sexta-feira, 3 de novembro de 2017

DICIONÁRIO ARUANÃ ANIMAIS DO BRASIL - CAPIVARA












A capivara, o maior dos roedores, é um animal de aspectos diversos e fascinantes. Nesta matéria, vamos conhecer um pouco mais de suas peculiaridades.





É o maior de todos os roedores. Hydrochoerus hydrochoerus . Atinge 1 metro de comprimento; a cor é uniforme, parda, nem muito avermelhada nem muito amarelenta. Não tem rabo; suas orelhas são pequenas. Vive sempre à beira d’água, que é seu refugio, quando perseguida; nada e mergulha bem. Forma sempre pequenas varas, que não raro, contam até 20 indivíduos. Alimenta-se como perfeito herbívoro e naturalmente dá preferência ao arroz ou milho novo, pelo que nas regiões ribeirinhas causa, às vezes, muito dano. Passa o dia escondida, perto da água  e só a noite vêm pastar. Assim, só a espingarda pode valer ao lavrador. A carne não agrada a todos os paladares, mas o óleo extraído pela fervura e que depois foi exposto ao sereno, é considerado medicamento valioso. O couro tem boa aplicação para certos fins, laços principalmente. É característica sua posição de repouso, sentada como um cão. Alguns caçadores distinguem uma espécie branca, “capivaratinga”, mas trata-se apenas de indivíduos velhos, que ficam grisalhos. Veja-se também”capincho”. Na Amazônia, às vezes vêem-se capivaras domesticadas, que então acompanham as crianças mesmo durante o banho. Esses animais são atacados, como o cavalo, pelo “mal das cadeiras”, pelo que alguns cientistas desconfiam que sejam estes grandes roedores os depositários do flagelado Trypanosoma equinum. De fato, é sabido que, de tempos em tempos, a epizootia determina grande mortandade entre as capivaras. 




O distinto pintor Teodoro Braga, afirmou-nos que os marajoaras criadores de gado incluem as capivaras entre os perniciosos inimigos da criação, “porque eles envenenam a água e fazem morrer o gado”. Ainda uma vez devemos dar razão à intuição do povo que assim, sem saber, atinou, antes dos cientistas, com os depositários do causador do “mal-de-cadeiras” (ou “quebra bunda”, como lá diz o povo).


Bibliografia consultada no original: Dicionário dos Animais do Brasil – Rodolpho Von Ihering.         

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