu habitat, tendo em vista os seus chifres, que o impossibilitaria de viver também nas matas. Conheça-o melhor.










O veado campeiro é um dos cervídeos sul-americanos que possui a galhada ramificada, que atinge no máximo três pontas no terceiro ano, com 0,25 m de comprimento. Mede aproximadamente 1,40 m de comprimento com mais 0,14 m de cauda Sua altura no garrote pode chegar a 0,80 m. 



Sua pelagem é de um colorido bruno-avermelhado e os olhos são rodeados por um anel branco; também são brancos a barriga e o lado interno das extremidades. Os cascos são pretos. A haste inferior da galhada não se bifurca, mas a posterior divide-se, sendo comuns pequenas aspas laterais. 



Vive nos campos, cerrados e campinas, geralmente em grupos de 8 a 10 indivíduos. As fêmeas têm um só filhote de cada vez, e a época de reprodução ocorre entre setembro e dezembro, quando os chifres dos machos são totalmente perfeitos.
   

   Consultoria: Fundação Parque Zoológico de São Paulo.

sábado, 8 de agosto de 2015

DICIONÁRIO ARUANÃ PEIXES DO BRASIL - JURUPOCA










Ao entardecer, os pequenos peixes de nossos rios nadam tão rente às margens que chegam a ter que fazê-lo de lado devido à pequena profundidade das águas. Essa ação se dá tendo em vista que um inimigo maior está à sua caça: a jurupoca.









Em uma pescaria no Pantanal, não há nenhum pescador amador que vá pensando unicamente em pescar jurupocas. Como todos, nós vamos atrás dos grandes peixes, que nos proporcionarão uma boa briga, além de poses para fotos, como atestar nossa habilidade de grandes pescadores. Porém, como cego é aquele que não quer ver, em qualquer rio do Pantanal, da Amazônia ou ainda em diversos rios formadores da Bacia do Prata, ali está a jurupoca, afim de nosso anzol. O melhor horário para sua pesca é no entardecer e mesmo à noite, sendo os locais preferidos por este peixe as praias de areia, junto a barrancos altos e em poços de rio junto às margens. As melhores iscas são os pequenos peixes, tais como lambaris, piquiras, saguirus, etc. Em se localizando um dos locais descritos acima, o pescador deverá jogar seu anzol que pode se 2 ou 3/0, não muito longe da margem. Se existirem jurupocas no local, a fisgada é imediata e forte. Esse peixe costuma por a isca na boca e sair imediatamente, o que torna muito fácil a sua fisgada. É um valente brigador, proporcionando, quando se está usando um equipamento leve, uma briga boa e limpa. Particularmente, aconselhamos linha de no máximo 0,40mm molinete ou carretilha pequenos e varas flexíveis.
Na pescaria, se pegando alguns peixes e se logo após a ultima fisgada, demorar muito para um novo peixe, é aconselhável mudar-se de lugar, procurando um novo pesqueiro que se encaixe nas características descritas. Sem medo de errar, podemos afirmar que a jurupoca é, no sabor, um dos melhores peixes de nossos rios, além de também seu aspecto ser muito bonito. Suas cores são comuns de sua espécie, ou seja, um amarelo pardo, barriga branca, com manchas pretas espalhadas pelo corpo. Uma curiosidade interessante é que logo que a jurupoca sai da água, parece que é transparente, tal é a limpeza de seu corpo. Peixe de couro, apresenta sua carne completamente branca. Cientificamente é conhecida como Hemisorobim platyrhynchus. Conforme a região do Brasil, também é conhecida como boca-de-colher, braço-de-moça, jeripoca, jerupoca, jerupensén e mandiaçu. O nome jurupoca é indígena e significa “iuru” = boca; “poca” quebrada, arrebentada. Em alguns locais já foram fisgados exemplares de 4 e 5 kg, podendo estes serem considerados os pesos máximos que sua espécie pode atingir.